17 de Março de
2010 - Ativistas vestidos de orangotango protestam
em frente a fábrica da Nestlé no Reino
Unido. A empresa usa óleo de palma em seus
produzido às custas da destruição
das florestas tropicais da Indonésia.
Esta manhã, protestos pipocaram por toda
a Europa contra a destruição das florestas
que servem de habitat para orangotangos na Indonésia.
O motor dessa devastação, que colocou
os primatas à beira da extinção,
é a conversão do uso do solo de mata
virgem para o plantio de palmáceas.
A Nestlé, que sustenta
essa atividade comprando óleo de palma da
Indonésia para produzir chocolates como o
Kit kat, foi o alvo das manifestações
no continente europeu, parte de uma campanha global
que o Greenpeace lança hoje contra a companhia.
A Nestlé por enquanto continua jogando de
ponta de lança no time das empresas que estimulam
a destruição das florestas tropicias.
Além de financiar a derrubada
em massa de mata na Indonésia e empurrar
os orangotangos para o abismo da extinção,
a Nestlé está contribuindo para agravar
o aquecimento global. Florestas ajudam a regular
o clima e acabar com o desmatamento, uma das maneiras
mais rápidas de reduzir as emissões
de Co2 na atmosfera.
Foi por isso que escritórios
da Nestlé na Inglaterra, Holanda e Alemanha
acabaram sendo palco de protestos por ativistas
do Greenpeace, pedindo para que a empresa deixe
de utilizar óleo de palma proveniente da
destruição de área antes ocupada
por florestas na Indonésia.
As manifestações
concidiram com o lançamento de um novo relatório
do Greenpeace – 'Pega com a mão na cumbuca:
como o emprego de óleo de palma pela Nestlé
tem um impacto devastador na floresta tropical,
no clima e nos orangotangos' (em inglês) –
que expõe os laços entre a Nestlé
e fornecedores de óleo de palma, como a Sinar
Mas, que estão ampliando suas plantações
em florestas de turfa (ricas em carbono) e nas florestas
tropicias da Indonésia.
Além da produção
de óleo de palma, a Sinar Mas também
é proprietária da Ásia celulose,
a maior empresa de papel da Indonésia. A
empresa também infringe a lei da Indonésia
ao destruir as florestas protegidas para cultivar
plantações de óleo de palma.
Como todos devem saber, a Nestlé
é a maior empresa de alimentos e bebidas
do mundo. O que ninguém sabia até
então era que a empresa também é
um grande consumidor de óleo de palma produzido
às custas do desmatamento das florestas tropicais.
Nos últimos três anos, a utilização
anual do óleo quase duplicou, alcançando
a marca de 320000 toneladas que entram em uma enorme
gama de produtos, incluindo o chocolate mega popular
KitKat, que não é vendido no Brasil.
"Toda vez que você
der uma mordida em um KitKat, você pode estar
dando uma mordida nas florestas tropicais da Indonésia,
que são fundamentais para a sobrevivência
dos orangotangos. A Nestlé precisa dar aos
orangotangos uma pausa e parar de utilizar óleo
de palma de fornecedores que estão destruindo
as florestas", disse Daniela Montalto, do Greenpeace
internacional.
O lançamento do relatório
segue numerosas tentativas de convencer a Nestlé
a cancelar seus contratos com a Sinar Mas. Recentemente,
o Greenpeace contactou várias vezes a empresa
com provas sobre as práticas da Sinar Mas,
mas mesmo assim a Nestlé continua usando
o óleo de palma da Indonésia em seus
produtos.
Diversas empresas importantes,
incluindo a Unilever e Kraft, cancelaram os contratos
de óleo de palma com a Sinar Mas. A Unilever
cancelou um contrato de 30 milhões de dólares
no ano passado. A Kraft cancelou o seu em fevereiro.
"Outras grandes empresas estão agindo,
mas a Nestlé continua fechando os olhos para
os piores infratores. É tempo de a Nestlé
cancelar seus contratos com a Sinar Mas e parar
de contribuir com a destruição das
floresta tropical e de turfas," frisou Montalto.