Panorama
 
 
 

IAP CONSTATA NÍVEIS ALTOS DE TOXIDADE NO ATERRO DA CAXIMBA E NOTIFICA PREFEITURA

Panorama Ambiental
Curitiba (PR) – Brasil
Dezembro de 2009

O presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Vitor Hugo Burko, notificou, nesta quarta-feira (09), a prefeitura de Curitiba a indicar, em 15 dias, uma solução para o sistema de tratamento de efluentes do aterro da Caximba. Foi comprovado o lançamento de chorume do aterro sanitário diretamente no Rio Iguaçu e em níveis que superam em 60 vezes os padrões estabelecidos pela legislação ambiental. A notificação inclui a possibilidade de multa diária em função da desconformidade ambiental.

Os laudos emitidos pela diretoria de Estudos e Padrões Ambientais do IAP (Depan) apontam comprometimento da qualidade da água do rio, principalmente nos níveis de toxicidade, medidos pelos efeitos em daphnias (pequenos crustáceos de água doce, que servem de alimento para peixes). Em água de rios, a legislação permite fator 1 de toxidade para esse organismo vivo, sendo que o resultado obtido pelo IAP foi de 64.

A Depan realizou uma campanha completa de monitoramento da qualidade da água, em novembro, avaliando a qualidade do efluente lançado nas cavas do Rio Iguaçu e no próprio rio - antes e depois do local de lançamento do chorume. As coletas foram realizadas nos pontos chamados Caximba 03, Caximba 05, Caximba 06, Cava Preta e Caximba 14.

OXIGÊNIO – Outro parâmetro avaliado pelo IAP foi a Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), usada para mensurar a quantidade de matéria orgânica presente em um efluente ou corpo hídrico. O parâmetro de DBO permitido pela legislação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) é, no máximo, 5 miligramas por litro. Em um dos pontos monitorados, os níveis de DBO apresentaram índices de 56 miligramas por litro, dez vezes superior aos níveis permitidos.

“Níveis de DBO superiores aos padrões permitidos comprometem a quantidade de oxigênio dissolvido na água e, consequentemente, toda forma de vida aquática”, explica Ana Cecília Bastos Aresta Novacki, engenheira química do IAP.

Também foram avaliados os níveis de Demanda Química de Oxigênio (DQO) que, além do oxigênio, mede a presença de substâncias químicas. Os níveis de DQO permitidos são de 150 miligramas por litro e os resultados das análises apontaram níveis de 2.640 miligramas por litro.

CONSUMO – Com base no parecer técnico do IAP, Burko determinou a coleta de água em todos os poços de captação na região da Cachimba. “O IAP fará o monitoramento da água dos poços nas propriedades vizinhas ao aterro, para avaliar o nível de contaminação. Dependendo dos resultados, vamos comunicar a Secretaria de Saúde para que tome as providências necessárias.” A contaminação nas áreas vizinhas ao aterro é notória, pois a vegetação está secando.

Segundo ele, enquanto não forem implantadas as medidas de tratamento propostas pela prefeitura no plano de encerramento – tecnologia que pretende utilizar as cavas do rio com auxilio de vegetação para uma depuração adicional dos efluentes – persistirá a divergência entre o IAP e o órgão municipal em relação à qualidade do efluente final.

“Até a implementação desta nova tecnologia as áreas das cavas não podem ser consideradas parte do sistema de tratamento”, enfatiza Burko. Os laudos técnicos do IAP serão enviados para a prefeitura de Curitiba e Secretaria Municipal do Meio Ambiente, juntamente com a notificação.

+ Mais

Política de resíduos sólidos reduziu volume de lixo em aterros sanitários do Paraná

Reduzir em 30% as 20 mil toneladas de lixo geradas diariamente no Paraná tem sido a principal meta da política de resíduos sólidos implantada pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sema) e suas autarquias – Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e Instituto Paranaense das Águas/ Suderhsa.

