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MEDIDAS QUE TÊM REDUZIDO DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA PRECISAM SER CONSOLIDADAS E AMPLIADAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2009

Posted on 12 November 2009
Redução significativa nos índices de desmatamento na região amazônica é vista como muito positiva e deve ser alcançada também em outros biomas como o Cerrado

Bruno Taitson, de Brasília*

Os números de queda do desmatamento na Amazônia entre agosto de 2008 e julho de 2009, anunciados nesta quinta-feira (12 de novembro) em Brasília, representam um significativo resultado para o Brasil. O desafio principal para a sociedade brasileira é fazer com que as políticas que contribuíram para a diminuição sejam aprimoradas.

Em cerimônia que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros de Estado, governadores dos estados amazônicos e prefeitos, foi anunciado um desmatamento de 7.008 quilômetros quadrados. A área é 45% menor que a desmatada entre agosto de 2007 e julho de 2008.

Segundo Denise Hamú, secretária-geral do WWF-Brasil, é fundamental reconhecer os esforços dos governos federal e estaduais, bem como de toda a sociedade brasileira, mas é necessário ir além. "A queda no desmatamento precisa continuar de forma sustentável e deve acontecer, além da Amazônia, nos demais biomas brasileiros, como o Cerrado", avaliou.

A secretária-geral do WWF-Brasil acrescentou que a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, a ser realizada em Copenhague em dezembro, será uma boa oportunidade para o Brasil defender a adoção de compromissos claros e ambiciosos de redução de emissões por parte dos países participantes.

"Números do desmatamento, como os divulgados pelo presidente Lula, reforçam as credenciais brasileiras para liderar as negociações do clima e ter papel de protagonismo na construção de um novo modelo de desenvolvimento para o mundo, que respeite o meio ambiente e as pessoas", ressaltou Denise Hamú.

No caso dos outros biomas, também em situação de risco, a situação mais crítica acontece no Cerrado. Enquanto o desmatamento na Amazônia finalmente caiu para um patamar inferior aos 10 mil km2/ano, no Cerrado ultrapassa os 20 mil km2.

De acordo com Cláudio Maretti, superintendente de Conservação do WWF-Brasil, além de diminuir as emissões causadas pelo desmatamento da Amazônia, o país precisa trabalhar para que as reduções aconteçam na indústria, no setor de transportes e principalmente nos processos de geração e transmissão de energia. "Afinal, o planeta precisa urgentemente de reduções expressivas nas emissões dos gases de efeito estufa", disse.

Para o superintendente do WWF-Brasil, entre os esforços positivos por parte do Governo Federal que precisam ser consolidados estão criação e implementação de unidades de conservação, promoção do uso sustentável das florestas, restrição na oferta de créditos públicos para grileiros e desmatadores ilegais e ações de regularização fundiária. Também é necessário minimizar os impactos gerados por grandes obras de infraestrutura como rodovias e hidrelétricas.

Adicionalmente, para Cláudio Maretti, é indispensável que o sistema de pagamentos por serviços ecológicos - que consiste em remunerar produtores por conservar a floresta em pé - seja implantado de forma consistente.

Fundamental também é a manutenção do Código Florestal, conjunto de leis em vigor e essencial para a manutenção da biodiversidade e dos processos ecológicos, além de preparar o país para as adaptações às mudanças climáticas. Atualmente, o Código Florestal está sendo ameaçado de sofrer modificações no Congresso Nacional.

Além dos números do desmatamento, o Governo Federal apresentou na cerimônia desta quinta-feira resultados das operações Arco Verde e Terra Legal, voltadas para regularização fundiária, assistência técnica em manejo e boas práticas para produtores e acesso a serviços públicos e documentos.

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Clima de otimismo domina anúncio das metas voluntárias de redução de emissões brasileiras

Posted on 14 November 2009 - Por João Gonçalves, de São Paulo - Ao se comprometer em reduzir voluntariamente as emissões de gases de efeito estufa estimadas para 2020 em até 38,9%, em um cenário de crescimento econômico entre 4% e 6%, o Brasil pode esquentar as negociações de clima marcadas para ocorrer em Copenhagen, a partir de 7 de dezembro. O anúncio, ocorrido na sexta-feira, 13 de novembro, em São Paulo, foi feito após uma reunião de aproximadamente 2 horas entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros de Estado e representantes das áreas ambiental e energética do governo. Em clima de otimismo, a proposta, intitulada Cenários para Oferta Brasileira de Mitigação de Emissões, foi apresentada pela ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e pelo ministro Luiz Alberto Figueiredo Machado, diretor do Departamento de Meio Ambiente e Temas Especiais do Ministério das Relações Exteriores.

