O secretário do Meio Ambiente
e Recursos Hídricos, Rasca Rorigues, lançou
nesta terça-feira (30), durante a reunião
da Escola de Governo, o Programa
Estadual de Nascentes Protegidas e Recuperadas.
A ação será promovida em parceria
com a Organização das Cooperativas
do Estado do Paraná (Ocepar) e Cooperativa
Agroindustrial de Cascavel (Coopavel). Idealizadora
do projeto, a Coopavel já recuperou, desde
2008, mais de 4,5 mil nascentes nas propriedades
rurais dos seus associados, localizadas em 17 municípios
das regiões Oeste e Sudoeste do Paraná.
Para o secretário Rasca,
“o projeto é inédito e demonstra a
nossa preocupação e o diálogo
que estamos mantendo com os agricultores".
Segundo ele, o programa será difundido no
Estado como forma de melhorar a qualidade e a quantidade
da água dos rios.
Entre as ações previstas
no Termo de Cooperação estão
o cadastro e georreferenciamento da nascente - no
âmbito do Programa de Gestão Ambiental
Integrada em Microbacias; a coleta de água
das nascentes para avaliar periodicamente os índices
de contaminação; a inclusão
dos produtores no Programa Mata Ciliar; e cursos
de capacitação para multiplicar a
técnica de recuperação das
nascentes.
Os benefícios dos programas
estão sendo constatados em áreas de
produtores que já protegeram suas fontes
de água. De acordo com o presidente da Coopavel,
Dilvo Groli, em apenas um ano de conservação
é possível constatar o dobro do volume
de água em áreas recuperadas. "Além
disso, estamos melhorando a qualidade da produção
e reduzindo o número de doenças causadas
por água contaminada em aves, suínos
e pecuária de leite. Os animais estão
bebendo água mineral", relata Dilvo.
O superintendente adjunto do Sistema
Ocepar, Nelson Costa, disse que o programa será
levado a todos os 130 mil produtores cooperados
ao sistema Ocepar. "Vamos iniciar de imediato
a recuperação de nascentes, tendo
em vista que o programa já partiu de uma
cooperativa filiada à Ocepar. Com a união
dos esforços vamos expandi-lo para todo o
Estado em busca da qualidade de vida", destacou
Nelson.
Funcionamento - Os associados
de todas as cooperativas serão incentivados
a fazer a proteção de nascentes nas
propriedades com o uso de uma mistura de solo e
cimento, pedras e alguns pedaços de cano
de PVC. "Esse projeto permite que os agricultores
recuperem e preservem suas nascentes em boas condições
por muitos anos", afirma Pedro Disel, condutor
do projeto pela Coopavel.
Para o início da ação,
técnicos das cooperativas, IAP e Emater irão
organizar os agricultores em grupos de trabalho,
geralmente envolvendo vizinhos e familiares. As
orientações de como se recupera e
protege a nascente são repassadas aos produtores,
que também poderão auxiliar outros
agricultores da comunidade.
Pedro Disel conta que, antes das
ações de proteção das
nascentes, mais de 80% das fontes de água
localizadas na área de ação
da Coopavel estavam contaminadas com coliformes
fecais. "A proteção das nascentes
evita essa contaminação, além
de melhorar a vazão da água, inclusive
em períodos de seca, e garantir um futuro
melhor para as próximas gerações",
comentou.
O objetivo do projeto é
ajudar todos os produtores associados a fazer a
proteção das nascentes, além
de produtores rurais de outras regiões do
país que tiverem interesse em se beneficiar
desse trabalho. Todo o material será disponibilizado
aos produtores rurais pelas cooperativas e os agricultores
contribuem apenas com a mão-de-obra.
O projeto prevê a análise
da água em todas as nascentes protegidas
e ainda a coleta de água antes da recuperação
e outra após seis meses, para que se tenha
um levantamento técnico quantitativo e qualitativo
dessa água em relação à
produção avícola, de suínos
e pecuária, bem como à saúde
e bem-estar das famílias.
+ Mais
IAP sugere propostas de alteração
do Código Florestal para Comissão
da Câmara dos Deputados
O Instituto Ambiental do Paraná
(IAP) foi escolhido pelos integrantes da Comissão
Especial do Código Florestal da Câmara
dos Deputados para sugerir proposições
nas mudanças previstas para Código
Florestal Brasileiro. Os deputados da comissão
realizaram nesta segunda-feira (29), em Curitiba,
a última reunião dos debates sobre
o tema e abriram espaço para que o presidente
do IAP, Vitor Hugo Burko, que também é
consultor da comissão, apresentasse algumas
ações do órgão que são
consideradas exemplos para país.
Duas medidas em especial foram incorporadas para
análise da comissão e provavelmente
integraram o novo código. O julgamento colegiado
das infrações ambientais, implantado
pelo IAP em 2009 para dar mais agilidade aos processos
de autuação e recuperar de forma imediata
os locais degradados, pode guiar a criação
de conselhos municipais, estaduais e nacional para
o julgamento das multas.
