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EMISSÃO DE GASES DO EFEITO ESTUFA: UMA APURAÇÃO COMPLICADA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2009

25 de Dezembro de 2009 - Paulo Machado - Ouvidor da Agência Brasil - Brasília - Nunca ouvimos falar tanto sobre a emissão do carbono e outros gases e seus efeitos sobre a atmosfera terrestre. A imprensa de um modo geral corre atrás para tentar explicar como e por quem são gerados os gases que provocam efeito estufa e suas consequências para o aquecimento global. Mas sequer entre os estudiosos há consenso. Portanto, este é um debate que aos poucos vai tomando conta da agenda da sociedade e da pauta dos veículos de comunicação que tentam reproduzi-lo ou até mesmo influenciá-lo.

Por enquanto, há mais perguntas do que respostas. Reunidos na Conferência de Copenhague – a COP-15, representantes de 194 nações constataram que há mais dissensos do que consensos que levassem a um acordo sobre as metas de redução dos gases que aquecem a temperatura média terrestre. A Agência Brasil cobriu o evento mas ainda não aprofundou a apuração sobre o assunto conforme prometeu a seus leitores em novembro passado.

Naquela oportunidade o leitor Mauri Alexandrino escreveu para esta Ouvidoria solicitando esclarecimentos sobre a notícia Cada brasileiro emite por ano 10 toneladas de gás carbônico, informa Inpe, publicada dia 18 de novembro. A agência respondeu que a afirmação havia sido feita pelo “cientista Carlos Nobre em depoimento ao Congresso Nacional. O cientista não apresentou, na ocasião, a metodologia de seu estudo.”, mas comprometeu-se em apurar a informação “para melhor compreensão do assunto.” Sem a informação de como o cientista chegou à essa conclusão a sua declaração ficou sem sentido para os leitores e assim permanece até o presente momento.

Especificamente em relação à emissão de de gases de efeito estufa, a matéria Especialista contesta estudo que aponta pecuária como responsável por 50% das emissões brasileiras , publicada dia 14 de dezembro, mostra apenas que sequer entre os estudiosos há unanimidade sobre a forma de calcular e de explicar as suas possíveis causas.

Diversos estudos comprovaram que a emissão de gases que provocam efeito estufa está intimamente associada aos processos produtivos que geram os produtos e serviços que consumimos, ou seja, envolve nosso modo de vida e de consumo que se revela cada vez mais insustentável tanto do ponto de vista ambiental quanto do social e econômico. Mas, explicar como isso ocorre na prática, em linguagem que o cidadão compreenda, é o grande desafio. A ABr publicou o infográfico Um novo acordo pra o clima bastante esclarecedor sobre as negociações em curso, elaborado a partir de informações fornecidas pela organização ambientalista Greenpeace. Em outro, que mostra a linha do tempo, são expostas as diversas etapas de como evoluíram essas negociações, mas a essência do que está sendo discutindo ainda carece de um aprofundamento para que o leitor possa entender e se posicionar sobre as políticas públicas que visam a amenizar o problema.

Tudo leva a crer que a humanidade está chegando a uma encruzilhada em que decisões que afetarão a vida de todas as pessoas precisam ser tomadas. A ciência, a economia e a política, bem como as demais atividades humanas tentam encontrar opções que mudem os rumos da história, mas qualquer decisão coletiva dependerá fundamentalmente das decisões que cada indivíduo tomará e para isso é preciso mais do que nunca de informação de qualidade, livre dos interesses de poderosos grupos econômicos. Daí a necessidade da agência pública aprofundar a apuração para qualificar este debate – esse não é apenas mais um assunto da pauta, mas talvez seja o assunto decisivo para o momento histórico em que vivemos.

Como disse o economista Paulo Timm em sua coluna COP-15 – Balanço e perspectivas, publicada em 21/12/09, no site www.cartapolis.com.br : “Não será apenas o fracasso de uma reunião de grande líderes que poderá salvar ou condenar o planeta. Essa responsabilidade é do conjunto da sociedade: cidadãos, famílias, sociedade organizada, empresas, ONGs, entre outros. O formato, aliás, da reunião de Copenhague é que está errado. Continuamos insistindo em modelos de representação e tomada de decisões que já não respondem às exigências de uma sociedade altamente tecnológica e com processos decisórios cada vez mais complexos. O homem dito público, neste modelo, está em crise há tempos. Há uma contradição insanável nas sociedades republicanas modernas entre o processo de representação e a genealogia de uma elite beneficiária desse processo: partidos políticos, administradores eleitos por períodos e representantes parlamentares detentores de mandatos delegados que se eternizam em seus cargos e impedem o aprofundamento da verdadeira democracia. Assim, o sistema político, no mundo inteiro, entra em crise de legitimidade e perde sua capacidade para tomar decisões que realmente interessam à sociedade. Representa, sim, cada vez mais, os grupos de interesses altamente organizados, primeiro deles o do mundo econômico que imprime o culto ao sacrossanto dinheiro, através do qual se chega ao PIB.”
Até a próxima semana.

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Lula deve receber proposta de atualização do Código de Mineração em janeiro

23 de Dezembro de 2009 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A proposta do governo para atualização do Código de Mineração será enviada ao Congresso Nacional em dois projetos de lei: um para o código e outro específico sobre a cobrança de royalties para o setor. O ministro de Minas de Energia, Edison Lobão, disse hoje (23) que pretende enviar os textos para avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na primeira quinzena de janeiro.

O novo código vai substituir a legislação atual, elaborada em 1967, e considerada ultrapassada pelo governo e representantes da iniciativa privada.

Lobão disse que a pasta está concluindo “entendimentos” com o Ministério da Fazenda para chegar a uma definição sobre a cobrança dos royalties. Segundo o ministro, a ideia é “conectar os royalties aos demais tributos” para não onerar as empresas e garantir competitividade ao setor.

“Temos que fazer uma avaliação dos tributos que são cobrados desse setor para depois decidirmos sobre os royalties, porque pode haver o caso em que o royalty é baixo, porém podemos ter paralelamente impostos que outros países não pagam.”

Atualmente as empresas de mineração que atuam no Brasil repassam 2% da receita bruta em royalties, percentual considerado muito baixo pelo ministro. “Outros países chegam a cobrar 8% ou 10%”, comparou.

O ministro participou hoje da cerimônia de posse do novo diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Julião Coelho, e da recondução do diretor Edvaldo Santana, que ficará por mais quatro anos na agência.


 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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