Cuiabá (13/10/2009) - Depois
de uma semana de adaptação em recintos
construídos na Área de Soltura da
Pousada Araras Ecolodge, em Poconé/MT,
foram soltos 24 papagaios-verdadeiros (Amazona aestiva),
23 araras-canindé (Ara ararauna) e duas iraúnas
(Molothrus oryzivorus) provenientes da Associação
Bichos da Mata, em Itanhaém/SP.
O trabalho de reabilitação
feito com grande competência em São
Paulo, o envolvimento do proprietário da
área e de servidores do Ibama/MT, além
do apoio da TAM, que forneceu o transporte aéreo
de São Paulo a Cuiabá, permitiram
o sucesso da ação.
Um episódio em especial
chamou a atenção: desde o início
da adaptação, uma fêmea reabilitada,
que era mantida em viveiro separada dos demais,
recebeu visitas frequentes de um exemplar “nativo”,
que logo a acompanhou após a soltura direto
para o refúgio da mata.
A ação de soltura
foi acompanhada pelos servidores Carlos Yamashita,
do Ibama/SP, e César Soares, do Ibama/MT,
pelo proprietário da área, André
Thuronyi, por diretores e bióloga da Associação
Bichos da Mata, Valdomiro, Soraya Lisenko e Thais
Tamamoto, além de visitantes da Pousada e
imprensa (TV Centro América, afiliada Rede
Globo).
O monitoramento, após o
retorno dos técnicos de São Paulo,
continuará sendo conduzido pelos funcionários
e técnicos da propriedade, que foram treinados
para isso, além da visitação
periódica de analistas ambientais do Ibama/MT.
Além da área utilizada
para esta soltura, outras seis propriedades têm
processos formalizados junto ao Ibama/MT para auxílio
nos trabalhos de reabilitação e soltura
do Projeto Asas de Mato Grosso, cobrindo os biomas
Pantanal, Cerrado e Amazônico.
A primeira repatriação
também foi feita com psitacídeos.
Foram 40 papagaios-verdadeiros oriundos do parque
Ecológico do Tietê, em São Paulo/SP,
que foram soltos em área da Estação
Ecológica Sesc Pantanal no dia 14 de agosto
de 2009. Decorridos quase 2 meses, foram registrados
apenas 3 óbitos (predação).
Os demais se encontram vivos, integrando-se a grupos
da espécie na região.
Ibama/MT
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Projeto Quelônios em Porto
Rolim de Moura do Guaporé em Rondônia
Porto Velho (13/10/2009) - Alta
Floresta do Oeste, distrito de Porto Rolim de Moura
do Guaporé: é noite alta quando a
canoa silenciosa desliza pelas águas do Guaporé,
olhos furtivos espreitam nas águas escuras
do rio, é um jacaré de – pelo menos
– três metros de comprimento a procura de
alimento, ele apenas observa, inerte, canoas não
são o seu alimento predileto. O silêncio
da noite só é quebrado pelo coaxar
dos sapos e peixes que saltam em lugares diferentes
do rio. Na noite escura e sem luar, um céu
prateado e repleto de estrelas é refletido
pelas águas. Na vegetação densa
e escura da mata, centenas de vagalumes piscantes
contrastam com as estrelas do céu. No horizonte
delineia-se um ponto mais claro, é uma das
praias de areias brancas e fofas, ao nos aproximarmos
vemos pontos escuros, alguns traçam leves
movimentos, são tracajás e tartarugas
desovando.
Durante o dia o ritmo é
outro, saímos com os nativos pelas praias
para terminar de marcar os ninhos de thuppia buga
(ovos de tartaruga na língua indígena
Wajuru), em cada ninho as tartarugas desovam entre
100 e 120 ovos, enquanto nos ninhos de tracajás
encontramos algumas dezenas de ovos. Nossos anfitriões
nos mostraram que as áreas de desova são
bem definidas, os tracajás põem seus
ovos mais próximos da mata e espalhados pela
praia, enquanto as tartarugas fazem seus ninhos
concentrados no meio da praia. Na areia da praia
vimos um filhote de bacurau, quase imperceptível
aos olhos, pois os restos da vegetação
seca e a areia o camuflam perfeitamente. Enquanto
nos aproximávamos do ninho, seus pais se
esforçavam para chamar a nossa atenção
para outro local da praia, é assim que eles
defendem as suas crias. As gaivotas dão vôos
rasantes e pios estridentes sobre as nossas cabeças
quando nos aproximamos dos seus filhotes. São
estratégias diferentes para um mesmo objetivo.
