29 de Outubro de 2009
- Ivy Farias - Repórter da Agência
Brasil - São Paulo - O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva disse hoje (28), durante visita à
Feira de Catadores de Material de Reciclável
(Expocatadores), que vai pedir aos prefeitos de
todo o país que protejam os catadores de
pessoas ambiciosas. Segundo ele, o Congresso Nacional
vai aprovar a Lei dos Resíduos e, por isso,
essa proteção é necessária.
“Há pessoas que, até
agora, trabalharam na reciclagem, e não é
justo que o empresário queira ganhar dinheiro
agora. Prefiro muitos ganhando pouco do que poucos
ganhando muito”, disse o presidente.
Na exposição, Lula
contou a história de dois catadores, o nordestino
Severino Lima e a mineira Maria Madalena, que afirmam
ter orgulho de sua profissão porque é
dela que tiram o sustento de suas famílias
honestamente. “O dinheiro é consequência.
A maior virtude de vocês [catadores] é
que ninguém nunca me pediu para sair dessa
profissão. Pedem respeito e condições
para que possam trabalhar sem ter que baixar a cabeça”,
ressaltou Lula. Esses profissionais, disse o presidente,
“estão ensinando aos pedantes e arrogantes
que o ser o humano não pode ser discriminado”.
A Expocatadores é promovida
pelo Movimento de Catadores de Materiais Recicláveis
com o objetivo de divulgar, fortalecer e profissionalizar
o setor. O evento termina amanhã (30).
Em São Paulo, Lula visitou
também a 17ª Feira Internacional de
Transporte (Fenatran), onde chegou a tirar fotos
nos caminhões, usando bonés das empresas
expositoras.
Os ministros Marcio Fortes, das
Cidades, Carlos Lupi, do Trabalho, e Paulo Vannuchi,
da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, e o
presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho,
acompanharam o presidente Lula na visita à
Fenatran e à Expocatadores.
+ Mais
Redução de emissões
por desmatamento pode render até US$ 16 bilhões
ao país, prevê Abemc
26 de Outubro de 2009 - Bruno
Bocchini - Repórter da Agência Brasil
- São Paulo - Dados da Associação
Brasileira das Empresas do Mercado de Carbono (Abemc)
apontam que a inclusão dos mecanismos de
Redução de Emissões de Carbono
por Desmatamento e Degradação (REDD),
durante a negociação de um novo acordo
substitutivo do Protocolo de Quioto, poderia gerar
uma receita de US$ 8 bilhões a US$ 16 bilhões
ao Brasil em créditos de carbono.
Hoje, os mecanismos de REDD, que
considera como crédito de carbono florestas
“em pé”, não são elegíveis
para o Protocolo de Quioto, que aceita apenas duas
possibilidades de crédito na área
florestal: o reflorestamento e o aflorestamento
(em áreas onde nunca existiram florestas).
“A conservação florestal, o desmatamento
evitado [relativo ao REDD], não faz parte
ainda do protocolo”, disse o presidente da Abemc,
Flavio Rufino Gazani.
O presidente da entidade afirmou
que o governo brasileiro, depois de ter rejeitado
a inclusão de florestas nativas nas negociações
do Protocolo de Quioto, mudou recentemente sua posição
e acena com a possibilidade de incluir este mecanismo
nas propostas que levará para a 15ª
Conferência das Partes da Convenção
do Clima (COP 15), em Copenhague, no mês de
dezembro.
“A ideia de já incluir
isso é que o próximo acordo, seja
ele uma continuação do Protocolo de
Quioto, ou um novo acordo, já venha contemplando
essa necessidade”, disse.
Para Gazani, o REDD deva ser um
meio de conservação da floresta associada
à exploração sustentável
em áreas específicas, e não
prever apenas a manutenção das florestas
“em pé”.