Governo do estado
apresenta os principais resultados da iniciativa,
que visa compatibilizar as atividades produtivas
com a preservação da natureza por
meio do gerenciamento integrado de uma rede de áreas
protegidas com mais de 10 milhões de hectares
Macapá, 04 de dezembro
de 2009 — Criado em 2003, o Corredor de Biodiversidade
do Amapá integra doze unidades de conservação
e cinco terras indígenas. São mais
de 10 milhões de hectares, ou quase 72% do
estado do Amapá, em uma das propostas de
conservação e desenvolvimento mais
inovadoras do mundo. Na sexta-feira, 04 de dezembro,
o governo do Amapá, com o apoio da organização
ambientalista Conservação Internacional
(CI-Brasil), comemora o aniversário dessa
iniciativa compartilhando com a sociedade informações,
avanços e desafios do Corredor por meio do
lançamento de publicações,
do site oficial e de vídeo sobre a biodiversidade
do estado e as estratégias para sua conservação.
O objetivo do Corredor de Biodiversidade
é conciliar a conservação da
natureza com o desenvolvimento social e econômico.
O Corredor do Amapá está inserido
na região do escudo das guianas, considerada
a maior área de florestas tropicais protegidas
do mundo. “No Amapá, nós temos um
governo que é um parceiro interessado em
desenvolver uma economia baseada no uso inteligente
dos recursos naturais, compatibilizando atividades
produtivas e a conservação. Assim,
podemos construir juntos um sistema efetivo e sustentável
e criar um modelo para replicação
em outras regiões do país”, afirma
Patrícia Baião, diretora do Programa
Amazônia da Conservação Internacional.
Implementar uma iniciativa desse
porte exige a mobilização de recursos
humanos, financeiros e tecnológicos. A CI-Brasil,
parceira da sociedade amapaense desde o início
do projeto, forneceu o apoio técnico necessário
para a construção da idéia
junto ao governo do Amapá e posteriormente
com a sociedade civil. A organização
produziu documentos de referência, organizou
reuniões de articulação e promoveu
parcerias. Com recursos de vários doadores,
a Conservação Internacional investiu
mais de 600 mil dólares de 2002 a 2008 no
Corredor de Biodiversidade do Amapá e vai
continuar investindo no Estado.
A criação do Corredor,
anunciada no congresso mundial de parques na África
do Sul, foi o início da construção
de um novo modelo de desenvolvimento para o Amapá.
“Eu acredito que não existe uma incompatibilidade
entre desenvolver e preservar, quando lancei o corredor
de biodiversidade do Amapá, em 2003, esse
compromisso teve duas frentes de trabalho. Primeiro
o planejamento com base legislativa e o segundo,
a produção de conhecimento”, afirma
Waldez Goés, governador do Amapá.
Na parte legal, foram criados o zoneamento ecológico
e econômico, a lei do ordenamento territorial
e de meio ambiente, a lei das florestas, a lei dos
recursos hídricos entre outras. Ao mesmo
tempo, foram criadas instituições
como o Instituto de Meio Ambiente do Amapá
e a Universidade do Estado do Amapá, com
cursos voltados às vocações
do estado.
A experiência no Amapá
é fundamental para a conservação
da Amazônia, a maior região de florestas
tropicais do planeta, a mais preservada e a mais
rica em espécies, representando 71,7% dos
9,2 milhões de km2 que ainda restam de florestas
tropicais no mundo. Portanto, discutir estratégias
para sua conservação e utilização
sustentável de seus recursos é urgente.
“Neste momento de discussão de mudanças
climáticas, temos modelos de projetos para
pagamento por serviços ambientais, como o
seqüestro de carbono, entre outros que estão
em estudo para aplicação no Amapá”,
explica Patrícia Baião. Um bom exemplo
para o Brasil enquanto o mundo discute a questão
climática nas próximas semanas em
Copenhague, durante a COP-15 na Dinamarca.
Amapá – Estado com uma
biodiversidade extraordinária em seu território,
distribuída em diferentes ecossistemas. Ao
norte, estão localizados os mais bem preservados
manguezais das Américas e mais ao sul, florestas
de várzea. No interior, diferentes ambientes
vão se sucedendo como campos de várzea,
campos de terra firme e florestas de terra firme,
o ambiente dominante e que cobre mais de 74% do
Amapá.
A Conservação Internacional
e o Instituto de Pesquisas Científicas e
Tecnológicas do Amapá (IEPA) realizaram
várias expedições para diferentes
ecossistemas do estado. Alguns dos lugares nunca
haviam sido visitados por pesquisadores. Mais de
1.300 espécies foram registradas, inclusive
com a descoberta de espécies novas para a
ciência.