Posted on 16 October 2009 O preço
da madeira certificada na capital paulista é
8,5% mais alto que o da não-certificada.
A constatação
faz parte da terceira edição do Boletim
Mercado Florestal Certificado, lançado esta
semana pelo WWF-Brasil, em parceria com a Fundação
Florestal de São Paulo.
A publicação mostra
a cotação de produtos com a certificação
FSC (Conselho de Manejo Florestal) nos mercados
nacional e internacional. A certificação
FSC atesta conformidade com rigorosos critérios
socioambientais em produtos florestais. Nesta edição,
o boletim traz um comparativo entre os preços
recebidos por produtores de madeira certificada
para exportação e aqueles pagos pelo
mercado interno brasileiro.
Segundo o engenheiro florestal
Estevão Braga, do WWF-Brasil, o Boletim Mercado
Florestal Certificado vem se tornando uma importante
ferramenta para tomadores de decisão do mercado
de produtos florestais. “Temos notado uma clara
mudança de paradigmas nos mercados consumidores
no Brasil e no mundo, com evidente valorização
de processos produtivos que respeitem questões
socioambientais”, analisa.
O objetivo da publicação
é mostrar, com transparência, que os
investimentos no manejo florestal e na certificação
FSC trazem retorno financeiro. O boletim também
demonstra, por meio de gráficos, a atual
situação da certificação
no Brasil. O download gratuito das três edições
do boletim está disponível nesta página.
+ Mais
Clima: Relatório estabelece
prazos para mudança
Posted on 19 October 2009 Pela
primeira vez um relatório sugere cronogramas
para as transformações industriais
necessárias para limitar as emissões
globais de gases de efeito estufa para que o aumento
médio da temperatura do planeta se limite
a 2 ° C, se comparado a temperatura do período
pré-industrial. Esse é o patamar considerado
seguro pelos cientistas que estudam o aquecimento
global.
O relatório da Rede WWF
foi elaborado pela empresa Climate Risk, conhecida
pelo seu trabalho na área de mudanças
climáticas para seguradoras e construtoras
da área de infraestrutura.
O estudo concluiu que para os
países que possuem economia de mercado, depois
de 2014, o crescimento industrial desordenado tornará
impossível o cumprimento das metas de redução
necessárias para manter o aquecimento global
abaixo de 2 ° C. O relatório também
revela que as medidas de mercado por si só
não serão suficientes para obter reduções
de emissões na escala necessária e
que atrasos no início dessa mudança
econômica irá requerer níveis
cada vez mais maiores e diretos de intervenção
na economia.
"A transformação
vai exigir um crescimento de indústrias limpas
e eficientes acima de 20% ao ano durante um período
de décadas”, afirma Kim Carstensen, líder
da Iniciativa Global da Rede WWF sobre Clima. "As
modelagens do relatório Soluções
Climáticas 2 mostram como podemos sustentar
essas taxas de crescimento, mas também deixa
claro será a revolução industrial
mais rápida que a humanidade já testemunhou”,
aponta.
"O resultado deste relatório
é, na verdade, um aviso pragmático,
sério e urgente aos líderes mundiais
de que há uma chance para deter o aquecimento
global, mas temos de agarrá-la rapidamente",
analisa Carstensen.
O caminho a seguir, de acordo
com o relatório, é a ação
simultânea de redução das emissões
de gases de efeito estufa em todos os setores, com
as medidas de mercado apoiadas por várias
políticas como estabelecimento de padrões
de eficiência energética, atribuição
de tarifas diferenciadas para energias renováveis
e o fim dos subsídios para a utilização
de combustíveis fósseis.
Os modelos e dados históricos
mostram que o desenvolvimento seqüencial das
indústrias, que resultaria da confiança
indevida em um único mecanismo, como o aumento
do preço do carbono, tornará impossível
o cumprimento das metas de redução
de emissões a tempo. Indústrias tentarem
se adequar ao sistema depois terão de crescer
mais rápido e serão mais duramente
afetadas pelas de recursos disponíveis e
especialização técnica.
"Esta análise mostra
que podemos vencer a luta contra as mudanças
climáticas perigosas se transformarmos todos
os setores da nossa economia ao mesmo tempo, com
foco em setores-chave e criação de
ambientes de investimento estáveis a longo
prazo que não busquem retorno dos investimentos
no curto prazo", afirma Stephan Singer, líder
da Iniciativa Global de Energia da Rede WWF.
Os setores que vão liderar
essa transformação são geração
de energia renovável, eficiência energética,
agricultura sustentável de baixo carbono,
políticas florestais sustentáveis
e captura e armazenamento de carbono. Esta análise
mostra que o Brasil deve se preparar hoje para um
futuro de baixo carbono, atento a novas oportunidades
e mantendo seu crescimento econômico competitivo
e limpo.
Com a revolução
industrial limpa em curso e apoiada por uma estrutura
política forte, todas as fontes de energias
renováveis se tornarão competitivas
em comparação aos combustíveis
fósseis entre 2013 e 2025. Essa é
uma estimativa muito conservadora que se baseia
em aumentos anuais de preços da ordem de
2% para os combustíveis fósseis e
nenhuma elevação no preço do
carbono.
"O vento, o mar e o sol vão custar o
mesmo hoje, amanhã e no futuro, ao contrário
do carvão", aponta Singer. "Esses
elementos podem ser a base para um mundo mais limpo,
onde o abastecimento de energia é mais seguro
e temos mais chance de evitar o superaquecimento
do planeta. Dessa forma, não estarão
em risco nossas cidades, a produção
de alimentos e o meio ambiente."
O Soluções Climáticas
2 calcula que o investimento extra a nível
mundial deverá ser de 17 trilhões
de dólares até 2050, ou 10 vezes o
PIB brasileiro em 2008. Estima-se que o valor injetado
volte aos bolsos dos investidores em 2027 e, em
alguns casos, até mesmo antes.
Na área de tecnologias
renováveis, o investimento acumulado em todo
o mundo até 2050 totalizará 7 trilhões
de dólares. Porém, espera-se que os
investidores recebam de volta de cerca de seis vezes
mais que o valor inicial.
"O relatório estabelece um limite que
não podemos ultrapassar", diz Castensen.
"Ele reforça que estamos num momento
crucial de nossa história em que o que fizermos
agora determinará o futuro da humanidade.”
"A base para essa transformação
tem de ser estabelecida em Copenhague em dezembro,
com a assinatura de um acordo global de clima justo,
eficiente e ambicioso".