11/03/2010 - Ministros e representantes
de cerca de 60 países reuniram-se nesta quinta-feira
(11/3), em Paris, para discutir estratégias
de combate ao desmatamento como forma de conter
as emissões de gases-estufa. A Conferência
Internacional sobre Grandes Bacias Florestais
ocorre três meses após a Conferência
das Nações Unidas sobre Mudanças
Climáticas (COP-15), realizada em Copenhague,
e busca dar novo fôlego às discussões
iniciadas na Dinamarca.
Para o ministro Carlos Minc, que
participou do encontro, a reunião desta quinta-feira
"marca uma mudança no pessimismo e ceticismo
originados pelo fracasso da cúpula de Copenhague".
Segundo ele, é preciso "mais consenso
e respostas imediatas" para que a cúpula
das Nações Unidas sobre clima, marcada
para o fim do ano, em Cancun (México), não
obtenha o mesmo resultado que a de Copenhague.
Em Paris, os participantes debateram
o REDD+, mecanismo compensatório para iniciativas
que visem à redução de emissões
de gases-estufa por desmatamento e degradação.
A ideia é que o REDD+ vigore mesmo na ausência
de um acordo internacional sobre clima.
Na abertura do evento, o presidente
francês Nicolas Sarkozy defendeu que os países
ricos contribuam mais para que as nações
pobres tenham condições de combater
o desmatamento - problema responsável por
cerca de 20% do total de emissões de gases-estufa
no mundo.
"A reunião buscou
organizar a questão de implementação
e financiamento do REDD+, porque existe uma série
de iniciativas acontecendo tanto em países
interessados em colaborar quanto em países
interessados em receber ajuda, mas não há
nenhuma coordenação, e isso faz com
que haja uma dispersão de recursos e projetos",
diz a secretária de Mudanças Climáticas
do MMA, Suzana Kahn, que também participou
da reunião na capital francesa.
Por isso, em Paris foi formado
um grupo de países, do qual o Brasil faz
parte, para mapear os projetos já existentes
e identificar quem precisa de recursos e quanto.
Respostas - Carlos Minc ressaltou
que os países devem buscar "mais consenso
e respostas imediatas" para problemas como
o desmatamento, no qual o Brasil desempenha papel
de protagonista, já que abriga em seu território
boa parte da Floresta Amazônica. O ministro
disse, ainda, que os países devem começar
a trabalhar em aspectos como a gestão dos
recursos, para não ir a Cancun somente com
teorias a respeito, e "para que o México
possa superar os problemas encontrados em Copenhague".
O ministro deu as declarações
em uma entrevista coletiva realizada em conjunto
com o ministro de Ecologia da França, Jean-Louis
Borloo. Para o ministro francês, apesar de
o desmatamento ser um tema que não está
na agenda internacional, é absolutamente
vital. Borloo pediu resultados concretos e disse
esperar "decisões operativas" a
partir da reunião desta quinta-feira.
Além do ministro Carlos
Minc e da secretária Suzana Kahn, a comitiva
brasileira em Paris inclui o consultor do MMA, Tasso
Azevedo, e a diretora do Serviço Florestal
Brasileiro, Thais Linhares Juvenal.
Minc fala na OCDE
Na sexta-feira, 12 de março,
às 10h, ainda em Paris, Minc participa de
reunião do Grupo Informal sobre o Brasil,
da Organização para a Cooperação
e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O ministro
fará uma apresentação sobre
a política ambiental brasileira, especificando
seus focos e prioridades. O evento ocorre na sede
da OCDE, sala CC18, na Rue André Pascal.
Com informações de agências
+ Mais
Governadores da Amazônia
Legal defendem o Macrozoneamento da região
12/03/2010 - O Macrozoneamento
Ecológico-Econômico (MacroZEE) da Amazônia
Legal foi um dos temas de destaque no VII Fórum
de Governadores da região, realizado nesta
sexta-feira (12/3), em Porto Velho, Rondônia.
Considerado um instrumento fundamental de planejamento
e gestão ambiental e territorial, o MacroZEE
pretende promover a transição do atual
modelo de desenvolvimento da região amazônica,
para um modelo de desenvolvimento sustentável.
O apoio ao documento-base do MacroZEE,
que encerrou a fase de consultas públicas
no último dia 6 de março e está
em fase de consolidação, foi reafirmado
ao final do encontro de governadores quando foi
aprovada a Carta de Porto Velho. A carta foi assinada
pelos governadores do Mato Grosso, Blairo Maggi;
do Maranhão, Roseana Sarney; do Pará,
Ana Júlia Carepa; do vice-governador do Amapá,
Pedro Paulo Dias de Carvalho; do Amazonas, Eduardo
Braga; de Roraima, José de Anchieta Júnior;
do Acre, Binho Marques e de Rondônia, Ivo
Cassol.
Na carta os governadores declaram
que "todas as ações e investimentos
a serem realizados na região devem ser orientados
pelo Macrozoneamento da Amazônia Legal"
e que o estudo deve ser considerado uma referência
estratégica à implementação
de políticas e programas que estão
promovendo grandes transformações
na região. Eles também destacaram
que o MacroZEE terá maior eficácia
se integrar e coordenar os esforços da União
e dos Estados em prol de uma agenda comum de desenvolvimento
de bases sustentáveis.
Um balanço do MacroZEE
foi apresentado no fórum pelo diretor do
Departamento do Zoneamento Territorial do MMA, Roberto
Vizentin, durante reunião dos secretários
estaduais de Planejamento da Amazônia, na
quinta-feira (11). O documento aborda os desafios
desta transição de modelos e indica
estratégias para adequações
de diferentes setores da economia como o energético
e mineral, agricultura, planejamento integrado de
infra-estrutura e logística, bem como o territorial
rural e urbano, biodiversidade, recursos hídricos
e mudanças climáticas na Amazônia.
A proposta preliminar do documento
foi elaborada pela Comissão Coordenadora
do Zoneamento Ecológico e Econômico
do Território Nacional (CCZEE), apoiada pelo
Consórcio ZEE Brasil e composta por 14 ministérios:
Meio Ambiente, Agricultura, Desenvolvimento Social,
Transportes, Justiça, Minas e Energia, Cidades,
Defesa, Ciências e Tecnologia, Integração
Nacional, Desenvolvimento Agrário, Planejamento,
Secretaria de Assuntos Estratégicos e Desenvolvimento,
Indústria e Comércio. Contou ainda
com a participação de representantes
dos nove estados da Amazônia, reunidos em
um grupo de trabalho instituído com esta
finalidade.