O Parque Nacional do Iguaçu
abriga uma imensa variedade de fauna e funciona
como último abrigo para uma enorme quantidade
de animais que tiveram seus habitats reduzidos
aos próprios limites do parque. Dados gerais
coletados por diversos autores estimam que existam
no Parque Nacional do Iguaçu existam cerca
de 800 espécies de borboletas, das quais
foram identificadas apenas 257.
Das 70 espécies de peixes
estimadas para os rios, foi identificada pouco mais
da metade. Entre os anfíbios, o número
de espécies pode chegar a 25 e, entre os
anfíbios, o número de espécies
de serpentes, oito de lagartos e três de quelônios.
Entre as aves, o número pode chegar a 240.
Para os mamíferos, a expectativa é
de que o número de espécies chegue
a 50.
Além de abrigo, o parque
representa também uma rara oportunidade para
estudos sobre a variação da fauna
em ambientes de transição entre distintas
formações florestais. Assim, pode-se
observar a presença de um expressivo número
de espécies da avifauna associadas aos ambientes
da vertente atlântica, como a jacutinga, a
jandaia, o surucuá-de-peito-azul, o tucano-de-bico-verde,
o flautim e a saíra-sete-cores.
A presença do grimpeirinho
– considerada espécie endêmica da Floresta
Ombrófila Mista – comprova a influência
do domínio dos Planaltos das Araucárias,
enquanto o tucunaçu e o arapaçu-do-cerrado
representam exemplos de aves típicas do Cerrado.
Muitas dessas espécies
– aves como macuco, jacutinga e cisqueira, mamíferos
como o guariba, a onça pintada, a lontra,
a onça parda e o gato do mato maracajá
– já estão incluídas em listas
de fauna ameaçada de extinção
e dependem da conservação do seu habitat
no Parque Nacional do Iguaçu.
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Encontro reforça necessidade
da mudança do modelo de educação
ambiental
A necessidade de mudança
do modelo de educação ambiental é
uma das principais discussões do XII Encontro
Paranaense de Educação Ambiental (EPEA),
que está sendo realizado no Parque Tecnológico
da Itaipu, em Foz do Iguaçu.
O secretário do Meio Ambiente
e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, abriu
na quarta-feira (14) o Encontro que prossegue até
sexta (16) e tem como tema central a “Educação
para Cultura da Paz e Sustentabilidade Local/Planetária”.
O evento reúne 600 pessoas entre acadêmicos,
professores, empresários e gestores ambientais
de todo o estado.
O tema do Encontro foi dividido
em eixos temáticos com o objetivo de colocar
a aprendizagem da educação ambiental
como instrumento de transformação.
“Podendo ser implementado em todas
as esferas de governo, sistemas de ensino, gestão
ambiental pública, empresarial e do terceiro
setor. A missão do Programa Nacional de Educação
Ambiental é contribuir para as sociedades
sustentáveis”, declarou a diretora de Educação
Ambiental do Ministério da Educação,
Raquel Trajiner.
Entre os assuntos estão:
ecopedagogia, educação ambiental por
meio das artes, atitudes que transformam, educação
ambiental por meio de materiais recicláveis,
vivências com a natureza, educação
ambiental para conservação de espécies
ameaçadas, desenvolvimento de projetos sócio-ambientais,
responsabilidade ambiental empresarial, turismo
integrado ao meio ambiente, entre outros.
Para o secretário Rasca
Rodrigues a educação ambiental hoje
não se limita aos bancos escolares e atinge
diversos profissionais das escolas, pais, comunidades
do entorno e a responsabilidade social do terceiro
setor.
“Hoje, a educação
ambiental não tem como foco, exclusivo, jovens
e crianças e sim, todos os profissionais
envolvidos em uma escola. Esta tendência começa
a firmar-se do ensino fundamental até o ensino
universitário, onde as necessidades de formação
profissionais relacionadas com o meio ambiente começam
a ficar evidentes em qualquer ramo seja, da ciência,
tecnologia, cultura, entre outros”, destacou Rasca
Rodrigues.