Por meio do Programa Desperdício Zero, todos os grandes geradores e fabricantes de resíduos (como pilhas, baterias, pneus, vidros, entre outros) foram reunidos em fóruns setoriais e passaram a discutir formas de reciclagem, reaproveitamento e recolhimento dos produtos que disponibilizam no mercado.

“Algumas iniciativas encampadas pelo Paraná para reduzir o volume de lixo destinado aos aterros sanitários, aumentando sua vida útil, são pioneiras no Brasil”, declara o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues.

O Paraná foi o primeiro estado brasileiro a polemizar a discussão sobre os danos da sacola plástica e estimular o uso de sacolas retornáveis nas principais redes de supermercados. O Governo do Paraná também é o único que promove a coleta e a reciclagem do óleo de cozinha - garantindo o recolhimento de 10 mil litros de óleo mensalmente, em mais de mil pontos de recolhimento.

E como grande produtor agrícola, o Paraná trabalhou para alcançar a primeira colocação nacional, proporcionalmente, em número de embalagens de agrotóxicos recolhidas, sendo que há sete anos encontrava-se na 9ª posição. “Hoje, somos o estado pioneiro em recolhimento de embalagens de agrotóxicos, e os agricultores as entregam somente após a tríplice lavagem do produto, evitando qualquer tipo de contaminação”, explica o presidente da Suderhsa, João Samek. A Suderhsa é responsável pela campanha e também pela orientação técnica em projetos para construção de aterros sanitários, por meio da diretoria de saneamento ambiental.

Mais ações – O Programa Desperdício Zero conta hoje com mais de uma centena de instituições parceiras que constituem os Fóruns Setoriais dos fabricantes de pneus, lâmpadas, pilhas, baterias, vidro, embalagens de agrotóxicos, entre outros. Os fóruns estabelecem propostas e ações para os diferentes resíduos gerados nos municípios paranaenses. “Por meio dos fóruns colocamos frente a frente os grandes geradores e os recicladores. Ou seja, muitas vezes o que é lixo para um, pode ser resíduo para outro”, diz o secretário Rasca Rodrigues.

Uma das instituições parceiras é o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Derivados de Petróleo e Lojas de Conveniência do Paraná (Sindicombustíveis-PR) que, juntamente com a Sema e o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), lançou o Programa Jogue Limpo para recolhimento de embalagens de óleo lubrificante. O programa coleta mensalmente quase 11 toneladas de embalagens em mais de 156 municípios paranaenses, nas regiões Norte, Oeste e Curitiba e RMC.

A meta é abranger todo o Estado, de acordo com o presidente do Sindicombustíveis-PR, Roberto Fregonese. “Assim, no Paraná as embalagens deixarão de ser um fator de risco para o meio ambiente e passarão a ser material para confecção de diversos produtos. Com esta cadeia produtiva sustentável estamos fazendo a nossa parte”, enfatizou.

O Programa Desperdício Zero também é responsável pelo Programa ‘Recicla ação’, desenvolvido em parceria com a empresa Tetra Pak; pelo Manual da Cozinha Alternativa para o reaproveitamento de alimentos; pelo lançamento da primeira campanha de recolhimento de vidro - em parceria com a Associação Brasileira de Vidros (ABIVIDRO); e também pelo monitoramento e destinação das garrafas “long neck”.

O Programa promoveu mais de 700 oficinas, formando multiplicadores para a montagem do aquecedor solar feito de garrafas pet e caixas de leite longa vida. O aquecedor ecológico resulta em economia de energia e ainda retira resíduos do meio ambiente.

Laerty Dudas, coordenador do Programa Desperdício Zero, considera que grande parte do problema da degradação ambiental é ocasionada pelo tratamento e disposição inadequados de resíduos.

Para ele, o avanço da indústria pós-consumo pode auxiliar na resolução de alguns passivos ambientais, como as embalagens tipo longa-vida. “O que a gente tem de entender é que a indústria pós-consumo depende da indústria de vibra virgem, pois uma alimenta a outra. Agora, a pós-consumo pode ajudar a resolver alguns passivos ambientais, como as embalagens de longa-vida, que estão entre os piores resíduos não reciclados”, avaliou o coordenador.