Já a Matriz de Impacto
Ambiental, também implantada em 2009 pelo
IAP para tornar mais eficiente a concessão
de licenças ambientais e mais criterioso
os meios de análise dos danos ambientais
de cada empreendimento, também deverão
compor o novo código.
“O IAP é atualmente um
órgão ambiental modelo, para todos.
Percebemos que muitas ações desenvolvidas
pelo IAP são reproduzidas em outros estados
com sucesso. Não é à toa que
o IAP e seu presidente fazem parte da consultoria
da nossa comissão”, afirmou o deputado Moacir
Micheletto (PMDB-PR), que preside a comissão.
Micheletto também citou
outras ações do órgão
que serão avaliadas: a criação
da portaria 51/2010, que desburocratiza os pedidos
de renovação de licenças ambientais
e a Central de Relacionamento, criada para oferecer
aos cidadãos informações mais
rápidas e eficazes sobre as questões
ambientais em geral. “Todos são mecanismos
interessados em que o IAP é pioneiro”, completou.
Segundo Burko, o fato do IAP ser
o único órgão ambiental no
Brasil convidado para discutir e propor mudanças
ao código demonstra a seriedade do trabalho
feito. “Este reconhecimento é fruto de uma
gestão eficiente, sem conflitos de articulação
com os vários agentes da sociedade. Sempre
buscando ir além do que está apenas
escrito e valorizar a prática”, enfatizou.
+ Mais
Governo anuncia a criação
do Parque Serra da Esperança, em Guarapuava
O secretário do Meio Ambiente
e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, e o
presidente do Instituto Ambiental do Paraná
(IAP), Vitor Hugo Burko, anunciaram nesta sexta-feira
(19), em Guarapuava, a criação do
Parque Estadual Serra da Esperança. O parque
que terá 6 mil hectares está sendo
criado com a cooperação da empresa
de energia Tractebel, que investiu R$ 5 milhões
na aquisição de 1,7 mil hectares que
integrarão a unidade de conservação.
No evento foi assinado o documento de doação
das terras que darão início a implantação
do parque. O Parque Estadual da Serra da Esperança
está localizado na região do Salto
do São Francisco e contribuirá na
preservação da Área de Proteção
Ambiental (APA) da Serra da Esperança, onde
estão localizados os maiores remanescentes
de florestas com araucária da região,
bem como as nascentes do rio São Francisco.
“A criação do Parque Estadual Serra
da Esperança representa uma conquista para
a população de Guarapuava.
Fica aqui, a partir de hoje, um
grande legado para o Paraná. A Serra da Esperança
está sendo criada sem qualquer conflito e
com benefícios inestimáveis para a
conservação da biodiversidade”, declarou
o presidente do Instituto Ambiental do Paraná,
Vitor Hugo Burko, um dos idealizadores da criação
do Parque. ÁREA DE PROTEÇÃO
- A APA da Serra da Esperança compreende
um espaço total de 206 mil hectares, onde
convivem mais de 6 mil famílias de indígenas,
faxinalenses, quilombolas, assentados da reforma
agrária e comunidades tradicionais. Na região
também existem unidades produtivas que exploram
diferentes ramos da silvicultura e da agropecuária
convencionais. “A criação deste parque
é um exemplo de que a parceria público-privada
pode contribuir para a preservação.
Além disso, o mais importante é que
o parque estadual está sendo criado sem qualquer
conflito com a comunidade que vive na região”,
destacou Rasca Rodrigues. O agrônomo do IAP,
Jairo Macedo, disse que um dos maiores desafios
para criação do parque foi garantir
a conciliação de interesses e integração
de políticas públicas da União,
do Estado e dos 10 municípios abrangidos.
“Sempre considerando os limites, as potencialidades
e as funcionalidades ambientais específicas
desta região”, mencionou.
O plano foi elaborado e discutido
com a participação da comunidade local,
de organizações não-governamentais
(ONGs), como a Mater Natura, e dos membros do Conselho
Gestor da APA. A apresentação foi
feita aos representantes dos dez municípios
que integram a Área de Proteção
Ambiental: Irati, Inácio Martins, Marechal
Mallet, Rio Azul, Cruz Machado, União da
Vitória, Paulo Freitas, Paulo Frontin, Prudentópolis
e Guarapuava. O prefeito de Inácio Martins,
Edemétrio Lobato, disse que 51% do território
do município está dentro da Serra
da Esperança. “Sabemos da importância
que temos na preservação ambiental
desta área. O meu maior sonho é que
um dia uma árvore de pé tenha maior
valor do que uma árvore deitada”, completou.
Já o diretor da Tractbel energia, José
Carlos Minuzzo, afirmou que a missão da empresa
é gerar energia para a vida. “Para nós
é gratificante poder contribuir com a criação
deste parque, pois a nossa empresa gera energia
para vida”, relatou. O reitor da Universidade Estadual
do Centro Oeste (Unicentro), Vitor Zanette, agradeceu
os investimentos feitos em pesquisa e formação
científica e pela criação do
Parque Estadual Serra da Esperança. “A área
foi escolhida a partir de trabalho de universitários
da Unicentro e nunca a nossa faculdade recebeu tantos
recursos para pesquisa científica como no
governo Requião”, finalizou.