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ORGÂNICOS - REGIÃO NORTE É A QUE MENOS CONSOME ESSE TIPO DE ALIMENTO NO PAÍS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2009

28 de Dezembro de 2009 - Amanda Mota - Repórter da Agência Brasil - Manaus - A produção e o consumo de alimentos orgânicos no Norte do país ainda está “engatinhando” em comparação com as demais regiões. De acordo com a Comissão da Produção Orgânica do Pará (CPOrg-PA), a Região Norte é responsável por apenas 2,6% da venda de orgânicos no Brasil e é a que menos consome esse tipo de produto.

Levantamento da prefeitura de Belém indica que a agricultura orgânica concentra-se nas regiões Sudeste (60% da produção e comercialização) e Sul (25%). Na Amazônia, a produção ainda é incipiente, afirma a coordenadora da comissão, Martha Parry.

Martha atribui a pequena produção a fatores como o alto custo para a certificação dos orgânicos e a falta de capacitação técnica na região, o que inviabiliza a participação de maior número de pessoas na atividade. A certificação de alimentos orgânicos no país é feita atualmente por 20 empresas autorizadas pelo Ministério da Agricultura.

“O problema é que essas empresas estão todas no Sudeste e no Sul do país, e trazê-las para o Norte implica altos custos que, se efetivados, vão encarecer o produto.”

Apesar de considerado pelo ministério um mercado em plena expansão (o país tem 800 mil hectares de terras destinadas à agropecuária orgânica), Martha ressalta que muitos itens são produzidos na Região Amazônica de forma extrativista sustentável, ou seja, sem o uso de agrotóxicos. Contudo, para serem considerados orgânicos, precisam usar apenas fontes de nutrientes naturais em todo o processo de plantio e desenvolvimento.

“São alimentos orgânicos de fato, mas não de direito. Não é só pela ausência de agrotóxico que um alimento é considerado orgânico. Tem outros elementos envolvidos, como a saúde e o respeito ao meio ambiente”, esclarece.

Ainda assim, o Pará e o Amazonas – maiores estados da Região Norte – exportam guaraná, castanha e cacau – todos orgânicos. Em Manaus e em Belém, as comissões da Produção Orgânica promovem feiras para ajudar pequenos produtores a vender o que cultivam. “Somente quando o produtor faz a venda direta ao consumidor é que o comércio pode ocorrer sem a certificação. É o caso das feiras de orgânicos de Manaus e de Belém, feitas com relativa periodicidade”, diz Martha.

O pesquisador de genética e melhoramento do guaraná André Atroch, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Unidade Embrapa Ocidental, destaca que a produção de alimentos orgânicos na região ainda é feita de forma fragmentada e em pequena escala. Atroch defende a rediscussão dos mecanismos de certificação para reduzir os custos e a burocracia no setor.

“A grande dificuldade na produção de alimentos orgânicos é que não existe um sistema de produção organizado em larga escala. Precisamos organizar isso desde o homem do campo até a indústria”, afirma o pesquisador.

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Orgânicos - Processamento pode expandir fronteiras de alimentos sem agrotóxicos

28 de Dezembro de 2009 - Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil - São Paulo - O beneficiamento de produtos orgânicos pode ser uma maneira de abrir novos mercados, diz a empresária Fernanda Kurebayashi, que dá como exemplo as geleias que fabrica em Gonçalves, no sul de Minas Gerais.

A framboesa orgânica plantada na região é uma fruta muito frágil e necessita de uma série de cuidados, como transporte refrigerado, para chegar intacta ao consumidor final. A empresária destaca que, mesmo com tais precauções, as longas viagens acabam gerando perdas que são repassadas ao agricultor.

Porém, ela garante que a geleia orgânica de framboesa chega em perfeito estado a lugares como os estados do Amazonas e de Santa Catarina e a cidades da França e da Alemanha. Por isso, ela afirma que a associação entre agricultores e processadores, além de agregar valor ao alimento, permite à produção “ultrapassar barreiras”. Fernanda ressalta que, depois de processado, o produto pode ser conservado por até dois anos.

Segundo a empresária, a exportação de frutas in natura é possível somente com o uso de grandes quantidades de conservante ou com métodos muito caros de congelamento, o que torna esse tipo de comercialização viável apenas para grandes produtores.

Para Fernanda, a produção orgânica inverte essa lógica. “Outra vantagem do orgânico é essa, pequenos produtores conseguem ter uma rentabilidade que não teriam trabalhando no modelo convencional.” No caso das geleias orgânicas, cada vidro custa o dobro do produto convencional.

Esse nicho abre espaço inclusive para comunidades tradicionais como os quilombolas de Ivaporunduva, no município paulista de Eldorado. A banana produzida na região é orgânica por tradição. “Nossos antepassados nunca trabalharam com veneno, desde que fundaram a comunidade”, explicou José Rodrigues, que foi duas vezes coordenador da associação dos 35 produtores da comunidade.

Segundo Rodrigues, os quilombolas estão buscando certificação para outras culturas, como mamão, limão e abobrinha, para rotular como orgânicos produtos que historicamente são plantados sem agrotóxicos ou aditivos químicos.

O agricultor diz que a certificação permitirá que a comunidade estabeleça contratos com grandes redes de supermercado, como já está sendo negociado para a produção de banana.

No entanto, ele aponta uma “pequena dificuldade que precisa ser superada": a travessia de um rio, necessária para escoar as bananas, ainda é feita de balsa. De acordo com Rodrigues, essa barreira logo será superada com a construção de uma ponte.


 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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