Ao todo, mais de 200 mil pessoas já foram capacitadas pelo programa Desperdício Zero para atuarem como agentes multiplicadores no processo de implantação da coleta seletiva municipal. O programa produziu diferentes publicações direcionadas aos municípios e empresas – entre elas a ‘Versão Verde’, material de 532 páginas, contendo informações sobre os diferentes tipos de resíduos, riscos à saúde, forma de coleta, processo e produtos resultantes da reciclagem.

Outra importante ação da Secretaria do Meio Ambiente é das oficinas de reciclagem de banners, transformados em bolsas e outros acessórios. A Secretaria recebe doações e oferece as oficinas nos municípios, que já garantiram a reutilização de mais de cinco mil metros quadrados de banners, transformados em sacolas e outros materiais.

Exemplo – Todas as instituições da administração pública estadual substituíram o tradicional papel branco usado em cartões, recibos, papéis timbrados, publicações, processos e embalagens, por exemplo, pelo produto reciclado. O decreto regulamentando a Lei 15.696, que dispõe sobre a utilização de materiais de expediente confeccionados em papel reciclado, foi sancionado em novembro do ano passado pelo governador Roberto Requião.

+ Mais

IAP emitiu 149 licenciamentos para construção de aterros desde 2003

O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) – autarquia da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos - garantiu, nos últimos sete anos, o licenciamento de 149 aterros sanitários, a construção e entrega de outros 35, e mais 17 em fase de finalização. Neste período foram solucionados problemas históricos como os lixões de Guaraqueçaba – em fase de construção - e também os de Paranaguá e Ponta Grossa, que estão prestes a ser solucionados.

Outra importante iniciativa adotada pelos órgãos ambientais durante o atual governo foi o fim, em caráter definitivo, do uso da vala séptica para lixo hospitalar. Situado na Cidade Industrial de Curitiba, o depósito estava sendo utilizado por Curitiba e mais 14 municípios da Região Metropolitana desde 1988. Com o fechamento da vala, a responsabilidade sobre os resíduos gerados nas unidades municipais de saúde passou a ser das prefeituras, e os geradores particulares - hospitais, farmácias, clínicas veterinárias e odontológicas, entre outros – são responsáveis por sua própria produção.

De acordo com o secretário do Meio Ambiente, Rasca Rodrigues, o Estado tem cumprindo o seu papel, no sentido de licenciar, fiscalizar e monitorar a destinação adequada dos resíduos sólidos. “Conforme as competências legais, estamos promovendo a recuperação do passivo ambiental, preservando a qualidade dos recursos hídricos e a integridade dos nossos recursos naturais”, afirma o secretário.

Exemplos - Municípios como Toledo, Cascavel, Foz do Iguaçu, Bituruna, Tibagi, General Carneiro e Cruz Machado apostaram em alternativas de reciclagem e estão com seus aterros sanitários em perfeito funcionamento, devido à forma de operação e a redução no volume de lixo que é destinado às áreas. “Todos estes municípios contaram com o apoio técnico do IAP para licenciamento e operação dos seus aterros sanitários”, declara o presidente do IAP, Vitor Hugo Burko.

O apoio foi através do programa ‘Eco Lixo Útil’ que, segundo Burko, foi criado a partir das dificuldades encontradas pela maioria das cidades para a instalação e manutenção de um aterro sanitário, constatadas nas vistorias do IAP. No município de Candói, por exemplo, um aterro sanitário construído para 15 anos de uso teve seu espaço saturado em apenas três anos.

“Isso se deve à falta de políticas de reciclagem ou a operação incorreta do aterro”, explica a coordenadora de resíduos sólidos do IAP, Adriana Ferreira. Com base nesta realidade, o programa concentrou seus esforços em parcerias técnicas com os municípios, visando alternativas eficazes que não comprometessem o meio ambiente.

“Trata-se de um projeto audacioso e revolucionário que, além de solucionar o problema ambiental, está contribuindo na geração de empregos e renda para a população paranaense”, destaca Burko.

