Sex, 18 de Dezembro de 2009
- O cumprimento das metas estabelecidas pelo Projeto
Estruturador de Revitalização da Bacia
do Rio das Velhas – Meta 2010, em 2009, revela um
avanço na proposta de navegar, nadar e pescar,
além de garantir, como um todo; a qualidade
da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas.
“Estamos terminando o ano com um saldo positivo.
O Rio das Velhas está voltando a ser efetivamente
um rio. Antes, podíamos dizer que na região
metropolitana ele era apenas um canal de esgoto,
hoje, podemos afirmar que ele volta a ser um rio”,
ressalta a coordenadora executiva do Projeto, Myriam
Mousinho.
Avanços como o desenvolvimento
do Programa de Saneamento Ambiental do Ribeirão
da Mata, os lançamentos de esgoto eliminados,
o manejo integrado de sub-bacias, as caravanas de
conscientização, o diagnóstico
“Velhas Sustentável”, que identifica os principais
problemas da bacia e propõe ações,
a Expedição “Festivelhas 2009”, são
algumas das vitórias do Projeto Estruturador
Meta 2010.
Em uma avaliação
realizada pelo professor da Faculdade de Medicina
da UFMG e Coordenador do Projeto Manuelzão,
Marcus Vinícius Polignano, as ações
na área de saúde e social também
melhoraram muito desde o início do programa
em 2003, principalmente no que se refere à
coleta e tratamento do esgoto sanitário e
à disposição adequada do lixo.
Ele citou como exemplo o índice socioeconômico
medido pelo indicador de mortalidade infantil que
vem tendo uma redução contínua
na região metropolitana de Belo Horizonte,
em decorrência das ações propostas
pela Meta 2010. Polignano explicou que os indicadores
de saúde, especialmente com relação
ao controle de doenças infecciosas e ao índice
de mortalidade infantil conseguem demonstrar o resultado
positivo das ações realizadas dentro
do Projeto Estruturador.
Segundo Polignano o problema da
ocupação humana desordenada e o crescimento
populacional em alguns municípios da bacia
ainda comprometem a qualidade das águas e
o programa de revitalização do Rio
das Velhas. Ainda segundo Polignano, de acordo com
dados do IBGE, outro problema é a correlação
com o índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Esses dados indicam que quanto maior o IDH, menor
o índice de qualidade da água (IQA),
ou seja, onde a urbanização é
maior o IQA é menor. “Precisamos adequar
o modelo de urbanização com o convício
pacífico com os cursos d´água”,
afirma.
Outro indicador que reflete a
melhoria do rio é o volume de esgoto coletado
e tratado pela companhia de Saneamento de Minas
Gerais (Copasa), que passou de 41 milhões
de m3 em 2003 para 85 milhões de m3 em 2008
e 109 milhões em 2009. A previsão
é que até 2010 sejam tratados cerca
de 127 milhões de m3 de esgoto com a intensificação
das ações de coleta e tratamento de
esgoto na Bacia do Velhas.
Segundo dados da Copasa foram
aplicados, entre 2004 e 2008, R$ 570 milhões
no Projeto Estruturador. Até 2010 serão
mais R$ 1000 milhões, totalizando cerca de
R$ 1,3 bilhão investidos em 172 obras de
infra-estrutura. Entre as principais ações
estão a construção de Estações
de Tratamento de Esgoto (ETEs) e o desenvolvimento
de programas como o caça-esgoto para ampliar
a extensão das redes coletoras e implantar
interceptores de esgoto, além da construção
de Unidade de Tratamento de Resíduos (UTR)
na Estação de Tratamento de Água
ETA) de Bela Fama em Nova Lima. Os lançamentos
irregulares de esgoto, já identificados e
interligados ao sistema da Copasa, somam 727 na
área da Meta 2010.
Diversas ações previstas
em outros projetos estruturadores como a consolidação
da gestão de recursos hídricos em
bacias hidrográficas, que prevê o cadastro
de usos e usuários de recursos hídricos,
a cobrança pelo uso dos recursos hídricos
na bacia do Velhas, o sistema estadual de informações
sobre recursos hídricos e a outorga para
lançamento de efluentes com o projeto piloto
na sub-bacia do Ribeirão da Mata, são
contribuições muito significativas
no avanço da Meta 2010.
Além disso, a contribuição
do Programa Minas sem lixões com a implantação
de sistemas de disposição final adequada
de lixo e a implantação da coleta
seletiva nos municípios da região
metropolitana de Belo Horizonte e a ampliação
e recuperação da vegetação
nativa dentro do Projeto Estruturador para Conservação
do Cerrado e Recuperação da Mata Atlântica
se somam aos objetivos alcançados pelo Projeto
de Revitalização do Velhas.
“2010 é um marco, mas não
é o fim. Agora precisamos concentrar as ações
por sub-bacias. Cada intervenção deve
ter um foco diferenciado e deve ser avaliado individualmente”,
finaliza Marcus Vinícius Polignano.
Fonte: Ascom/ Sisema