O secretário citou ainda,
algumas ações de educação
ambiental desenvolvidas pelo Governo do Estado,
como o Programa Paraná Biodiversidade – que
capacitou 20 mil pessoas entre agricultores, professores
e alunos em 63 municípios de abrangência
do Projeto e o Força Verde Mirim, desenvolvido
desde 2007 pelo Batalhão de Polícia
Ambiental.
Ao todo, 400 crianças integram
sete turmas da Força Verde Mirim, criadas
nos municípios de Quedas do Iguaçu,
Foz do Iguaçu, Telêmaco Borba, Maringá,
Matinhos, Paranaguá e Londrina. O projeto
seleciona 20 meninos e 20 meninas com boas notas
e freqüência escolar para integrar a
Força Verde Mirim por um ano. Eles recebem
um uniforme semelhante ao dos policiais e participam
das aulas sempre aos sábados. A grade escolar
do curso inclui noções de fauna, flora,
recursos minerais, reciclagem e educação
ambiental local.
“O Força Verde Mirim é
um exemplo da mudança de paradigmas, pois
envolve a comunidade local, a escola, a família
das crianças e o terceiro setor que patrocina
os uniformes dos alunos e o material didático.
Uma ação baseada na parceria e na
ampliação da preservação
e educação ambiental”, relatou o secretário,
lembrando que todos os municípios que tiverem
interesse podem ter o Força Verde Mirim.
Já o superintendente de
Gestão Ambiental, Jair Kotz, citou um exemplo
da própria Usina de Itaipu como mudança
de paradigma, em relação ao seu papel
na educação ambiental da comunidade.
“O Cultivando Água Boa
foi o primeiro passo e a primeira conquista em busca
da sustentabilidade ambiental na região.
Agora, com a criação da Universidade
Federal Latino Americana, a Itaipu está quebrando
barreiras ao passar de uma área de segurança
máxima, para sediar uma Universidade que
será freqüentada por 10 mil alunos”,
exemplifica Jair.
PROGRAMAÇÃO – Na
programação estão previstas
a apresentação de mais de 200 trabalhos
acadêmicos, 23 oficinas, palestras, atividades
culturais, exibição de vídeos,
reuniões e mesas-redonda. Em paralelo, será
realizado uma feira da sustentabilidade com produtos
e serviços artesanais – entre os quais –
livros, plantas e ervas medicinais.
Para a empresária Cássia
Ribeiro, da Educare uma das empresas parceiras do
EPEA, o encontro representa uma reformulação
no pensamento do empresariado em relação
à educação ambiental. “É
a quarta participação da Educare neste
evento e, sinto que, cada vez mais, os empresários
estão adotando à educação
ambiental em suas empresas. As palestras e oficinas
ajudam estes empresários a planejarem atividades
aos seus funcionários”, disse.
A abertura do evento contou com
a palestra do professor da Unicamp, Carlos Rodrigues
Brandão, que falou sobre a “Educação
para Cultura da Paz e sustentabilidade local/planetária”,
dando um panorama geral do evento, que tem o mesmo
tema. Nesta quinta-feira (15) o destaque será
o painel “Os 10 anos da política nacional
de educação ambiental”, com a presença
de Moema Viezzer, do Instituto ComSol; Rachel Trajber,
do Ministério da Educação;
Claudison Rodrigues, do Ministério do Meio
Ambiente e Marcos Sorrentino, da Universidade de
São Paulo.
Os interessados em participar
do evento poderão se inscrever no local,
entretanto, devem estar atentos à limitação
de vagas para as palestras e oficinas.
