(16/12/2009) Delegado da comitiva
brasileira na Cúpula da ONU sobre Mudança
Climática, o secretário do Meio Ambiente,
Berfran Rosado, aposta na responsabilidade compartilhada
para o enfrentamento e redução das
emissões de gases de efeito-estufa. Neste
sentido, Berfran defende que todos os países
devem participar de um fundo global para o clima,
porém com cotas diferenciadas, a partir de
sua realidade econômico-financeira e de sua
posição nas emissões de carbono
na atmosfera. “Todos os países devem contribuir,
ainda que com valores distintos. O que não
pode, são países como Índia
e China – com grandes índices de poluição
- não terem cotas de redução”,
sublinhou.
Segundo o secretário do
Meio Ambiente, a tese do compromisso coletivo –
que ganha força em Copenhague - busca aprimorar
o Protocolo de Kyoto, assinado em 1997 no Japão
e vigorando desde 2005, que impôs obrigações
às nações desenvolvidas ao
mesmo tempo em que protegeu os países em
desenvolvimento, que ficaram desobrigados de reduções
de emissões de gases-estufa. A negociação
é pela inclusão dos Estados Unidos,
segundo maior emissor mundial de carbono, no acordo
de redução e pela inclusão
dos países em desenvolvimento em metas de
redução. Na COP 15, a China afirmou
que sua proposta de cortar as emissões de
CO2, entre 40% e 45% até 2020 é inegociável.
“Se o Brasil, que é um país em desenvolvimento,
está disposto a investir no fundo e estabeleceu
metas significativas de redução, os
outros países também devem se comprometer
e contribuir para a solução”, destacou
Berfran Rosado.
Secretários gaúchos
A proposta de criação
de um fundo global prevê o pagamento pelos
países desenvolvidos e em desenvolvimento,
a fim de financiar programas de redução
de emissões e de adaptação
à mudança climática, além
de programas de eficiência energética.
Berfran e o Secretário de Relações
Institucionais, José Alberto Wenzel, reuniram-se
com o embaixador brasileirto Luiz Figueiredo que
destacou a importância do pacote financeiro
para a luta contra a mudança do clima. Ele
informou aos secretário s gaúchos
que todos os países desenvolvidos, com raras
exceções, têm dificuldades em
apontar números de financiamento de longo
prazo nas negociações.
Participando do encontro, o embaixador
do Brasil na ONU, Sérgio Serra, acredita
que o fundo seja a saída. Contudo, lembrou
que as negociações devem ser definidas
na última hora. Para ele, o principal obstáculo
não é a redução de gases
do efeito estufa, e sim o financiamento, sobretudo
porque os países desenvolvidos só
tratam de fundos a curto prazo, até 2012.
Sérgio Serra lembrou que os países
em desenvolvimento estimam a necessidade anual de
US$ 150 bilhões para adaptar-se aos efeitos
das mudanças climáticas e para contribuir
no seu enfrentamento.
Em Copenhague, 192 países
estão reunidos para traçar os acordos
internacionais que irão substituir o Protocolo
de Kioto que expira em 2012.
ASSECOM SEMA
Coordenação e texto: Jornalista Lurdes
Nascimento
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Secretário do Meio Ambiente
destaca mobilização na COP15
(18/12/2009) Enquanto o mundo
aguarda as definições que sairão
da COP15 nas últimas horas antes de seu encerramento,
o secretário do Meio Ambiente do RS, Berfran
Rosado, destaca a mobilização mundial
acerca do tema como o único grande consenso
obtido na Conferência da ONU sobre Mudanças
Climáticas. Em sua avaliação,
a questão ambiental virou destaque no mundo
todo, não sendo mais possível planejar
o desenvolvimento sem o componente ambiental. “Não
se admite discutir qualquer questão, do ponto
de vista do desenvolvimento, sem que ela passe,
necessariamente, pelos cuidados ambientais, que
vira ponto partida no processo de crescimento”,
sentenciou Berfran.
Trazendo este cenário para
o RS, Berfran lembra que a Secretaria Estadual do
Meio Ambiente está construindo uma rede de
sustentabilidade ambiental pública e privada,
buscando o envolvimento e comprometimento de toda
a sociedade. “A governadora Yeda Crusius estabeleceu
que esta fosse nossa política e, atavés
dela, queremos atingir todos os gaúchos,
transformando-os em agentes de proteção
ambiental”, informou. Para o secretário,
é necessário haver uma mudança
de comportamento e de atitudes, onde cada cidadão
sinta-se responsável pelos cuidados com os
recursos naturais. Berfran destacou o trabalho do
governo do Estado, por meio da Sema, em habilitar
todos os municípios para a gestão
ambiental municipal. Atualmente, 242 cidades fazem
a gestão ambiental, em um grande acordo de
reduzir os impactos locais.
O secretário sustenta que
também houve uma mudança de postura
dos países em desenvolvimento durante a realização
da COP15, outro ponto importante da Conferência.
Brasil, China e Índia não tinham metas
de redução das emissões dos
gases-estufa e assumiam uma postura de “vitimização”.
Berfran salienta que estes países podem e
devem dar sua contribuição, o que
o Brasil já fez nesta sexta-feira (18), quando
o presidente Lula anunciou a disposição
de investir US$ 5 bilhões para auxiliar os
países mais pobres. Lula reiterou a meta
brasileira de redução das emissões
poluentes de 36,1% a 38,9% até 2020. Isso
equivale, segundo o presidente, a US$ 166 bilhões,
US$ 16 bilhões a cada ano.