10 de Novembro
de 2009 - Paula Laboissière - Repórter
da Agência Brasil - Antonio Cruz/Abr - Brasília
- O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, participa
do 1º Encontro Mudanças Climáticas,
no TCU
Brasília - O ministro do Meio Ambiente, Carlos
Minc, confirmou hoje (10) que a proposta brasileira
a ser levada à Conferência das Nações
Unidas sobre Mudanças Climáticas,
em dezembro, em Copenhague, é de uma redução
de cerca de 40% na emissão de gases de efeito
estufa até 2020.
Segundo ele, desse total, 20%
deverão resultar da queda do desmatamento
na Amazônia e 20%, de ações
para preservar o Cerrado e de iniciativas que promovam
a eficiência energética e o uso do
chamado aço verde (produzido a partir de
carvão vegetal do reflorestamento) e de biocombustíveis,
entre outros.
“A ministra Dilma [Rousseff, da
Casa Civil] ontem (9) falou que o número
pode ser 38% ou 42%. Os dados que estão sendo
produzidos pelos grupos apontam nessa direção.
O que Dilma e Lula não queriam – e têm
razão – é chegar a um número
que não tivesse consistência”, disse,
ao destacar que é preciso estabelecer quanto
vai ser cortado em cada setor, como e com quais
recursos.
Após participar da abertura
do 1º Encontro Mudanças Climáticas
– Um Desafio para as Políticas Públicas,
Minc disse que ficou contente depois que setores
importantes da economia brasileira e que temiam
os cortes perceberam que vão ganhar com a
proposta brasileira. A agricultura, segundo ele,
ganha produtividade com a recuperação
do solo e com o plantio direto, enquanto o aço
verde deve prosperar como “uma marca que vai abrir
mercados”. “A gente não vai criar menos empregos,
nossos empregos é que vão ser mais
verdes”, afirmou.
Para o ministro, é possível
avançar ainda mais na redução
do desmatamento na Amazônia, porque o Brasil
tem experiência” para isso. Ele voltou a afirmar
que o país deve registrar, em 2009, o menor
índice de desmatamento dos últimos
21 anos, mas não deu detalhes sobre esse
total. “Números, vocês vão saber
da boca do presidente Lula”, disse.
Minc destacou, entretanto, que
uma estimativa feita pelo Instituto Nacional de
Pesquisas Especiais (Inpe) indica que os números
do desmatamento devem passar de 19,5% em 2009 para
9,5% em 2010, 6,5% em 2011 e 3,5% em 2012.
+ Mais
Lula defende premiação
para incentivar a preservação ambiental
12 de Novembro de 2009 - Carolina
Pimentel - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - Ao comemorar a menor taxa de
desmatamento da Amazônia nos últimos
21 anos, o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva defendeu hoje (12) o repasse de recursos federais,
como espécie de premiação,
para quem recuperar e preservar o meio ambiente.
Uma proposta do Ministério
do Meio Ambiente para garantir renda a quem preservar
a Amazônia já tramita no Congresso,
o chamado pagamento por serviço ambiental.
“Quando a gente oferece a oportunidade de ter outro
ganho fazendo a coisa de maneira mais ordenada e
justa, as pessoas se convencem e fazem”, disse o
presidente.
Lula quer estabelecer ainda uma
parceria com prefeitos e governadores para impedir
o desmatamento no país. Segundo ele, os prefeitos
não serão mais vistos como “inimigos,
adversários, bandidos”.
O presidente voltou a dizer que
as mudanças climáticas são
o assunto mais sério da atualidade. Em dezembro,
Lula vai participar da Conferência das Nações
Unidas sobre Mudanças Climáticas,
em Copenhague, na Dinamarca. A comissão brasileira
será liderada pela ministra-chefe da Casa
Civil, Dilma Rousseff.
Amanhã (13), o presidente
e a ministra vão anunciar, em São
Paulo, os percentuais brasileiros de redução
de emissões de gases de efeito estufa e que
serão apresentados na Dinamarca.
+ Mais
Rio de Janeiro cria parque fluvial
para ajudar na preservação da Bacia
do Rio Macacu
13 de Novembro de 2009 - Isabela
Vieira - Repórter da Agência Brasil
- Rio de Janeiro - Plantar árvores e tratar
o esgoto são as principais medidas para recuperar
e preservar a Bacia do Rio Macacu, responsável
pelo abastecimento de indústrias e da população
de pelo menos quatro municípios do Região
Metropolitana do Rio. As metas constam do projeto
do Parque Fluvial do Rio Macacu, implantado hoje
(13) pelo governo estadual, que destinará
R$ 5 milhões à unidade.
Com uma área de 80 mil
quilômetros quadrados, em Cachoeira de Macacu,
Região Serrana, o parque é a segunda
unidade fluvial do estado. No local, a ideia é
aliar medidas de preservação e educação
ambiental. Com isso, em oito hectares serão
instaladas quatro quadras de esporte, 2 quilômetros
de ciclovia, trilhas, área para convivência,
além de mesas para piquenique e banheiros.
Em outra frente, para preservar
o Macacu e o afluente Guapiaçu, 4 milhões
de mudas da Mata Atlântica serão plantadas
nas margens do rios, compondo um corredor ao longo
dos manaciais, desde a nascente do Macacu, no Parque
Estadual do Três Picos, até a Baía
de Guanabara.
O objetivo é recuperar
a mata ciliar, dificultando o acúmulo de
sedimentos no fundo do rio, o que causa o assessoreamento
e que diminui a profundidade do manancial. Paralelamente,
o governo quer tratar o esgoto do município
e contratou hoje, por R$ 400 mil, a empresa que
fará o estudo da obra.
“Temos que fortalecer a ideia
de que parque não é só árvore”,
disse o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc,
durante o evento na unidade. “A pessoa tem que ter
uma interação com os parques. De maneira
geral, só defendemos o que conhecemos, o
que amamos, o que usufruimos. Temos uma coisa muito
bonita aqui.”
Com os problemas ambientais decorrentes
da degradação do rio, em 2007, faltou
água nos municípios de Niterói,
Itaboraí e São Gonçalo. De
acordo com a secretária do Ambiente, Marilene
Ramos, reverter o quadro de degradação
do manancial impedirá que o problema se repita.
“Esse é um município
[Cachoeira de Macacu] produtor de águas.
Aqui estão nascentes de água cristalina,
que escorrem da serra. Nós temos que protegê-las
para que essa água chegue limpa também
para o consumo, lá na ponta.”
Durante o evento no principal
módulo do parque, estudantes plantaram mudas
e apresentaram ao ministro Carlos Minc projetos
para o uso da unidade. Letícia de Silva,
12 anos, disse que a cidade ganha mais que uma área
de lazer. “Nossa proposta é incentivar aqui
no parque outras pessoas a preservarem o meio ambiente.”