Quando deixamos os praieiros com
suas famílias nas barracas às margens
do rio, voltamos a observar a exuberante natureza,
famílias de capivaras nos observam a distância,
jacarés se apressam em entrar na água,
aves, das mais variadas formas e tamanhos, levantam
vôo, algumas das margens, outras das águas
do rio.
Sob o ponto de vista dos coordenadores
do Projeto Quelônios ele se torna importante
para a preservação de todo o ecossistema,
no qual as espécies se inter-relacionam,
são interdependentes, trocando energias e
nutrientes. Nas suas próprias palavras: “não
dá para ignorar nenhuma delas, pois todas
fazem parte de uma mesma cadeia alimentar onde a
vida se eterniza pela sobreposição
das gerações”. Para César Guimarães,
superintendente do Ibama/RO, este projeto mostra
o envolvimento da instituição com
as comunidades, bem como o cumprimento da sua missão
que tem como principal objetivo a conservação
e a preservação do meio ambiente para
as presentes e futuras gerações.
O projeto Quelônios da Amazônia
é coordenado pelo Ibama há muitos
anos, para esta temporada são parceiros a
Secretaria de Agricultura e Regularização
Fundiária – Seagri, a Secretaria Estadual
de Desenvolvimento Ambiental – Sedam, o Serviço
de Apoio a Média e Pequena Empresa – Sebrae,
a Associação Comunitária de
Guias de Turismo Ecológico, Motoristas Fluviais
e Conservadores do Rio Guaporé e Seus Afluentes
– Ecomeg, o Ipet que na língua indígena
significa “todos unidos na língua indígena
Wajuru”. Nesta temporada do projeto cinco praieiros
pertencem a esta tribo da etnia indígena.
Valdemir Tedesco - Ascom Ibama/RO
Foto: Valdemir Tedesco
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Centro de Reabilitação
de Animais Silvestres será inaugurado em
Minas Gerais
Belo Horizonte (09/10/2009) -
No dia 19/10, às 9h30, o Presidente do Ibama,
Roberto Messias Franco, e o Superintendente do Ibama
em Minas Gerais, Alison José Coutinho, inauguram
o Centro de Reabilitação de Animais
Silvestres - Cras. O Cras ficará no imóvel
denominado Posto de Fomento Florestal-Pofom de Lagoa
Grande, situado às margens da BR-040, km
562 no município de Nova Lima, distante 28
km do município de Belo Horizonte com área
total de 27,2 hectares.
Em território brasileiro
são encontradas cerca de 10% de todas as
espécies de animais existentes no mundo.
O Brasil possui 55,3% das aves residentes na América
do Sul e 35% dos primatas e répteis do mundo.
A atividade de fiscalização e combate
ao tráfico de animais pelo Ibama gera um
grande contingente de fauna apreendida, cujo destino
preferencial é a liberação
no habitat original, após a verificação
das condições de adaptação
à vida silvestre. No entanto, para que essa
determinação seja cumprida, necessitava-se
de local adequado para a reabilitação
do animal e outros procedimentos necessários
a cumprir a lei. Recebidos através do Centro
de Triagem de Animais Silvestres - Cetas, os animais
apreendidos ou entregues voluntariamente, agora
tem uma área com maior e melhores acomodações,
visando o bem-estar dos cerca de 14 mil indivíduos
de diversas espécies que já deram
entrada no Ibama, apenas no ano de 2009. São
12 recintos, numa área total de quase 400
metros quadrados.
Ascom Ibama/MG
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Ibama fecha Zoológico Municipal
de Varginha/MG
Belo Horizonte (07/10/2009) -
Analistas Ambientais do Escritório do Ibama
em Lavras, região sul de Minas Gerais, e
a Procuradoria da República em Varginha embargaram
ontem (07/10) o Zoológico Municipal de Varginha.
Segundo o coordenador da operação,
Adriano Garcia, a Prefeitura alterou recintos, sem
a autorização do Ibama, que abrigam
30 animais.
Segundo Garcia, “a prefeitura
reduziu o tamanho de alguns recintos, com o intuito
de construir uma avenida”. Esse ato afetou o bem-estar
dos animais alojados.
Os animais, informa o Chefe do
Escritório do Ibama em Lavras, ficarão
sob a responsabilidade do zoológico, que
terá que mandar um relatório fotográfico
de dois em dois meses para o Ibama em Belo Horizonte.
A Prefeitura foi multada em R$15 mil.
Adriano Garcia
Ascom Ibama/MG