20/12/2009 - Ao sair na madrugada
de sábado (19/12) do plenário da Conferência
de Mudança do Clima das Nações
Unidas, em Copenhague (Dinamarca), após horas
de intensas negociações, o ministro
do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse que estava
vivendo "um dos dias mais tristes" de
sua vida. Para ele, a chamada COP-15 foi "uma
frustração", embora com "alguns
poucos avanços".
Após dias e dias de negociações
com lideranças de outros governos, Minc saiu
convencido de que os Estados Unidos foram os grandes
responsáveis "por esse clima ruim",
já que, sem "mandato para negociar",
pois seu plano de reduções de emissões
de gases-estufa sequer fora aprovado pelo Senado
dos EUA, apresentaram metas muito tímidas.
Minc passou a noite de sexta-feira
e a madrugada deste sábado em intensas negociações
em reunião em que ministros de 30 nações
acordaram um texto básico que, ao ser levado
a plenário, foi rejeitado por alguns países,
como Cuba, Nicarágua e Venezuela, o acabou
por inviabilizar sua aprovação, já
que, nos encontros da ONU, é preciso haver
consenso mínimo para aprovação
de documentos básicos.
Para o ministro do Meio Ambiente
do Brasil, a COP-15 foi marcada por posições
egoístas de países, com "cada
um olhando para o seu umbigo", e até
mesmo ideológicas, como foi o caso de nações
com a Venezuela e Cuba que, sem nunca terem se destacado
nas lutas ambientais, teriam rejeitado o acordo
final apenas para se contrapor ao Estados Unidos
- um dos maiores fiadores do documento que foi levado
a plenário e acabou rejeitado.
De qualquer forma, Minc acha que
algumas poucas, mas importantes questões
tiveram algum tipo de avanço, o que viabilizou
que sejam melhor discutidas ao longo deste ano,
como a questão do pagamento de ações
para se manter as florestas em pé, dentro
do chamado Mecanismo Redd, e a do financiamentos
para ações de adaptação
a efeitos do aquecimento global, nos países
mais pobres, e de mitigação, nos países
emergentes que são grandes emissores de gases
de efeito estufa..
Minc lembrou que, apesar do clima
de frustração, o Brasil vez sua parte,
apresentando "metas ousadas" de emissões
evitadas de CO2, entre 36% e 39%, em 2020, e "suando
a camisa" para que prevalecesse um acordo legal
de alto nível ao final da COP-15, o que infelizmente
não ocorreu.
Mas agora, acrescentou, é
hora de não se ficar parando, com o Brasil
"arregaçando as mangas" para que
suas metas de redução de gases-estufas
sejam cumpridas, pelo bem do planeta. "Alguns
passos foram dados, embora tímidos. Temos
que analisar isso agora com muita profundidade,
para impedir que isso volte a acontecer. É
hora agora de mobilizar a sociedade, para fazermos
a nossa parte."