23/03/2010 - O setor de graxaria,
que produz matéria-prima para a fabricação
de sabões, sabonetes e insumos para a indústria
química, além
de farinhas de proteína e de cálcio
de origem animal e adubos, coleta e processa 8,8
milhões de toneladas/ano de sangue, ossos,
cascos, chifres, gorduras, aparas de carne, vísceras
e animais condenados pela inspeção
sanitária, descartados por abatedouros e
frigoríficos.
A receita gerada pela atividade
é da ordem de R$ 3,5 bilhões. E o
horizonte para a sua expansão se abre com
os novos estudos que apontam alternativas de aproveitamento
desses insumos na obtenção de biogás
e biodiesel, entre outras substâncias, mantendo
o vigor próprio de um país que possui
o maior rebanho bovino do mundo com 191,2 milhões
de cabeças, além de ser o quarto maior
produtor mundial de suínos e o terceiro de
frangos.
Os dados são do Sindicato
Nacional dos Coletores e Beneficiadores de Subprodutos
de Origem Animal – SINCOBESP, que vai realizar nos
dias 25 e 26 de março próximos, em
parceria com a Embrapa Suínos e Aves, o IX
Workshop sobre Subprodutos de Origem Animal e a
V FENAGRA - Feira Nacional de Graxarias, no auditório
da Fecomércio, na Rua Dr. Plínio Barreto,
285, Bela Vista, em São Paulo.
Dirigido a empresários,
técnicos e profissionais do setor, o evento
tem a finalidade de promover a atualização
de conhecimentos e reciclagem da atividade, proporcionando
a oportunidade de contato com novas tecnologias
e equipamentos.
Fernando Rei, presidente da CETESB,
participará da abertura do encontro, no dia
25, ás 14h00. Outra participação
da Agência Ambiental será do técnico
José Wagner Faria Pacheco, que vai proferir,
no dia 26.03, às 9h00, uma palestra sobre
Produção Mais Limpa e Boas Práticas
na Indústria de Graxaria, para ilustrar ações
industriais sustentáveis que promovem a economia
de insumos como água e energia, além
de reduzir os volumes de resíduos, evitando
o seu descarte no meio ambiente.
Além disso, a CETESB terá
um estande na V FENAGRA - Feira Nacional de Graxarias,
para a distribuição de folhetos, apresentação
de projetos e outros materiais, como a agenda de
cursos e treinamentos, além de apresentar
o seu novo DVD institucional para os presentes.
Poluição
A estimativa de produção
do setor de graxaria é expressiva, justificando
a preocupação com o impacto sobre
o meio ambiente. Segundo dados da Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA, de 2006,
o país abate anualmente 45,5 milhões
de cabeças de gado bovino, produzindo 1,38
milhão de toneladas de sebo e gordura e 1,89
milhão de toneladas de farinhas de carne
e ossos.
Abate ainda 34,5 milhões
de cabeças de suínos, produzindo 194
mil toneladas/ano de sebo e gordura e 239 mil toneladas/ano
de farinhas de carne e de ossos. O Estado de São
Paulo, apesar de deter apenas 6% do rebanho bovino
nacional, responde por 16% dos abates do país,
ocupando o segundo lugar no ranking nacional, atrás
apenas do Mato Grosso.
As principais regiões produtoras
do Estado são Presidente Prudente, São
José do Rio Preto, Araçatuba e Bauru,
onde também se concentram as indústrias
de graxaria.
Os principais impactos ambientais
da atividade referem-se ao consumo de água
e energia. Segundo Portaria N° 210, de 10 de
novembro de 1998, da Secretaria de Defesa Agropecuária,
do Ministério da Agricultura e Abastecimento,
o consumo médio de água em matadouros
avícolas poderá ser calculado tomando-se
por base o volume de 30 litros por ave abatida,
incluindo-se aí o consumo de todas as seções
do matadouro.
Já em relação
aos suínos, o volume de água chega
a cerca de 850 litros por suíno abatido,
semelhante ao do abate de uma cabeça de gado
bovino.
Impactos Ambientais
A emissão de substâncias
odoríferas é um dos principais impactos
das graxarias, pois o próprio processo de
cozimento ou digestão da matéria-prima
utilizada é uma fonte significativa de substâncias
responsáveis por emissão de odores.
Em alguns processos, com o aquecimento da matéria
há formação de compostos com
baixo limite de percepção de odor,
como gás sulfídrico, sulfetos de metila
e dimetila, mercaptanas, di- e tri-metilamina, dimetilpirazinas,
butilamina, amônia, escatol e outros.
Texto: Newton Miura
+ Mais
Evento reúne especialistas
para discutir ações contra poluentes
orgânicos persistentes
22/03/2010 - Diversos especialistas
vão se reunir está semana, na sede
da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
- CETESB, situada na Avenida Professor Frederico
Hermann Jr., nº 345, em São Paulo, para
discutir as ações desenvolvidas no
país para o controle dos poluentes orgânicos
persistentes, conhecidos como POPs, e que constituem
foco de preocupação em todo o mundo.
Amanhã, terça-feira,
23.03, das 8h00 ao meio-dia, os especialistas se
reunirão no Seminário Convenção
de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes
– POPs – A Atuação do Brasil (Ministério
do Meio Ambiente e CETESB – Companhia Ambiental
do Estado de São Paulo), para avaliar os
trabalhos desenvolvidos e as perspectivas para o
futuro. A reunião vai contar com a participação
da Dra. Sérgia Oliveira de Souza, do Ministério
do Meio Ambiente, e de Lady Virginia Traldi Meneses,
que coordena o Centro Regional da Convenção
Estocolmo/CETESB.
O período da tarde, de
23.03, será reservado para o Seminário
sobre o Projeto de Desenvolvimento de um Plano Nacional
de Implementação no Brasil, que constitui
o primeiro passo para a implementação
da Convenção de Estocolmo no Brasil.
A Convenção de Estocolmo
é um tratado internacional para a proteção
da saúde humana e do meio ambiente contra
os efeitos das substâncias químicas
conhecidas como POPs. Os Centros Regionais tratam
da implementação de ações
como a prestação de assistência
técnica aos países em desenvolvimento
e aos países com economia em transição,
constituindo-se em mecanismos de apoio para a capacitação
e transferência de tecnologia. A CETESB é
um dos oito centros regionais para a Convenção
de Estocolmo.
Os POPs são compostos orgânicos que
não se degradam no meio ambiente e são
constituídos por pesticidas e outras substâncias
químicas. Os mais conhecidos são o
aldrin, cloridano, DDT, Mirex, PCBs (bifenila policlorada),
dioxinas e furanos, que podem integrar a cadeia
alimentar, com conseqüências para a saúde
humana.
Durante a semana serão
realizadas várias reuniões de trabalho,
fechadas, para a discussão de pontos específicos
dos programas implementados pelo Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA, por intermédio
do Ministério do Meio Ambiente e do Centro
Regional que apóia os países da América
Latina e Caribe.
Estão previstas, também,
visitas monitoradas na quinta-feira, 25.03, à
tarde, e na sexta-feira, 26.03, de manhã,
ao Laboratório de Dioxinas e Furanos. No
dia 26.06, acontecerá, na sede da CETESB,
a 26 Reunião Ordinária da Comissão
Nacional de Segurança Química- CONASQ.
Texto: Newton Miura