Panorama
 
 
 

INVENTÁRIO BRASILEIRO: ANTES TARDE DO QUE NUNCA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2009

Posted on 26 November 2009 Em audiência no Senado, o ministro da Ciência e Tecnologia Sergio Machado Rezende anunciou na quarta-feira (25/11) os dados preliminares do 2º. Inventário Brasileiro de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa. Há anos o governo vem sendo cobrado por diversos setores da sociedade para que atualizasse o primeiro e único inventário de emissões brasileiras lançado em 2004, com base em dados referentes ao período de 11000 a 1994.

"A divulgação dos números do inventário de emissões brasileiras evidencia mais um gesto de compromisso do governo com a questão climática", afirma a secretária-geral do WWF-Brasil, Denise Hamú. "O inventário era esperado há bastante tempo e apesar da demora desejamos que estes dados sejam atualizados com uma periodicidade definida para apoiarem firmemente as políticas de redução de emissões". Com isso, o Brasil mostra que o assunto está sendo discutido nacionalmente com seriedade e clareza. Neste momento em que as negociações de clima em torno de um novo acordo estão tensas, é fundamental que o nosso país mostre liderança e engajamento", afirmou.

"Os números apresentados mostram que as emissões brasileiras aumentaram em 62% em 15 anos, saltando de 1,4 gigatoneladas em 11000 para 2,2 gigatoneladas de CO2 equivalente em 2005, período analisado pelo governo no documento. Segundo o ministro da Ciência e Tecnologia, esses dados devem ser levados à 15ª Conferência das Partes (COP 15) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, em dezembro.

O desmatamento contabilizou uma elevação de 70% em suas emissões no período, representando 57,5% do total do país. O segundo setor que mais contribuiu para o lançamento de gases de efeito estufa foi o de agricultura, com 22,1% do montante brasileiro mostrando crescimento de 41%.
"Neste momento em que o Código Florestal e a legislação ambiental correm o risco de sofrer um desmonte no Congresso Nacional, é importante que os parlamentares estejam também atentos às nossas emissões e aos riscos para o clima" afirma Carlos Rittl, coordenador do programa Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil. "Os ruralistas precisam entender que a agricultura depende muito do equilíbrio do clima e da chuva produzida pela floresta. Desmatar significa colocar a biodiversidade, o meio de vida das populações locais e toda a nossa economia em grande risco" acrescenta Rittl.
Esta semana, o WWF divulgou relatório que demonstra que se não houver reduções drásticas globais de emissões de gases do efeito estufa, até 70% da floresta Amazônica poderia ser perdida, acarretando prejuízos sociais, ambientais e financeiros para todo o país.

Outros setores
De acordo com o inventário, o setor energético aumentou suas emissões em 68% entre 11000 e 2005 e sua participação subiu de 15,8% para 16,4% do cenário nacional. Este aumento gera algumas dúvidas sobre as projeções apresentadas pelo governo ao anunciar o cenário tendencial e o cenário de redução de emissões para o Brasil em 2020. "Se em 15 anos houve um incremento de 68%, não entendemos como o governo estimou o aumento das emissões deste setor até de 2020 em 136% no cenário tendencial", afirma Rittl. "Esperamos que o governo torne públicos os seus cálculos, tanto para o cenário tendencial como para as metas de reduções nos diferentes setores", acrescenta. "Desta forma, poderemos entender as projeções e comparar as metas às nossas oportunidades de mitigação de emissões. Temos, por exemplo, um potencial de geração de energia da biomassa, eólica, solar, solar térmica e de biocombustíveis muito pouco explorado tanto em nossa matriz energética como nas metas atuais" conclui Rittl.

O WWF-Brasil defende também que a matriz elétrica seja diversificada com fontes alternativas não convencionais como solar e eólica. Segundo a Aneel, o potencial de geração de energia por meio de ventos no Brasil é de 143,4 gigawatts (GW), o equivalente a 10 Itaipus, e suprir 20% da demanda por eletricidade hoje no país.

O aumento de emissões na indústria foi de 39%, porém a participação do setor no cenário nacional teve queda de 2% para 1,7%. As emissões que mais cresceram foram de tratamento de resíduos: 77%. Sua participação, porém, ainda é pequena no total de gases emitidos pelo Brasil. Passou de 2% para 2,2%.
Segundo o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), o inventário brasileiro deverá ser finalizado em dezembro de 2010. No início do ano, haverá uma consulta pública sobre o documento. O trabalho é coordenado pelo MCT e elaborado por 150 instituições e cerca de 700 especialistas.

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Painel debate a gestão hídrica e ambiental do Pantanal

Posted on 24 November 2009
Por Geralda Magela
De Campo Grande
Como integrar a gestão dos recursos hídricos e a gestão ambiental na Bacia Hidrográfica do Alto Paraguai? Os desafios dessa gestão compartilhada foi o tema do painel A Gestão dos Recursos Hídricos e sua Integração com a Gestão Ambiental na região hidrográfica do Alto Paraguai, realizado nesta segunda-feira (23), em Campo Grande (MS), no VIII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos.

O painel foi organizado pelas instituições integrantes da Plataforma de Diálogos - iniciativa que reúne empresas e ONGs para discutir o pólo minero - industrial de Corumbá (MS) e teve como palestrantes especialistas acadêmicos e governamentais. Participaram como debatedores representantes da Plataforma, da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (Imasul).

