João Pessoa (10/02/2010)
- O Serviço de Encomendas
Expressas da Empresa de Correios e Telégrafos
- Secex acionou mais um vez a fiscalização
do Ibama da Paraíba, devido ao fato do seu
equipamento de raios X detectar uma embalagem contendo
uma planta de cerca de um metro de altura, a qual
foi identificada como uma variedade de amoreira,
tendo como procedência um endereço
do Rio Grande do Sul e como destino final outro
endereço em João Pessoa (PB).
Nos últimos quinze dias
este já é o terceiro caso em que empresas
de transporte de encomendas recorrem ao Ibama, o
primeiro caso foi relacionado ao envio de orquídeas
consideradas raras, no segundo foi detectado em
outro volume, duas cobras adultas, sendo uma jibóia
e a outra uma cascavel e agora no dia 09/02, esta
planta enviada como encomenda expressa embalada
em uma volume com mais de um metro de comprimento.
Os envolvidos nos casos serão
notificados pelo Ibama, pois não é
permitido o envio de espécimes da fauna ou
flora sem a devida autorização. Também
a legislação relacionada aos serviços
postais proíbe o envio deste tipo de encomenda,
assim como o Ministério da Agricultura, que
não permite o envio de plantas, flores ou
frutas, de uma região para outra sem a devida
certificação, para evitar a disseminação
de pragas agrícolas.
Para exemplificar a gravidade
desse tipo de infração ambiental e
os cuidados que os órgãos do governo
têm com relação ao problema,
basta citar que a Agência de Defesa e Fiscalização
Agropecuária de Pernambuco, proibiu a entrada
de pelo menos 28 espécies de frutas da Paraíba.
Os focos de contaminação na lavoura
paraibana com a praga conhecida popularmente como
“Mosca-Negra-dos-Citros” já contabilizam
prejuízo de pelo menos R$ 280 mil aos agricultores
do Estado, mas, caso a praga não seja controlada,
poderá chegar a R$ 2 milhões à
economia agrícola da Paraíba, único
Estado nordestino em que foi detectado foco da mosca,
que provoca diminuição de 80% da capacidade
de frutificação.
De acordo com Ronilson José
da Paz, superintendente do Ibama-PB, “na semana
passada a Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária
da Paraíba revelou que os focos da “Mosca-Negra-dos-Citros”
já havia atingido mais de 400 hectares de
laranja, limão e tangerina em pelo menos
sete municípios no Brejo paraibano. Somente
podem ser comercializadas para outros Estados, frutas
da Paraíba que estejam com Certificado de
Permissão de Trânsito Vegetal.
A fiscalização na
divisa entre os Estados foi intensificada e produtores
e o governo de Pernambuco temem que a contaminação
chegue à região do Vale do São
Francisco, em Petrolina, com produção
em fruticultura irrigada voltada para a exportação.
Essa medida não é contra a Paraíba,
mas é uma medida referendada pelo Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
para que o foco seja isolado, controlado e não
se alastre. No entanto, as frutas produzidas com
a devida certificação estarão
liberadas para entrarem em outros Estados. O Estado
da Paraíba é atualmente o maior produtor
nacional de abacaxi, que configura entre as exceções
das frutas cítricas liberadas pela fronteira
de Pernambuco.
Gutemberg Pádua
Ascom Ibama/PB