17 de Novembro de 2009
- A proposta do orelhão é incentivar
a população a ligar para o gabinete
da presidência e embaixada dos Estados Unidos
no Brasil para pedir ao Lula e ao Obama para irem
a Copenhague.
São Paulo, (SP) — Esta semana é a
vez de Recife, Rio de Janeiro e Manaus mandarem
o recado pelo orelhão do Greenpeace
Depois de São Paulo e Salvador,
o “orelhão itinerante” do Greenpeace foi
instalado hoje (23/11) em ruas do Recife, Rio de
Janeiro e Manaus. A proposta é incentivar
a população a ligar para o gabinete
da presidência e embaixada dos Estados Unidos
no Brasil para pedir ao Lula e ao Obama para irem
a Copenhague. A capital dinamarquesa sediará,
entre os dias 7 a 18 de dezembro, a reunião
da ONU onde será definido o acordo que limitará
as emissões de gases de efeito estufa de
todos os países, depois de 2012, quando expira
o protocolo de Quioto.
A população será
incentivada a pedir que Lula se comprometa com o
desmatamento zero, a proteção dos
oceanos e o incentivo às energias renováveis.
No Recife, Rio de Janeiro e Manaus, o orelhão
funcionará até sexta-feira (27/11).
Depois ele segue para Belo Horizonte e Porto Alegre.
Confira a programação
O governo anunciou que levará
para Copenhague desvio entre 36% e 39% na curva
de crescimento projetada para 2020 de emissão
de gases do efeito estufa. “Para mostrar que o compromisso
é realmente sério, o presidente deveria
levar essas metas para Copenhague pessoalmente e
convidar seus pares, principalmente dos Estados
Unidos e China, a fazer o mesmo”, diz Gabriela Vuolo,
coordenadora da campanha de mobilização
da campanha de Clima do Greenpeace.
O Greenpeace defende o Desmatamento
Zero até 2015. Também propõe
que pelo menos 25% da eletricidade do país
seja gerada a partir de fontes renováveis
de energia como vento, sol, biomassa e pequenas
centrais hidrelétricas. O investimento nesta
área criaria 300 mil novos empregos diretos
no país nesse período, e 600 mil até
2030.
Além disso, cobra do governo brasileiro transformar
pelo menos 30% do território costeiro-marinho
do Brasil em áreas protegidas até
2020. Os oceanos são importantes reguladores
climáticos, pois absorvem o CO2 – principal
gás do efeito estufa – da atmosfera. Mantê-los
saudáveis é essencial para garantir
a continuidade desse serviço ambiental.
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pelo clima
26 de Novembro de 2009 - Onze
ativistas do Greenpeace estenderam um grande banner
em inglês, português e francês
com os dizeres “Obama, Lula e Sarkozy: Faça
história, salvem o clima”
Manaus, AM — O Teatro Amazonas amanheceu diferente
hoje. Onze ativistas do Greenpeace estenderam um
grande banner em inglês, português e
francês com os dizeres “Obama, Lula e Sarkozy:
Faça história, salvem o clima” na
fachada principal do prédio histórico,
construído no fim do século XIX.
O protesto aconteceu no mesmo
dia em que líderes da bacia amazônica,
além do presidente francês Nicholas
Sarkozy, representando a Guiana Francesa, se reuniram
para discutir uma proposta conjunta para a Conferência
do Clima da ONU que acontece no início de
dezembro em Copenhague.
“Não é hora de os
líderes mundiais se esconderem atrás
de declarações meramente políticas.
Para fazer história, eles devem construir
uma posição ambiciosa para Copenhague.
Alguns países em desenvolvimento estão
dispostos a negociar um acordo legalmente vinculante,
justo e efetivo no controle do aquecimento global,
mas falta liderança dos países industrializados
como EUA e UE ”, diz Paulo Adario, diretor da campanha
da Amazônia do Greenpeace.
Há duas semanas, o presidente
Lula apresentou um conjunto de ações
nacionais para reduzir as emissões brasileiras
até 2020. Apesar de ficar aquém do
que o Brasil poderia fazer, é um passo inicial
para avançar as negociações
em Copenhague e um desafio aos países desenvolvidos.
Para que o aumento da temperatura do planeta fique
bem abaixo dos 2ºC, limite máximo recomendado
pela ciência, os países industrializados
devem se comprometer com uma redução
mínima de 40% das emissões de gases
estufa até 2020, com base nos níveis
de 11000, e destinar ao menos US$ 140 bilhões
por ano para adaptação, mitigação
e proteção das florestas nos países
em desenvolvimento.
A proposta da UE é reduzir
entre 20 e 30% suas emissões e destinar de
U$ 22 a 55 bilhões anuais. Para se tornar
um verdadeiro líder global, o Presidente
Sarkozy deve pressionar o bloco para que as metas
sejam elevadas para os níveis apontados pela
ciência.
A meta dos americanos, que tramita
atualmente no Senado, prevê uma redução
de 17% em relação aos níveis
de 2005. Se comparada aos níveis de 11000,
esse número significa uma redução
de 3 a 4%, muito aquém dos 40% necessários.
Os americanos travam a discussão internacional
alegando que só poderão se comprometer
com metas após a aprovação
dessa lei.
“Os Estados Unidos são
o maior emissor histórico de gases do efeito
estufa e até hoje se recusam a assinar qualquer
tratado internacional de clima”, afirma Adario.
“O mundo não pode ficar refém da política
interna americana. O presidente Obama deve assumir
uma posição de liderança e
dar uma resposta rápida ao maior problema
da história da humanidade.”
Na reunião de hoje, os
líderes dos países da bacia Amazônica
precisam concordar em reduzir drasticamente as emissões
de gases estufa. Zerar o desmatamento nas florestas
tropicais é uma das maneiras mais eficientes
e baratas para combater o aquecimento global. Um
mecanismo de redução das emissões
pelo desmatamento e degradação (REDD)
que valorize a sobrevivência da floresta,
priorizando áreas ricas em biodiversidade
e os direitos dos povos indígenas e das comunidades
locais, deve ser um dos pilares do acordo de Copenhague.
O desmatamento das florestas tropicais
contribui com 20% das emissões globais de
gases do efeito estufa. Apesar de ter caído
em anos recentes, a destruição da
Amazônia responde por 52% das emissões
nacionais, colocando a Brasil na posição
de 4º maior emissor de gases estufa – o que
aumenta a responsabilidade do país para com
o futuro do planeta. Além disso, cientistas
prevêem que o aquecimento global pode transformar
até 40% da Amazônia em savana e colocar
em risco seu papel como importante regulador climático
e a existência de milhões de espécies.