Brasília (02/02/2010) -
As quedas sucessivas nas taxas de desmatamento levaram
o ministro Carlos Minc a prever que o Brasil poderá
apresentar uma redução em 2020 de
mais de 95% na área desmatada em relação
à década anterior batendo a meta do
governo, que é de
80%.
Dados do Deter divulgados nesta
terça-feira (2/2) pelo Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (INPE) indicam uma queda
acumulada no desmatamento de 72% nos meses de outubro
e novembro de 2009, em relação ao
mesmo período do ano anterior. Pelo sistema
de monitoramento por satélite, que mede a
área desmatada na Amazônia em tempo
real, em outubro o desmatamento foi de 175 km²
e, em novembro, 72km².
As quedas sucessivas nas taxas
de desmatamento levaram o ministro do Meio Ambiente,
Carlos Minc, durante coletiva de imprensa, a prever
que o Brasil poderá apresentar uma redução
em 2020 de mais de 95% na área desmatada
em relação à década
anterior batendo a meta do governo que é
de 80%, de acordo com o Plano Nacional de Mudanças
Climáticas aprovado pelo presidente Lula.
De acordo com Minc, o desmatamento
da Amazônia está sob controle. Para
ele, o sinal disso é que os números
registrados nesses dois meses representam “uma queda
expressiva em cima do menor desmatamento da história
e em um momento de franca recuperação
da economia”, explicou. Na última avaliação
do sistema Prodes, que registra o desmatamento no
período de um ano, entre agosto de 2008 e
julho de 2009 foi detectado o menor desmatamento
dos últimos 21 anos.
A cobertura de nuvem em outubro
foi de 23%, quatro por cento a menos que em 2008,
e em novembro foi registrada a presença da
cobertura de nuvens em 51% da Amazônia, 12%
a menos que no mesmo mês do ano anterior.
Segundo Inpe, a intensidade de nuvens na região
amazônica durante dezembro não permitiu
a observação por satélites
no período.
No mês de outubro, o Pará
foi o estado com maior área desmatada (67km²),
seguido de Mato Grosso (41km²), Amazonas (32km²)
e Rondônia (14km²). Em novembro, o Pará
continuou em primeiro, com 40 km², seguido
de Maranhão (18km²), Mato Grosso (8km²)
e Rondônia (2km²).
Para o ministro, a queda no desmatamento
reflete, em grande parte, o resultado das ações
coordenadas da Comissão Interministerial
de Combate ao Crime e Infrações Ambientais
(Ciccia), que com ações de comando
e controle apreendeu bois piratas, embargou propriedades
e intensificou as fiscalizações.
Ele explicou que os satélites
do Inpe e o sistema japonês Alos, que consegue
ver através das nuvens, permitiram que fiscais
atuassem em áreas com desmatamento em fase
inicial. Como exemplo, Minc contou o caso do município
de Apuí, no Amazonas. No mês de outubro
foram registrados 32km² de desmatamento no
estado. Com a área desmatada identificada
pelos satélites, a equipe da Ciccia pode
atuar prontamente. O resultado foi desmatamento
zero no mês de novembro.
Para o ministro, agora é
o momento de intensificar as ações
que levam alternativas sustentáveis à
população que vive na Amazônia.
Ele citou o Mutirão Arco Verde, que leva
piscicultura, manejo florestal comunitário,
extrativismo; e o Fundo Amazônia, que financiará
projetos sustentáveis. “Com isso a gente
quer mostrar que é possível a população
viver com dignidade na Amazônia sem destruir
o bioma, mantendo a floresta em pé”, destacou.
No final da coletiva, Minc mandou
um recado para aqueles que desmatam a floresta.
“Tremei poluidores, vai acabar a invisibilidade.
Antes os satélites ficavam cegos durante
cinco meses no ano por causa das chuvas. Agora,
combinando o Inpe com o satélite japonês,
vamos ver e combater o crime ambiental durante todo
o ano”, finalizou.
Carlos Américo - Ascom MMA
Foto: Martim Garcia – MMA
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Nota da Fiscalização
do Ibama contesta matéria da Band sobre Operação
Boi Pirata II
Brasília (02/02/2010) -
A Coordenação Geral de Fiscalização
do Ibama vem a público manifestar sua oposição
às inconsistentes alegações
de impedimento à cobertura jornalística
sobre as ações de fiscalização
desenvolvidas no Município de Novo Progresso/PA,
operação Boi Pirata II pelos motivos
que passa a expor.
Desde o início dos trabalhos
todos os coordenadores operacionais designados para
a condução dos trabalhos foram orientados
a dar total apoio às equipes de jornalistas
destacadas para cobrir as atividades da Operação.
Foram inúmeros os profissionais de imprensa,
nacionais e estrangeiros, que por lá passaram
desde junho do ano passado até janeiro deste
ano, sempre com todo nosso apoio para obterem informações
e imagens. Essa orientação teve profunda
base lógica, uma vez que nosso objetivo estratégico
é estabelecer a dissuasão aos potenciais
infratores ambientais em toda a região sendo
para isso necessário elevar ao máximo
a visibilidade das ações. É
fundamental que nossa mensagem possa ser amplamente
conhecida na região: empregar esforços
e meios para desmatar ilegalmente e implantar pecuária
extensiva, sob risco de apreensão de gado,
não é mais um negócio seguro.
Essa nova tática do Ibama, ainda que complexa,
contribuiu decisivamente para a histórica
redução do desmatamento no biênio
2008/2009.
Um único fato destoou deste
ambiente positivo na relação entre
as equipes do Ibama e de mídia, e que resultou
em matéria divulgada na TV Bandeirantes na
qual se busca atribuir aos agentes do Ibama a tomada
de medidas de censura.
É importante elucidar que
os responsáveis pela matéria, ao contrário
de todos os profissionais de imprensa que cobriram
a Boi Pirata II, adentraram unidade de conservação
Floresta Nacional do Jamanxim, propriedade da União,
sem o conhecimento dos agentes ambientais federais.
Somando-se a este fato ser o local uma zona sem
cobertura de comunicações, o chefe
da equipe de campo procedeu o retorno de todos à
base operativa em Novo Progresso para solicitar
orientação do coordenador operacional
do Ibama. É importante destacar também,
fomos informados pela coordenação
da Operação que em momento algum foram
apreendidos quaisquer equipamentos de filmagem ou
realizadas detenções pelo Ibama, conforme
fez parecer a matéria divulgada pela TV.
Ao contrário, concedeu-se inclusive entrevista
para elucidar os propósitos da operação.
A ampla cobertura jornalística
que a Operação Boi Pirata tem obtido
possibilita, a um lado, mostrar à sociedade
brasileira que o Ibama vem cumprindo rigorosamente
suas atribuições legais para a garantia
do uso sustentável e racional dos recursos
naturais, protegendo um bem que é de toda
a coletividade. E a outro, a difusão da informação
ajuda a alertar os infratores ambientais de que
a cada dia se torna mais fechado o cerco às
suas atividades predatórias, gananciosas
e contrárias à legislação
brasileira.
Por todo o exposto, a CGFIS vem
a público manifestar sua confiança
no trabalho realizado pelos agentes ambientais federais
do Ibama e da Força Nacional de Segurança
Pública atuantes na Operação
Boi Pirata II, e ainda, saudar o profissionalismo
dos mais variados trabalhadores de imprensa que
atuaram de forma ética na busca da informação.
Brasília, 02 de fevereiro
de 2010.
Bruno Barbosa
Coordenador Geral de Fiscalização
– CGFIS/Ibama