06/04/2010 - O Sistema Cantareira
produz metade da água consumida pelos moradores
da Região Metropolitana de São Paulo
e é considerado um dos maiores sistemas produtores
de água do mundo. Com o objetivo de garantir
a qualidade dessa água para abastecimento
público, a Secretaria
do Meio Ambiente do Estado de São Paulo –
SMA elaborou a Lei Específica da Área
de Proteção e Recuperação
de Manancial Alto Juquery (APRM-AJ), enviada no
dia 30.03, à Assembléia Legislativa
do Estado.
A APRM-AJ abrange cinco municípios:
Mairiporã, Nazaré Paulista, Caieiras,
Franco da Rocha e São Paulo. A região
enfrentou nos últimos anos alto crescimento
demográfico e um período de intensa
estiagem, por esses motivos se tornou necessária
a criação de uma Lei Específica
de proteção da área, que, diferente
da Lei Estadual nº 898 de 1975, poderá
garantir preservação correspondente
à realidade da região.
A Lei tem como objetivo disciplinar o uso e ocupação
do solo, assim, compatibilizando o desenvolvimento
socioeconômico com a proteção
e recuperação do manancial. Além
disso, serão estabelecidas diretrizes e parâmetros
de interesse regional para a elaboração
das leis municipais de ocupação do
solo, visando a preservação ambiental
e o controle da expansão urbana. A Lei também
prevê a promoção de ações
de educação ambiental.
O sistema produtor Cantareira é de responsabilidade
da Companhia de Saneamento Básico do Estado
de São Paulo – Sabesp e formado por cinco
represas, interligadas por túneis e canais:
Jaguarí-Jacareí, Cachoeira, Atibainha,
Paiva Castro e Águas Claras. Suas águas
abastecem os municípios de Osasco, Carapicuíba,
Caieiras, Franco da Rocha, Francisco Morato e São
Caetano do Sul, os bairros das zonas norte e central
de São Paulo, além de parte das zonas
leste e oeste, e dos municípios de Guarulhos
e Barueri. A capacidade de vazão do sistema
é de 33 mil litros por segundo.
Por meio do projeto ambiental estratégico
Mananciais a SMA já criou e regulamentou
as Leis Específicas dos mananciais Guarapiranga
e Billings, que abastecem aproximadamente 4 milhões
e 1,8 milhão, respectivamente.
Histórico
Com o contínuo crescimento e desenvolvimento
da região metropolitana de São Paulo,
foi preciso ampliar as fontes de água para
abastecimento, em especial para a zona norte da
cidade. Com esse propósito, a implantação
do Sistema Cantareira durou duas décadas
e teve duas etapas. A primeira, inaugurada em dezembro
de 1973, foi de aproveitamento dos rios Juquery,
Atibainha e Cachoeira, por meio da construção
de barragens, do reservatório de Águas
Claras, de túneis e canais de interligação
e da Estação Elevatório de
Santa Inês. Em 1976, foi iniciada a segunda
etapa de construção com obras de barragem
nos rios Jaguarí e Jacareí, que possibilitou
a adução de 33 mil litros por segundo,
dos quais 31 provêm da bacia hidrográfica
do Rio Piracicaba.
Texto: Ludmilla Fregonesi
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Parques Estaduais ganham programa
de voluntariado
07/04/2010 - Há 12 anos
o núcleo Caraguatatuba, do Parque Estadual
da Serra do Mar, conta com o serviço voluntário
do Grupo de Auxílio Civil – GAC Albatroz
no trabalho de emergências causadas por acidentes
naturais, combate a incêndios florestais,
além de resgate e prestação
de socorro dentro do parque. Mais do que isso, o
grupo, que hoje tem 60 voluntários entre
bombeiros e cidadãos do município,
é parceiro certo para todas as ações
na unidade. “Ajudamos a implantar trilhas, a oferecer
atividades de educação ambiental,
em campanhas, em tudo o que o parque precisar. Estamos
sempre à disposição”, conta
o coordenador do grupo, capitão Braga. Em
troca, o grupo recebe uma única coisa: a
satisfação em poder ajudar no trabalho
de conservação dessa imensa área
protegida.
Mas, a partir de agora, os voluntários do
GAC Albatroz e todos os cidadãos que queiram
contribuir de alguma maneira com o trabalho de gestão
e manejo das Unidades de Conservação
(UCs) do Estado de São Paulo possuem identificação
e certificado de reconhecimento pelo serviço:
é o Amigos do Verde, programa de voluntariado
dos parques estaduais paulistas. Lançado
na semana passada, durante o evento Meio Ambiente
em Ação, na capital, o programa visa
registrar e reconhecer os esforços daqueles
que doam seu tempo e talento para garantir o trabalho
de conservação das áreas protegidas
do Estado.
O principal objetivo do Amigos do Verde é
implantar oficialmente um modelo de gestão
participativa nas unidades de conservação
paulistas. “Queremos contar com a presença
e o apoio da população nesse trabalho
de preservação”, explica José
Amaral Wagner Neto, diretor da Fundação
Florestal, órgão responsável
pela administração das UCs estaduais.
Os voluntários poderão escolher o
parque em que desejam atuar, além de informar
a disponibilidade de tempo para se dedicar à
unidade de conservação escolhida.
Entre as áreas de atuação estão
a prestação de informação
aos visitantes, a monitoria ambiental, o apoio na
manutenção e implementação
de trilhas e ações de educação
ambiental.
O Amigos do Verde também vai permitir o reconhecimento
do trabalho de pesquisadores que já atuam
dentro dos parques, enriquecendo o conhecimento
sobre a biodiversidade existente dentro deles. Pode
ser um Amigo do Verde todos os brasileiros e estrangeiros
com idade a partir de 14 anos. Ainda assim, menores
de 18 anos precisam ter autorização
dos responsáveis. Pessoas jurídicas
que atuam na área de conservação
ambiental também poderão se tornar
Amigos do Verde.
Os interessados em participar do programa podem
se cadastrar no site www.fflorestal.sp.gov.br/amigosdoverde.
A Fundação Florestal analisa os cadastros
e firma um termo de adesão. Ao concluir a
participação no programa, o Amigo
do Verde recebe um certificado comprovando e reconhecendo
sua ação voluntária.
Texto: Evelyn Araripe Fotografia: José Jorge
e Acervo Fundação Florestal