Visão integrada - Em sua palestra, o professor de Gestão de pós-graduação em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos da Universidade de Brasília, Oscar de Moraes Cordeiro Netto, destacou que é preciso olhar a região como um todo quando se fala em gestão de recursos hídricos na Bacia Hidrográfica do Alto Paraguai (BAP). “A gestão de águas pressupõe o entendimento das funções que ocorrem na planície e no planalto”, enfatizou.

Outro ponto importante, de acordo com o professor, são os investimentos em ciência e tecnologia. “Dada à natureza do Pantanal, uma região frágil, única e diversa, ainda existem muitas demandas pelo conhecimento da sua dinâmica e do seu papel, por exemplo, na questão das mudanças climáticas”, afirmou.

Ele também ressaltou a necessidade de se colocar em prática ações de recuperação de áreas degradadas e de redução de impactos. Mas para isso, é fundamental o envolvimento de diversos atores , entre eles os estados e municípios, ONGs e o setor produtivo (produtores rurais, indústrias).

Para o professor, o diálogo entre os diferentes atores locais torna mais fácil a busca de soluções na escala do problema. “Não precisa necessariamente ser formado um comitê de bacias. Pode ser outro modelo de organização, desde que ele seja participativo”.

Netto afirmou que iniciativas como a Plataforma de Diálogos representam uma boa alternativa na busca de soluções para esse desafio. “Quando o setor produtivo e o terceiro setor chegam a um consenso, temos meio caminho andado. Fica mais fácil para o poder público implantar as ações”, resumiu.

Além das fronteiras - A Bacia Hidrográfica do Alto Paraguai (BAP) é uma região transfronteiriça, que engloba o Brasil, a Bolívia e o Paraguai. Essas características geográficas reforçam a necessidade de um diálogo não só com os atores brasileiros, mas também uma integração com os outros países.

De acordo com a consultora de Recursos Hídricos Celina Xavier de Mendonça, é preciso aprender a conversar, a pensar além das fronteiras. “Os rios são vistos como um fator de separação. Por que eles não podem ser um fator de integração? Afinal a água é a mesma”, questiona.

Para Mendonça, esse tipo de discussão no âmbito da Plataforma de Diálogos, com grandes usuários de água, como é o caso do setor minero - industrial é importante para se chegar às diretrizes da água. Ela acredita que a articulação regional por meio de uma bacia transfronteriça é muito importante porque abre portas para uma discussão maior, além das fronteiras. “Acredito que é mais fácil trabalhar essa questão regionalmente”, disse.

Planície e planalto- Os desafios da gestão compartilhada não se restringem aos limites das fronteiras entre países, mas também dos estados que compõem a região hidrográfica. Do lado brasileiro, a Bacia Hidrográfica do Alto Paraguai é partilhada por dois estados, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Embora boa parte da área inundada esteja no estado do Sul, é no planalto que nasce a maioria dos rios que abastecem o Pantanal. “A integração dos instrumentos públicos de gestão dos dois estados é fundamental para garantir o fluxo hidrológico do Pantanal e a sua conservação”, destaca o coordenador do Programa Pantanal do WWF-Brasil, Michael Becker. A ONG é uma das instituições do terceiro setor que participam da Plataforma de Diálogos.

Com o objetivo ampliar os debates e promover essa integração entre os estados, foi convidada para participar do painel a analista de Meio Ambiente e Secretária do Conselho Estadual de Recursos Hídricos, Sibelle Jakobi.

Sibelle apresentou a experiência do Mato Grosso na elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos. De acordo com ela, o Estado também enfrentou o desafio da gestão compartilhada, uma vez que os recursos hídricos estão divididos em três bacias hidrográficas – Amazônia, Alto Paraguai e Alto Tocantins.

A técnica da Secretaria de Meio Ambiente do Mato Grosso lembrou que o Estado é um fornecedor de água e, por isso, tem a responsabilidade de garantir a qualidade desse patrimônio que é de todos. Esse é um grande desafio. De acordo com ela, a região do Estado que apresenta uma situação mais crítica de pressão pelos recursos hídricos está justamente na área da Bacia do Alto Paraguai.

O painel teve como debatedores o superintendente adjunto de Apoio à Gestão de Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas (ANA), Victor Sucupira, e Eliane Ribeiro, do Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (Imasul).

O VIII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos da Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRH) foi aberto nesta segunda-feira (23) no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, em Campo Grande e prossegue até sexta-feira (26).

O que é a Plataforma?

A Plataforma de Diálogo é um novo formato de interlocução entre unges e empresas que têm como objetivo a busca de soluções para conciliar as necessidades do desenvolvimento do município de Corumbá com a conservação do Pantanal e que este processo promova transparência, debate e a participação da sociedade.

As ONGs participantes são Instituto do Homem Pantaneiro, Conservação Internacional, WWF-Brasil, Organização de Cidadania, Cultura e Ambiente (OCCA), Ecoa - Ecologia e Ação, Fundação Ecotrópica e Fundação Neotrópica, Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, e Fundação AVINA. Como observador do relatório está um representante do Ministério Publico de Mato Grosso do Sul.

Petrobras, MSGás, MMX, Vale e Vetorial Siderúrgica são as empresas que estão hoje participando da Plataforma, mas a idéia da iniciativa é fazer com que todas as empresas presentes na região adotem as sugestões de melhores práticas ambientais e sociais.

 


 

Fonte: WWF-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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