“É uma decisão política, que demonstra o nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável. É uma ação voluntária que mostra a nossa boa vontade. Vemos Copenhague como um esforço de todos nós. Da nossa parte, estamos fazendo o possível para que a conferência seja bem sucedida”, afirmou Dilma Roussef, citando que o tema será debatido no encontro que acontece no sábado, 14, em Paris, entre o presidente Lula e o presidente da França, Nicolas Sarkozy.

O plano se divide em quatro grandes eixos. O primeiro, e principal deles, é Uso da Terra que responde por 24,7% da meta, com a redução do desmatamento da Amazônia em 80% e do Cerrado em 40%. O segundo item é a Agropecuária, com ações como recuperação de pastos, plantio direto e fixação biológica de nitrogênio. Em seguida, está Energia, que inclui ações de eficiência energética, incremento de uso de biocombustíveis e expansão da oferta de energia por hidroelétricas e fontes alternativas. O quarto item, intitulado Outros, traz a questão da siderurgia, com a substituição do carvão proveniente de desmate por carvão de áreas reflorestadas.

Com exceção do item referente à redução do desmatamento, todos os outros apresentam variações o que deixa o corte previsto para 2020 entre 36,1% e 38,9%. Segundo o governo, trata-se de um intervalo de confiança que será determinado pela quantidade de recursos obtidos para por em prática as ações propostas.

Precificação e Financiamento

A ministra afirmou que as metas são quantificáveis, reportáveis e passíveis de verificação. No entanto ainda não sabe dizer quanto o plano de ação custará. Segundo ela, a precificação das ações é o próximo passo a ser dado. “Vamos fazer uma série de reuniões para avaliação dos valores envolvidos em cada uma dessas ações e definir claramente fontes de financiamento e cronograma de execução”, afirmou Dilma, garantindo que isso será feito em conjunto com a a iniciativa privada e o meio acadêmico.

Mesmo sem a definição do investimento necessário, o governo parece saber exatamente de onde irá captar os recursos. “Sempre foi colocado que haverá financiamento de órgãos internacionais para países em desenvolvimento que apresentem ações claras de mitigação. Nós estamos apresentando isso hoje, e consideramos que estamos qualificados para receber esses recursos”, afirmou a ministra, citando recursos do Banco Mundial da ordem de 400 bilhões de dólares e da União Européia de aproximadamente 100 bilhões de euros.

Minc citou outras possibilidade, entre elas o Fundo Amazônia, que só da Noruega tem o compromisso de captar 1 bilhão de dólares. Além disso, o ministro conta também com a aprovação do Fundo do Clima pelo Senado Federal. O mecanismo, já aprovado pela Câmara dos Deputados, reverte até 6% do lucro do petróleo, uma renda calculada em 800 milhões de reais por ano. “Somos o único país com um fundo para o clima originado em um combustível fóssil”, afirmou o ministro do Meio Ambiente.

Rumo à Copenhague

“O presidente Lula afirmou que o Brasil vai ser ambicioso em Copenhague”, disse o ministro Figueiredo, “Esse plano de ação é a transformação mais cabal que o Brasil vai para Copenhague para ser parte da solução e não para ser parte do problema”.

“Esse compromisso vai dar uma injeção de ânimo nas negociações internacionais, pode mexer em posições de países que estão na retranca. Sobretudo países ricos e desenvolvidos que deveriam cortar muito mais emissões, que deveriam investir muito mais em fundos globais tanto para mitigação, quanto para adaptação de países mais pobres que estão pagando pelo o que os mais ricos fazem”, relatou Minc, referindo-se a uma análise do ministro de Meio Ambiente da Noruega, Erik Solheim, com quem almoçou na véspera.

No entanto os ministros não foram enfáticos ao confirmar a presença de Lula na conferência, o que irá depender da participação de outros líderes mundiais. “O presidente está incitando seus pares a comparecerem. Não dá para ele ir sozinho. Ele discutir com ele mesmo”, finalizou Dilma Roussef.


 

Fonte: WWF-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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