PARCEIROS – Além do Governo
do Paraná são parceiras do EPEA a
Prefeitura de Foz do Iguaçu, Itaipu Binacional,
Fundação Parque Tecnológico
Itaipu, Parque Nacional do Iguaçu, Núcleo
Regional de Educação de Foz do Iguaçu,
Conselho de Desenvolvimento dos Municípios
Lindeiros, Universidade Estadual do Oeste do Paraná
(Unioeste), Universidade Tecnológica Federal
do Paraná (UTFPR), Faculdades Anglo-Americano,
Eduvivência, Educare, Instituto de Comunicação
Solidária (ComSol) e Nativa Socioambiental
e com apoio da Universidade Aberta do Brasil (UAB),
União Dinâmica de Faculdades Cataratas
(UDC), Unifoz, Rede Sul Brasileira de Educação
Ambiental (REASul) e Sanepar.
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Encontro debate pesquisa em mudanças
climáticas
A Secretaria do Meio Ambiente
e Recursos Hídricos e o Sistema Meteorológico
do Paraná (Simepar) promoveram nesta quarta-feira
(14) o “I Workshop em Mudanças Climáticas
– Agende Pesquisa”. O encontro teve o objetivo de
criar uma câmara temática para reunir
as instituições de ensino e pesquisadores
e elaborar uma agenda de pesquisa sobre o tema.
Para o secretário do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues,
a iniciativa do encontro é essencial porque
são poucas as instituições
conhecidas no país que realizam pesquisas
em Mudanças Climáticas. No Brasil
existem apenas nove instituições conhecidas
que realizam pesquisas. “Precisamos integrar os
nossos pesquisadores e disponibilizar resultados
técnicos e científicos sobre o tema
conforme a realidade do Estado”, destaca.
Este foi o primeiro encontro dentro
do Fórum de Mudanças Climáticas
no Estado para construir um coletivo que sirva de
apoio na elaboração de uma política
de fomento específico para pesquisa no Estado.
Entre as principais ações
destas instituições é de oferecer
informações técnicas e científicas
sobre as mudanças climáticas e os
impactos no desenvolvimento do Estado e até
mesmo do País.
Durante o encontro os pesquisadores
destacaram que apesar do tema Mudanças Climáticas
estar na ordem do dia, no Paraná e em vários
outros Estados brasileiros são poucas as
informações no nível local.
“Informações sobre
a mudança do clima no nível local
e tecnologias de mitigação e adaptação
ainda são muito pouco conhecidas. Ou seja,
há, sem dúvida, a necessidade de pesquisas
para se conhecer os impactos locais e as alternativas
de enfrentamento”, ressalta a coordenadora de Mudanças
Climáticas da Secretaria do Meio Ambiente,
Manyu Chang.
Os participantes foram divididos
em três subgrupos temáticos: a mudança
do clima propriamente dito (climatológica),
mitigação (como reduzir as causas)
e adaptação (como devemos ajustar
em relação aos impactos causados).
Dentro dos eixos temáticos foram apontados
diversos pontos vulneráveis dentro do Estado
que estão relacionados à agricultura,
saúde e meio ambiente.
Como exemplo, Manyu Chang comentou
que a agricultura é um ponto bastante vulnerável
por se tratar de um carro-chefe da economia paranaense.
“Por isso se faz necessário o trabalho conjunto
para que possamos apontar os problemas e também
buscar soluções para todos os setores”,
aponta Manyu.
LEVANTAMENTO – O Fórum
concluiu, em maio de 2009, um levantamento da produção
científica relacionada às pesquisas
em mudanças climáticas no Estado do
Paraná, bem como dos pesquisadores e instituições
que atuam na área, a fim de conhecer o estado
de arte e identificar possíveis lacunas que
necessitam de maior aprofundamento e eventual apoio
público.
Para o professor da Universidade
Federal do Paraná (UFPR) e coordenador da
Câmara Temática de Pesquisa, Francisco
Mendonça, o Paraná até o presente
momento tem uma boa pesquisa em relação
ao clima mas pequena produção em mudanças
climáticas.
“Conhecedores desta realidade
partimos do pressuposto que precisamos incentivar
pesquisas nessas áreas e por isso se faz
necessária a criação desta
Câmara Técnica”, comenta Mendonça.