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Séfora Antela - O experimento do esgoto ecológico
é composto por duas estações
de tratamento
04/03/2010 - O Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa/MCT), em parceria com a empresa
Ecoete Tecnologia de Preservação Ambiental,
investe em pesquisas para o tratamento do esgoto
doméstico e industrial tendo como base métodos
naturais e ecologicamente corretos.
O experimento do esgoto ecológico
é composto por duas estações
de tratamento e está implantado há
três meses. Ele purifica a água oriunda
de um conjunto residencial próximo ao campus
V-8 do Inpa usando o solo e plantas.
Uma das estações
contém três módulos que absorvem
a água contaminada. Cada uma tem cerca de
quatro metros quadrados. No primeiro deles, é
filtrado mais de 80% dos efluentes, em curso normal;
no segundo os 20% e o terceiro serve para comportar
o excedente, quando o nível de água
aumenta. O processo também inclui várias
perfurações no solo. Os buracos, de
25 centímetros de diâmetro, atingem
três metros de profundidade.
A terra também é
afofada para aumentar sua permeabilidade sendo coberta
por uma camada de seixo que facilita a aeração
(processo que permite a oxidação do
material orgânico, fazendo com que os microorganismos
trabalhem com mais eficiência, utilizando
esses nutrientes como alimento e liberando CO²).
Nessas condições, a água é
absorvida no solo, chegando limpa ao lençol
freático.
Plantas que purificam
As plantas também têm
importante função no processo de purificação
da água. Os estudos são realizados
com duas espécies de vegetais: Munguba (Bombacaceae
e Pseudobombax) e Canarana (espécie de gramínea
da região amazônica com grande potencial
para consumo em esgoto). Também será
verificada a capacidade da planta Matapasto (Senna
obtusifolia), para a absorção de efluentes.
“Além de purificar o ambiente,
a planta diminui a quantidade de água infiltrada
no solo. A Canarana, por exemplo, precisa de nutrientes
para crescer, então, retira esses nutrientes
que vem da água pelo processo de evapotranspiração,
joga água limpa em forma de vapor na atmosfera”,
ressalta Luiz Antonio de Oliveira, pesquisador do
Inpa e um dos coordenadores do projeto.
O diferencial desse projeto, segundo
Antonio Bento Neto, diretor técnico da Ecoete
e também coordenador do estudo, é
reduzir a quantidade de água suja no igarapé.
Outro ponto que ele ressalta é o custo desse
sistema, que chega a ser 40% inferior ao convencional.
Outra característica é o tempo de
implantação, que dura aproximadamente
um mês.
O experimento recebe financiamento
da Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado do Amazonas (Fapeam), por meio do Programa
Amazonas de Apoio à Pesquisa em Micro e Pequenas
Empresas (Pappe). Para o projeto foram destinados
cerca de R$ 110 mil, dos quais R$ 66,70 mil já
foram liberados.
+ Mais
Bionorte tem como uma de suas
metas o combate ao desflorestamento
Ricardo Lemos/MCT - Reunião
da Rede Bionorte hoje (1)no MCT.
02/03/2010 - Continuar o combate
ao desflorestamento, controlar a malária
e estabelecer uma engenharia financeira para a Amazônia
são algumas das prioridades da Ciência,
Tecnologia e Inovação para os próximos
12 anos. A informação é do
secretário de Políticas e Programas
de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped), do Ministério
da Ciência e Tecnologia (MCT), Luiz Antônio
Barreto de Castro. O secretário e membros
do Conselho Diretor da Rede de Biodiversidade e
Biotecnologia da Amazônia Legal (Bionorte)
participaram nesta segunda-feira (1) de reunião
de trabalho no MCT.
No encontro Barreto de Castro
apresentou os resultados alcançados no Plano
de Ação em Ciência, Tecnologia
e Inovação 2007-2010 (PAC,T&I).
De acordo com ele, um dos resultados foi a criação
da Rede Bionorte, em 2008. Ela tem como objetivo
apoiar os nove estados da Amazônia Legal,
fortalecendo a infraestrutura e formando recursos
humanos para a melhoria da pesquisa. Com a Rede
Bionorte, a Seped procura reduzir as diferenças
locais no desenvolvimento científico e tecnológico.
No mesmo ano, em parceria com
os governos estaduais, foram criados 10 institutos
temáticos ou centros de pesquisa, com a estratégia
de redução dos desequilíbrios
intrarregionais, entre eles: o Instituto Nacional
de Ciência e Tecnologia de Madeiras da Amazônia,
no Amazonas (AM); o Instituto Nacional de Ciência
e Tecnologia para Febres Hemorrágicas Virais,
no Pará (PA) e o Instituto Nacional de Ciência
e Tecnologia de Áreas Úmidas, no Mato
Grosso (MT).
Ainda em 2008, foi assinado o
Protocolo Adicional ao Acordo de Cooperação
Técnica e Científica entre o Brasil
e a Guiana Francesa para criação do
Centro Franco-Brasileiro da Biodiversidade Amazônica
(CFBBA). O Centro promove projetos conjuntos de
pesquisa científico-tecnológica, transferência
de tecnologia, formação e capacitação
de recursos humanos e atividades no campo da biodiversidade.
Outro resultado do Plano de Ação
foi a criação do Laboratório
de Monitoramento Global de Florestas Tropicais,
em Belém (PA). As obras do laboratório
devem ser concluídas nos próximos
meses. A instituição mapeará
o desmatamento das florestas tropicais não
só na Amazônia, como em todo planeta.
“Conseguimos realizar muita coisa. O desafio é
alcançar uma velocidade adequada para evolução
nos próximos 12 anos”, disse o secretário.
Participaram da reunião
representantes do Ministério da Integração
(MI), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), do Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa/MCT), do Centro de Gestão
e Estudos Estratégicos (CGEE/MCT) e da Universidade
Federal do Amazonas (Ufam).
CNTCI
Ainda na reunião, o diretor
do CGEE, Antonio Carlos Filgueira Galvão,
falou sobre a 4ª Conferência Nacional
de Ciência e Tecnologia (CNCTI), que se realiza
de 26 a 28 de maio, em Brasília. Organizada
pelo MCT e CGEE, a Conferência analisa os
programas e resultados do PAC,T&I para formulação
de uma política de governo com foco no desenvolvimento
sustentável. “A Conferência será
um canal de amplo diálogo com a sociedade
e tem a Amazônia como tema importante das
discussões”, disse Galvão.