Panorama
 
 
 

BNDES SERÁ NOTIFICADO SOBRE CO-RESPONSABILIDADE
DE IMPACTOS DA USINA DE BELO MONTE

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Março de 2010

23/03/2010 - Notificação extrajudicial será entregue nesta quarta-feira (24/3), às 11h, na sede do banco, no Rio de Janeiro.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que já se dispôs a ser o maior financiador da hidrelétrica de Belo Monte no Rio Xingu, em Altamira (PA), será advertido da co-responsabilidade pelos impactos da obra, que assumirá com a efetivação do empréstimo.

Nesta quarta-feira (24/3), os movimentos sociais de Altamira, com apoio de organizações nacionais, entregam ao BNDES uma notificação extrajudicial que adverte o banco sobre a fragilidade da licença ambiental expedida pelo Ibama. De acordo com o instrumento jurídico, a licença não oferece nenhuma garantia de que a obra é viável do ponto de vista socioambiental, uma vez que a avaliação técnica do órgão, que afirmou que “não há elementos suficientes para atestar a viabilidade ambiental do empreendimento”, foi desconsiderada no ato do licenciamento. Nesse sentido, o financiamento pelo banco seria ilegal, e se a obra vier a ser construída, ele será, de acordo com a legislação brasileira, responsabilizado pelos prejuízos socioambientais que não foram previstos.

Segundo a notificação, se os eventos danosos anunciados nos pareceres técnicos do Ibama vierem efetivamente a ocorrer, o BNDES seria passível de ser cobrado por todos os custos decorrentes dos impactos sobre a fauna, flora e pessoas da região, quaisquer que sejam os seus valores, e inclusive aqueles que são impossíveis de se valorar.

A notificação também aponta que, como gestor de recursos públicos, e comprometido, conforme seu estatuto social, a realizar “exame técnico e econômico-financeiro de empreendimento, projeto ou plano de negócio, incluindo a avaliação de suas implicações sociais e ambientais” para aprovar qualquer transação financeira, o BNDES tem o dever de considerar todas as variáveis que envolvem a obra. .

Impactos de Belo Monte

A notificação destaca o atropelo com que o Ibama concedeu a licença prévia de Belo Monte, desconsiderando as observações da equipe que fez o Parecer Técnico 06/2010, que não aceitava a solução proposta para alguns dos impactos socioambientais que afetarão a região.

Um dos importantes impactos que não foi considerado diz respeito à qualidade da água. Estudo realizado por especialistas da Universidade de Brasília (UnB), a pedido do Ibama, e entregue poucos dias antes da emissão da licença, afirma que a modelagem utilizada no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) é equivocada e insuficiente para fazer prognósticos futuros de como ficará a qualidade da água. Afirma também que, ao contrário do que diz o estudo elaborado pela Eletrobrás, é alta a probabilidade de que a água ao longo de 144 km do Rio Xingu fique “podre” (eutrofizada) e abaixo dos parâmetros mínimos exigidos pela Resolução 357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), o que deveria impedir a expedição da licença.

Outro ponto importante diz respeito aos impactos na região da Volta Grande do Rio Xingu, um trecho de mais de 100 km de rio, onde moram centenas de famílias, e que viverá uma “eterna seca” caso a obra seja construída, pois grande parte da água do rio será desviada para os canais a serem construídos. O problema é que a licença contrariou a decisão da equipe técnica do Ibama, que afirma que a quantidade de água que a Eletrobrás propõe liberar para esse trecho – e que foi aceita pela diretoria do órgão - é insuficiente para manter o modo de vida dessas pessoas, pois, com as alterações profundas no ciclo natural, não haveria mais como pescar ou navegar.

Além do BNDES, todos os demais financiadores também deverão ser notificados.

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Organizações da sociedade civil debatem Código Florestal com lideranças políticas

30/03/2010 - O seminário "Código Florestal: Brasil celeiro do mundo ou realidade socioambiental?" vai promover o diálogo direto e aberto entre lideranças dos principais partidos políticos com representação no Congresso Nacional e organizações não-governamentais e movimentos sociais atuantes nas áreas socioambiental e rural. A proposta é discutir a solução para o impasse sobre o Código Florestal brasileiro (Lei Federal no 4.771).O evento será no dia 6 de abril, no Senado Federal.

O Código Florestal é o principal instrumento normativo para proteger a vegetação nativa brasileira e garantir a produção dos serviços ambientais básicos ao nosso dia-a-dia. Organizações da sociedade civil já têm se manifestado há algum tempo contra tentativas de derrubar a proteção às florestas e em repúdio a modificações que fragilizam a legislação. No final do ano passado, por exemplo, foi divulgada nota de ONGs contra o Decreto nº 7.029, de 10 de dezembro de 2009, que instituiu o Programa Federal de Apoio à Regularização Ambiental de Imóveis Rurais, denominado "Programa Mais Ambiente". A adesão ao programa suspende a cobrança das multas aplicadas em decorrência de infrações ambientais, além de estender por mais três anos o prazo para regularização de Reservas Legais.

Os realizadores do seminário defendem que a lei, de 1965, deve ser aprimorada e atualizada à luz dos novos princípios da gestão rural, ambiental e territorial, para enfrentar os novos desafios econômicos e socioambientais, tais como a segurança alimentar e hídrica, a manutenção da biodiversidade e a integridade climática global. Uma modificação que desvirtue a função ambiental da floresta, de proteger a biodiversidade, pode afetar não somente o patrimônio natural do País, mas também populações, clima e a imagem do Brasil no exterior. O processo de modificação da lei deve buscar o fim de novos desmatamentos e criar formas de valorização da floresta e de incentivo para sua recuperação.

De acordo com o coordenador adjunto do Programa de Política e Direito Socioambiental do Instituto Socioambiental (ISA), o advogado Raul do Valle, as premissas básicas para a solução dos impasses seriam “identificar e corrigir os problemas pontuais da legislação existente, mas, sobretudo, encontrar formas de usar os instrumentos da política agrícola para jogar a favor da implementação da lei, e não contra, como historicamente vem ocorrendo”.

Organizado pelo ISA em parceria com Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Instituto O Direito por um Planeta Verde (IDPV) e Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), com o apoio da Frente Parlamentar Ambientalista e do Interlegis, o seminário será transmitido ao vivo pela internet e para as 26 Assembléias Legislativas e a Câmara Legislativa do Distrito Federal, por meio da rede de conferência do Interlegis, no endereço www.interlegis.gov.br


 

Fonte: ISA – Instituto Socioambiental
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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