19/12/2009 - O ministro do Meio
Ambiente, Carlos Minc, disse nesta sexta-feira (18/12)
que o resultado das negociações climáticas
que acontecem na Conferência do Clima (COP15),
em Copenhague, são
insuficientes para salvar o planeta.
Os países ricos se comprometeram
a doar US$ 30 bilhões, nos próximos
três anos, para um fundo de luta contra o
aquecimento global. O acordo prevê US$ 100
bilhões por ano, em 2020. "Isso aqui
é insuficiente, vamos continuar a luta pelo
planeta", disse Minc.
O ministro Carlos Minc ressaltou
que esse valor que será colocado no fundo
até 2012 - US$ 10 bilhões por ano
- é menos do que o Brasil vai gastar para
atingir sua meta voluntária de reduzir em
até 39% das emissões de gases de efeitos
estudo, até 2020.
Ele explicou que para atingir
sua meta, o Brasil vai gastar US$ 16 bilhões
por ano. "Esse valor de US$ 30 bilhões
para todos é menos do que o Brasil sozinho
vai gastar para cumprir as nossas metas, aprovadas
pelo nosso parlamento", destacou Minc.
No documento preliminar, que ainda
será colocado em votação no
plenário da COP15, os países desenvolvidos
se comprometeram em cortar 80% de suas emissões
até 2050. Já para 2020, eles apresentaram
uma proposta de reduzir até 20% das emissões,
o que está abaixo do recomendado pelo Painel
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas
(IPCC), que sugere uma redução entre
25% e 40% até 2020.
Minc disse ainda que o Brasil
fez o seu dever de casa e vai continuar cobrando
dos países ricos uma postura mais forte para
a proteção do planeta. "A recomendação
do IPCC é de redução de 25%
a 40% até 2020. Ainda estamos em 2009. Então,
a gente vai mobilizar a população
e a opinião pública, assim como foi
feito para que os Estados Unidos e a China apresentassem
as suas metas".
Para a secretária de Mudanças
Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério
do Meio Ambiente e membro do IPCC, Suzana Kahn,
o resultado da COP15 foi decepcionante, uma vez
que os chefes de estados discutiram mais a questão
econômicas das nações ricas
e emergentes e se esqueceram daqueles que vão
sofrer dramaticamente os efeitos da mudança
climáticas.
"Existem muitos países
africanos, por exemplo, que são sofrer demais
com o aumento da temperatura. No entanto, parece
que a discussão tomou um viés econômico
e político, o que eu acho muito preocupante.
A questão climática ultrapassa a fronteira
ambiental. É uma questão de esenvolvimento,
de justiça, de equidade", desabafou
a Suzana Kahn.
Segundo a secretária, as
negociações para poder chegar a um
acordo firme na COP15 começaram há
dois anos.