12 de Novembro de 2009 - Luana
Lourenço - Repórter
da Agência Brasil - Brasília - Entre
agosto de 2008 e julho de 2009, a Amazônia
perdeu 7 mil quilômetros quadrados (km²)
de floresta. É a menor taxa anual de desmate
já registrada pelo Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe), desde o início
do levantamento em 1988.
O número, que superou as
expectativas do governo – que previa 9 mil km²
– foi divulgado hoje (12) pelo diretor do Inpe,
Gilberto Câmara. “É uma queda substancial.
De longe a menor [taxa] desde que o Inpe começou
a observação”, afirmou durante apresentação
dos dados ao presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, ministros e governadores de estados da
Amazônia.
A taxa é calculada pelo
Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na
Amazônia Legal (Prodes), que utiliza satélites
para observação das áreas que
sofreram desmatamento total, o chamando corte raso.
O menor índice registrado até agora
era o de 1991, quando os satélites identificaram
11,03 km².
Em relação ao período
anterior (agosto de 2007 a julho de 2008), quando
o desmatamento atingiu 12,9 km², a queda foi
de 45%.
“É um momento de muita
alegria constatar que o esforço da sociedade
brasileira de conter o desmatamento da Amazônia
chegou a um nível muito satisfatório”,
afirmou Câmara.
O Inpe registrou queda em quase
todos os estados da Amazônia. Em Mato Grosso
e no Pará, tradicionalmente líderes
dos rankings de desmatamento mensais, a queda foi
de 65% e 35%, respectivamente. Em Rondônia,
a queda foi de 55%.
Apesar da redução,
o Pará foi o estado que mais desmatou no
período, com 3.680 km², seguido por
Mato Grosso, com 1.047 km² , e pelo Maranhão,
com 980 km² a menos de florestas.
De acordo com o Inpe, a margem
de erro da estimativa anual de desmatamento é
de 10%, ou seja, pode resultar em uma variação
de 700 km² para ou mais ou para menos quando
os dados forem consolidados.
+ Mais
Compromisso do Brasil de redução
de gases de efeito estufa pode chegar a 40%, diz
Dilma
9 de Novembro de 2009 - Ivy Farias
- Repórter da Agência Brasil - São
Paulo - A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rouseff,
afirmou hoje (9) que o Brasil poderá assumir
um compromisso voluntário em Copenhague,
durante a Conferência das Nações
Unidas sobre Mudanças Climáticas,
de redução de cerca de 40% das emissões
de gases de efeito estufa até 2020.
“Ao reduzirmos o desmatamento
[da Amazônia] em 80% [até 2020] já
conseguiremos reduzir 20% das emissões de
[gás carbônico]”, disse Dilma após
reunião com o presidente Lula e ministros,
em São Paulo.
Para chegar aos 40%, o governo
ainda vai calcular qual será a contribuição
de outros setores, como agricultura, pecuária
e energia.
Segundo a ministra, o compromisso
voluntário de reduções ainda
não foi fechado porque o governo “não
pode achar”. “Nós somos o governo só
vamos assumir o que é possível. Falta
fazer avaliações consistentes porque
temos que provar o que pode ser feito e ter políticas
para fazê-lo. Não temos metas a cumprir,
temos compromissos voluntários”, explicou
a ministra.
Segundo ela, a proposta do Brasil
para a Conferência do Clima, em dezembro,
será divulgada em 14 de novembro.
Para a ministra, o crescimento
econômico não vai prejudicar os compromissos
de redução de emissão de gases
poluentes. “Estamos fazendo tudo para assegurar
que uma coisa não comprometa a outra”, disse.
Dilma assegurou que o Brasil terá
uma posição muito clara e que será
exemplo para o mundo. “Queremos que Copenhague tenha
ganhos, que os [países] ricos cumpram as
suas metas e que os em desenvolvimento proponham
seus objetivos voluntários.”
Dilma falou ainda que o maior
vilão das emissões de gás carbônico
são os combustíveis de energia fóssil
e que o Brasil não tem esse problema uma
vez que trabalha com energias de matriz renováveis.
+ Mais
Lula e Sarkozy vão se reunir
para conversar sobre mudanças climáticas
11 de Novembro de 2009 - Luana
Lourenço - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva viaja para Paris na próxima
sexta-feira (13) para uma reunião com o presidente
francês, Nicolas Sarkozy, no sábado
(14) sobre a Conferência das Nações
Unidas sobre Mudanças Climáticas,
em dezembro, em Copenhague.
Lula e Sarkozy conversaram hoje
(11) por telefone por cerca de dez minutos e decidiram
tratar do assunto pessoalmente. Além da negociação
sobre um novo acordo climático global – que
anda travada por falta de consenso entre países
ricos e em desenvolvimento – os presidentes deverão
discutir a preparação da reunião
de países amazônicos sobre mudanças
climáticas. A previsão é que
o encontro aconteça no dia 26 de novembro
em Manaus (AM). A Guiana Francesa é um dos
países da região amazônica.
Com a viagem de Lula à
França, a reunião para definição
da proposta brasileira de redução
de emissões de gases de efeito estufa que
será levada a Copenhague, que estava marcada
para sábado (14), poderá ser adiantada
para sexta-feira (13), em São Paulo, onde
o presidente estará cumprindo agenda de compromissos
oficiais.
Depois do encontro com Sarkozy,
Lula seguirá para Roma, onde participará
de encontro da Organização das Nações
Unidas para Agricultura e Alimentação
(FAO, na sigla em inglês).