4 de Fevereiro de 2010 - Mariana
Jungmann
Repórter da Agência
Brasil
Brasília - A ministra da Casa Civil, Dilma
Rousseff, procurou ressaltar hoje (4) a importância
da questão ambiental para a Usina de Belo
Monte, no Pará. Durante a apresentação
do balanço de três anos do Programa
de Aceleração do Crescimento (PAC),
Dilma disse que o Ministério de Minas e Energia
melhorou as condições do projeto da
hidrelétrica. “É um projeto que tem
um aspecto ambiental importante para o governo,
que é provar que é possível
fazer um projeto de energia elétrica respeitando
o meio ambiente.”
Os ministros do Meio Ambiente,
Carlos Minc, e de Minas e Energia, Edison Lobão,
tiveram diversos desentendimentos no ano passado
em função da demora na liberação
da licença ambiental da usina. Lobão
chegou a marcar data para a liberação
da licença, que não foi cumprida pelo
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama) – órgão
ligado ao ministério de Minc. Com isso, o
leilão de Belo Monte, marcado para dezembro
do ano passado, teve que ser adiado.
No último dia 1º,
a licença prévia foi finalmente liberada,
selando o fim dos conflitos entre os dois ministérios.
“Esse setor exige grandes estudos, eu não
posso deixar de fazer menção aos cuidados
que teve o Meio Ambiente com a Usina de Belo Monte.
Para se ter uma ideia, basta dizer que são
40 exigências vastas e intensas do meio ambiente
ao MME para que se realize Belo Monte”, disse Lobão,
logo após as declarações de
Dilma.
O ministro de Minas e Energia
ressaltou ainda a importância da usina para
a segurança energética do país.
“O fato é que nós não podíamos
deixar de ter no nosso portfólio uma usina
como a de Belo Monte. Nós não podíamos
ficar em dúvida quanto a essa segurança,
porque na medida em que há insegurança
no fornecimento de energia, nosso futuro, nosso
crescimento, a geração de emprego
estão em igual insegurança”, concluiu
Lobão. O leilão da usina deve ocorrer
até 12 de abril.
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Mina de urânio na Bahia
é segura, segundo auditoria
5 de Fevereiro de 2010 -
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Após denúncia de
contaminação radioativa em poços
d'água no entorno de uma mina de urânio
em Caetité, no centro sul da Bahia, a Agência
Internacional de Energia Atômica (Aiea), da
Organização das Nações
Unidas (ONU), realizou vistorias no local e concluiu
que as atividades das Indústrias Nucleares
do Brasil (INB) atendem os requisitos de segurança
e não provocam impactos ao meio ambiente
da região.
O pedido de auditoria foi feito
pela própria estatal, ligada ao Ministério
da Ciência e Tecnologia.
Estudos independentes já
demostraram resultados menos animadores. O consumo
de água em três pontos da cidade chegou
a ser proibido após notificação
do Instituto de Gestão das Águas e
Clima (Ingá), da Secretaria de Meio Ambiente
do estado, apontando índices de radioatividade
superiores aos permitidos pelo Ministério
da Saúde.
De acordo com o MCT, a missão
da ONU concluiu que a unidade de produção
da INB “é bem projetada, bem mantida, segura
e eficiente”. O relatório preliminar também
elogia a operação da estatal, que
segundo os especialistas, tem conseguido restringir
os efeitos da mineração à área
da unidade de produção.
Na última semana, ativistas
da organização não governamental
Greenpeace estiveram na cidade e realizaram um protesto
contra a operação da INB na mina de
urânio. De acordo com a organização,
o secretário de Recursos Hídricos
do município, Nilo Joaquim de Azevedo, foi
convidado a beber da água coletada em um
dos pontos considerados contaminados, mas se recusou
a tomá-la.