O IAP está assinando protocolos de intenções com os municípios paranaenses que querem solucionar o problema de falta de aterro ou má operação. O protocolo visa, entre várias propostas, incentivar a compostagem doméstica, auxiliar nos processos de licenciamento e estimular o uso efetivo de tecnologias adequadas ao gerenciamento integrado de resíduos sólidos. Além disso, cabe ao IAP monitorar e fiscalizar a destinação adequada dos resíduos rurais e urbanos.

O município de Tibagi, por exemplo, desenvolveu em parceria com o IAP o programa “Recicla Tibagi”, que contempla a recuperação da área degradada pelo antigo lixão do município com drenagem e tratamento dos líquidos, recomposição de vegetação com espécies nativas de pequeno porte e instalação do sistema de exaustão de gases. “Desde o início da operação todo lixo produzido na cidade já está tendo destino correto”, destaca o presidente do IAP.

“A compostagem de materiais orgânicos é uma das propostas do IAP que tem reduzido o desperdício e gerado empregos”, informa ele. Segundo Burko, a próxima etapa do convênio prevê a capacitação de técnicos regionais e, posteriormente, a implantação de usinas de reciclagem.

Falta de áreas – Para o presidente do IAP, entre os principais problemas enfrentados pelos municípios paranaense que possuem lixão a céu aberto é a falta de área para construção do aterro. “Isso porque nenhuma comunidade aceita o fato de viver ao lado de uma área que recebe lixo”, afirma.

Além de Curitiba e Ponta Grossa, que estão tentando solucionar a destinação futura do lixo gerado, municípios da região Oeste como Céu Azul, Santa Tereza do Oeste e Vera Cruz do Oeste também não têm onde colocar o lixo que geram. “Estas cidades não possuem nem áreas previstas ou passíveis de licenciamento para implantação de aterros. Neste caso, sugerimos a implantação de consórcios municipais para eliminar lixões a céu aberto, bem como a criação de cooperativas para a reciclagem dos resíduos”, explicou Burko.


 

Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Paraná
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

Universo Ambiental  
 
 
 
 
     
SEJA UM PATROCINADOR
CORPORATIVO
A Agência Ambiental Pick-upau busca parcerias corporativas para ampliar sua rede de atuação e intensificar suas propostas de desenvolvimento sustentável e atividades que promovam a conservação e a preservação dos recursos naturais do planeta.

 
 
 
 
Doe Agora
Destaques
Biblioteca
     
Doar para a Agência Ambiental Pick-upau é uma forma de somar esforços para viabilizar esses projetos de conservação da natureza. A Agência Ambiental Pick-upau é uma organização sem fins lucrativos, que depende de contribuições de pessoas físicas e jurídicas.
Conheça um pouco mais sobre a história da Agência Ambiental Pick-upau por meio da cronologia de matérias e artigos.
O Projeto Outono tem como objetivo promover a educação, a manutenção e a preservação ambiental através da leitura e do conhecimento. Conheça a Biblioteca da Agência Ambiental Pick-upau e saiba como doar.
             
       
 
 
 
 
     
TORNE-SE UM VOLUNTÁRIO
DOE SEU TEMPO
Para doar algumas horas em prol da preservação da natureza, você não precisa, necessariamente, ser um especialista, basta ser solidário e desejar colaborar com a Agência Ambiental Pick-upau e suas atividades.

 
 
 
 
Compromissos
Fale Conosco
Pesquise
     
Conheça o Programa de Compliance e a Governança Institucional da Agência Ambiental Pick-upau sobre políticas de combate à corrupção, igualdade de gênero e racial, direito das mulheres e combate ao assédio no trabalho.
Entre em contato com a Agência Ambiental Pick-upau. Tire suas dúvidas e saiba como você pode apoiar nosso trabalho.
O Portal Pick-upau disponibiliza um banco de informações ambientais com mais de 35 mil páginas de conteúdo online gratuito.
             
       
 
 
 
 
 
Ajude a Organização na conservação ambiental.