22 de Dezembro de 2009 - Luana
Lourenço - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - O desmatamento da Amazônia
em novembro atingiu pelo menos 75 quilômetros
quadrados (km²) de floresta,
de acordo com o Instituto do Homem e do Meio Ambiente
da Amazônia (Imazon). Em relação
a novembro de 2008, quando a derrubada foi de 61
km², houve aumento de 21%.
No acumulado de agosto a novembro
– os quatro primeiros meses do calendário
oficial do desmatamento – a devastação
já soma 757 km², 29% maior que no mesmo
período do ano passado, quando o acumulado
foi de 586 km². O dado confirma a tendência
de crescimento do desmate na Amazônia registrada
pelo Imazon em outubro.
Os números divulgados hoje
(22) mostram que em novembro o Pará foi responsável
por 69% do desmatamento, com 51 km². O Amazonas
aparece em segundo lugar, com 8 km² (11% do
total) de novas áreas desmatadas, seguido
por Mato Grosso, com 5 km² (6% do total registrado
no período).
O levantamento também destaca
as áreas de florestas degradadas, ainda em
processo de desmate, que em novembro somaram 29
km². Por causa da cobertura de nuvens, foi
possível observar 68% da região. “A
região não mapeada corresponde a grande
parte do Amapá (76% do Estado) e 51% do Acre”,
de acordo com o relatório.
A estimativa do Imazon é
paralela aos números oficiais de alerta de
desmatamento, calculados pelo Instituto de Pesquisas
Espaciais (Inpe), que só deve divulgar os
dados de novembro no próximo ano.
Há um mês, o Inpe
anunciou a taxa anual de desmatamento da Amazônia
Legal, medida de agosto de 2008 a julho de 2009,
quando a floresta perdeu 7.008 km², menor resultado
dos últimos 21 anos.
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Especialista questiona estudo
que aponta pecuária como responsável
por 50% das emissões brasileiras
14 de Dezembro de 2009 - Bruno
Bocchini - Repórter da Agência Brasil
- São Paulo - O professor do Instituto de
Física da Universidade de São Paulo
(USP) e membro do Painel Intergovernamental de Mudanças
Climáticas (IPCC) Paulo Artaxo faz ressalvas
ao estudo que mostrou a pecuária como responsável
por aproximadamente 50% das emissões de gases
de efeito estufa brasileiras.
Na última semana, estudo
realizado por membros da Universidade de Brasília
(UnB), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe) e da organização não
governamental (ONG) Amigos da Terra – Amazônia
Brasileira mostrou que a pecuária emite aproximadamente
1.000 milhões de toneladas (Mton) de gases
de efeito estufa por ano, ante uma produção
total no país de 2 mil a 2,2 mil Mton anuais.
Para o pesquisador, o estudo apresentado
incluiu na conta da pecuária as emissões
advindas das queimadas para abertura de pastos.
“A pecuária, em si, contribui diretamente
com cerca de 17% das emissões de gases de
efeito estufa, de acordo com cálculos feitos
pelo Cena [Centro de Energia Nuclear na Agricultura
da USP] de Piracicaba. Na verdade, não é
correto incluir desmatamento da Amazônia no
setor da pecuária, embora a gente saiba que
essa atividade é um dos grandes vetores do
desmatamento”, disse Artaxo.
A pesquisa indicou três fontes principais
de emissões de gases de efeito estufa pela
pecuária: o desmatamento para formação
de pastagens e queimadas da vegetação
derrubada; as queimadas de pastagens; e a fermentação
entérica do gado (gases produzidos durante
a digestão dos alimentos). O estudo destacou
que a maior contribuição da pecuária
às emissões se deve ao desmatamento
para formação de novas pastagens na
Amazônia.