27/04/2010
- Promover sombra em dias de sol forte, reduzir
impacto das chuvas, criar abrigo para passarinhos
e garantir a qualidade do ar por meio da fotossíntese
são alguns dos benefícios da arborização
urbana. Esse é o tema do 3º Encontro
Paulista de Arborização Urbana, que
começou na segunda-feita, 26.04, e vai até
quarta, 28.04, em Americana, região metropolitana
de Campinas.
O evento, organizado pela Sociedade
Brasileira de Arborização Urbana (SBAU),
Prefeitura e Secretaria do Estado do Meio Ambiente
– SMA, tem como proposta estimular os governos municipais
à implantar o conceito de “floresta urbana”,
compatibilizando arborização com equipamentos
públicos e conscientização
por meio de educação ambiental. Mais
de 700 pessoas de vários municípios
paulistas participaram do primeiro dia do encontro.
Na abertura, o gerente do projeto Município
Verde Azul, Ubirajara Guimarães apresentou
os avanços da arborização no
Estado. Os planos de arborização urbana
aumentaram de 150, em 2008, para 430, em 2009, o
equivalente a 286% de crescimento. Outro dado que
confirma os bons resultados, foi a criação
de 383 Leis municipais de arborização
urbana no ano passado. Além do aumento de
98% de viveiros municipais de 2008 pra 2009, eram
216 ante os 427 atuais.
“São números concretos
que comprovam esse avanço. Mas, para isso
precisamos mudar atitudes. Primeiro, capacitar,
treinar, projetar e planejar, que é o que
estamos fazendo aqui hoje. E, em segundo, o mais
importante, é fazer, executar, não
deixar no papel”, afirmou Guimarães. O prefeito
de Americana, Diego De Nadai, elogiou a iniciativa.
“Hoje estamos interagindo entre profissionais para
buscar ações concretas para a arborização
urbana de nossa cidade. É em encontros como
esse que cada um dá a sua contribuição,
ensinando e aprendendo”, disse.
Ubirajara Guimarães também destacou
a guerra urbana entre árvores e postes. “Nós
estamos do lado das árvores. O que será
feito com os postes eu não sei, os técnicos
é que terão que ver isso. Nosso objetivo
é plantar mais árvores e garantir
a melhoria da qualidade de vida da população”,
declarou.
Texto: Lucas Campagna Fotografia: Pedro Calado
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Concessão de serviços
turísticos nas UCs é tema de seminário
na Fundação Florestal
29/04/2010 - “Queremos avançar
na concessão de serviços turísticos
nas Unidades de Conservação e pretendemos
envolver as comunidades locais na prestação
desses serviços”. A declaração
foi feita pelo Diretor-executivo da Fundação
Florestal - FF, José Amaral Wagner Neto,
na abertura do Seminário de Concessões
de Serviços de Uso Público em Unidades
de Conservação no Estado de São
Paulo, realizado em 27 de abril de 2010, no auditório
do Instituto Florestal (IF). O evento contou com
palestras de especialistas vindos dos Estados Unidos,
da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
e do Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade (ICMBio/MMA).
O objetivo do seminário foi apresentar aos
gestores das Unidades de Conservação
(UCs) do Estado o boas práticas e alternativas
na concessão de serviços ligados ao
turismo em áreas especialmente protegidas,
principalmente nos Parques. São trilhas,
esportes de aventura (como rafting e mergulho),
restaurantes e lanchonetes, centros de visitação
e vários serviços que podem ser explorados
comercialmente pela iniciativa privada, principalmente
pelas existentes nas cidades abrangidas pelas UCs.
A utilização de mão-de-obra
local é uma das bases para a geração
de emprego e incremento econômico nas comunidades
vizinhas às áreas protegidas.
Segundo o Secretário-adjunto da secretario
do Meio Ambiente do Estado - SMA, Pedro Ubiratan
Escorel de Azevedo, que compareceu à abertura
do evento, “o caminho foi pavimentado pela Fundação
Florestal com suas obras de infraestrutura nas Unidades
de Conservação. Agora temos o que
oferecer e vamos preparar as regras para essa nova
etapa”. A FF, por meio de sua gerência de
Ecoturismo e Visitação Pública,
já criou inclusive um projeto – o Trilhas
de São Paulo em que os visitantes podem escolher
trilhas com estrutura e apoio de qualidade para
a realização de passeios seguros e
que incluam também o recebimento de informações
sobre meio ambiente.
Em sua palestra, o co-diretor do Departamento de
Recursos Naturais e Turismo da Universidade Estadual
do Colorado (EUA), Jim Barborak, destacou a importância
da gestão compartilhada das UCs e seus serviços
pelos órgãos de governo, ONGs, comunidades
tradicionais, tribos indígenas e a iniciativa
privada. “É uma tendência mundial.
Existem diversas maneiras desse trabalho ser desenvolvido,
bastando uma boa avaliação de qual
é a melhor forma que se encaixa à
realidade de cada unidade”, salientou. A contratação
e recrutamento de gente capacitada e especializada
é uma prioridade para o sucesso dessas iniciativas.
A professora assistente do Departamento de Meio
Ambiente e Sociedade da Universidade do Estado de
Utah (EUA), Miriam Wyman, que falou sobre a cobrança
de taxas na concessão dos serviços,
apresentou diferentes práticas na aplicação
desses recursos em UCs da África do Sul,
Belize, Equador, Colômbia, Nova Zelândia
e em diversos outros países. “O importante
é identificar a capacidade do envolvimento
das comunidades e também levar em conta os
impactos culturais que podem ocorrer”, afirmou.
Já a professora-adjunta do curso de Turismo
da UFRJ, Camila Rodrigues, aproveitou para lembrar
que a vocação das UCs é a proteção
ambiental e não a geração de
lucro. “Tudo deve ser feito com muito critério
e cuidado, mas a regulamentação da
prestação de serviços em Unidades
de Conservação é fundamental.
Se nós não nos anteciparmos ao turismo
de massa, seremos atropelados pelo turismo de massa”,
disse o coordenador-geral de Visitação
e Negócios do ICMBio, Julio Gonchorosky durante
sua exposição.
Texto: Dimas Marques