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ORGÂNICOS - CERTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA SÓ SERÁ EXIGIDA A PARTIR DE 2011

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2009

28 de Dezembro de 2009 - Da Agência Brasil - Valter Campanato/Abr - Brasília - Bananeira cultivada pelo método de produção orgânica - Brasília - A certificação obrigatória dos produtos orgânicos, que será exigida a partir de 31 de dezembro de 2010, vai além de seu objetivo – a regulamentação do mercado, inclusive com os mecanismos de controle a cargo do Estado. A exigência entraria em vigor hoje (28), mas o prazo para os produtores se adaptarem foi prorrogado até o final do ano que vem.

Para os envolvidos no processo, é preciso também derrubar mitos, dos quais o principal é a crença generalizada de que os produtos orgânicos são muito mais caros do que os convencionais.

Apesar da crescente demanda, a agricultura orgânica ainda ocupa pouco espaço nas 5,2 milhões de propriedades rurais do país.

Dados do Censo Agropecuário 2006, divulgado em setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que apenas 1,8% do total de produtores usam tal técnica.

Os ramos mais frequentes são a pecuária e criação de outros animais (41,7%) e a produção de lavouras temporárias (33,5%). A maior parte dos produtos, no entanto, é voltada à exportação (60%), especialmente para o Japão, os Estados Unidos e a União Europeia.

A preocupação com a saúde e o meio ambiente é um dos fatores que explicam o aumento da procura por alimentos orgânicos, em todo o mundo. Na produção orgânica, não podem ser usados agrotóxicos, adubos químicos e sementes transgênicas, e os animais devem ser criados sem uso de hormônios de crescimento e outras drogas, como antibióticos.

Além de produzir alimentos considerados mais saudáveis, na agricultura orgânica, o solo se mantém fértil e sem risco de contaminação. Os agricultores também ficam menos expostos, já que a aplicação de agrotóxicos, sem os devidos cuidados, é nociva à saúde.

Para controlar esse modo de produção, ainda com carência de dados sobre a quantidade de produtores e a área ocupada e de políticas públicas para seu desenvolvimento, o governo criou o Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (Sisorg), cujo selo será permitido a partir do momento em que o produtor estiver de acordo com as novas regras. O selo deverá estar em todos os produtos orgânicos brasileiros. A exceção é para os produtos vendidos diretamente por agricultores familiares.

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Orgânicos - Agricultores associam respeito ao meio ambiente e aos animais

28 de Dezembro de 2009 - Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil - São Paulo - Azia e desconforto constante no estômago são sintomas que o agricultor Paulo César de Castro relaciona aos agrotóxicos usados para impedir o ataque de pragas na lavoura de batatas. “Tinha o estômago ruim o tempo todo. Sempre que ia fazer uma pulverização, sentia muita azia”, diz.

O mal-estar causado pela aplicação do veneno foi um dos fatores que levaram Castro a trocar o modelo convencional pelo plantio de alimentos orgânicos há dez anos. “[Comecei a plantar orgânicos] por medo de ser contaminado ou contaminar alguém com agrotóxico. Se vem na embalagem que é veneno, boa coisa não é”, afirma o produtor.

Depois que começou a trabalhar com produtos orgânicos, conta Castro, o mal-estar “foi sumindo aos poucos e graças a Deus acabou". Ele foi um dos primeiros produtores a aderir à cultura sem defensivos ou aditivos químicos no município de Gonçalves, em Minas Gerais. Com cerca de 5 mil habitantes, o município, localizado na Serra da Mantiqueira, no sul de Minas Gerais, está se tornando um importante produtor de alimentos.

A preocupação com a conservação do meio ambiente também foi um dos fatores que fizeram com que Castro mudasse a forma de cultivo. “[O agrotóxico] contamina o solo, contamina a água. Quando você faz uma lavoura muito grande, acaba que em uma chuva muito forte desce tudo para as águas. A consciência pesa”.

A preocupação com o bem-estar dos animais também é lembrada por quem opta por alimentos orgânicos, ressalta a veterinária Ísis Mari, autora de uma pesquisa sobre as diferenças entre ovos orgânicos e convencionais. “Quando a pessoa conhece um pouco mais sobre o sistema de produção de ovos, fica mais sensível à questão do bem-estar animal.”

De acordo com a veterinária, a produção convencional das granjas gera muito sofrimento para as galinhas. Nas granjas, as aves têm o bico cortado para evitar que se machuquem, mas as brigas são constantes devido à falta de espaço. As aves também se ferem e deformam os pés nas grades onde ficam presas.

Na criação orgânica, as aves têm mais espaço e sofrem menos, garante a veterinária. Além disso, diferentemente das criadas em granjas tradicionais, as aves não recebem antibióticos e outros remédios para acelerar o crescimento. Ísis Mari diz que, apesar dos resíduos dessas substâncias encontrados nos ovos serem apontados internacionalmente como seguros, os consumidores de orgânicos preferem não ingeri-las.

No entanto, os custos do modo de criação diferenciado, inclusive com a alimentação das aves, acabam fazendo com que os ovos orgânicos custem até três vezes mais do que os convencionais. Ísis Mari destaca que as pessoas pagam o preço por causa de seus “ideais”, mas reconhece que os ovos orgânicos não têm valor nutricional maior do que os tradicionais.


 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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