2 de Fevereiro de 2010 - Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Marcello Casal Jr/ABr
Brasília - O ministro do Meio Ambiente, Carlos
Minc, anuncia números do desmatamento na
Amazônia referentes aos meses de outubro e
novembro de 2009
Brasília - O desmatamento na Amazônia
em outubro e novembro de 2009 atingiu 247 quilômetros
quadrados (km²) de floresta. Na comparação
com os mesmos meses de 2008, houve queda de 72,5%.
Os números, divulgados hoje (2), são
calculados pelo Sistema de Detecção
do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
“Os dados são de queda
significativa. Houve redução de 68%
em um mês e 80% em outro”, avaliou o ministro
do Meio Ambiente, Carlos Minc. Em outubro de 2008,
o Inpe havia registrado 540 km² de desmate,
em 2009 contabilizou 175 km². Já em
novembro de 2008, a área desmatada foi de
356 km² contra 72 km² em 2009.
A medição do Deter
considera as áreas que sofreram corte raso
(desmate completo) e as que estão em degradação
progressiva. Segundo Minc, a cobertura de nuvens
na região em 2009 foi menor que em 2008,
o que permitiu que os satélites observassem
áreas maiores de floresta.
“Ninguém pode dizer que
não vimos o desmatamento porque estava tudo
coberto de nuvens. Não é o caso, porque
a nuvem abriu e mesmo assim verificamos que o desmatamento
caiu.”
O Pará lidera o ranking
do desmatamento acumulado nos dois meses, com 108
km² a menos de floresta em outubro e novembro.
Mato Grosso aparece em seguida, com 50 km²
desmatados. No Amazonas, o Inpe registrou 33 km²
de derrubada somente em outubro. Na avaliação
do ministro, o estado foi o “destaque negativo”,
já que tradicionalmente não aparece
nas primeiras posições entre os desmatadores.
O governo atribui a queda no desmatamento
às operações de fiscalização
e controle, realizadas pelo Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama), Polícia Federal, Polícia
Rodoviária Federal e Força Nacional
de Segurança e às atividades da Operação
Arco Verde, que oferece alternativas econômicas
ao desmatamento ilegal.
“Esses são os primeiros
números pós Arco Verde, que cobriu
os 43 municípios mais desmatadores”, disse
Minc. Nos quatro primeiros meses do calendário
oficial do desmatamento – de agosto a novembro –
a redução entre 2008 e 2009 foi de
quase 50%, com queda de 2.238 km² para 1.144
km² no acumulado medido pelo Deter.
Nesse ritmo, Minc acredita que
será possível cumprir a meta de redução
do desmatamento prevista na Política Nacional
de Mudanças Climáticas muito antes
do prazo. “A meta é reduzir o desmatamento
em 80% e chegar a 3,5 mil km² em 2020. Podemos
alcançar essa meta ainda este ano, com nove
ou dez anos de antecedência”, aposta. “Podemos
chegar em 2020 com redução de 95%
do desmatamento em relação à
década anterior.”