Panorama
 
 
 

A MANCHA NEGRA

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Abril de 2010


Notícia - 29 abr 2010 - Acidente com plataforma de petróleo espalha óleo pelo Golfo do México e dúvidas sobre um modelo energético prejudicial à saúde humana e ambiental.

Um vazamento de óleo não é algo que se limpe. Na maior parte dos casos, os remanescentes desses desastres ambientais se dispersam, diluem, são queimados ou afundam e ficam à espera de, em algum momento, voltar à tona e causar seus estragos. O caso da recente explosão seguida de vazamento da plataforma de petróleo Deepwater Horizon, no Golfo do México, ocorrida no último dia 20, expõe as sérias deficiências do modelo petrolífero do qual somos dependentes.

Na explosão, onze funcionários morreram. Dois dias após o acidente, a plataforma naufragou e, lá do fundo, começou a despejar mais de cem mil litros de óleo diariamente. Hoje, 29 de abril, nove dias após o desastre, o presidente americano Barack Obama assumiu as rédeas do desastre, o que deu dimensão real à sua gravidade, oferecendo a ajuda do Departamento de Defesa na sua contenção.

A corrida agora é por evitar que o óleo continue a vazar e, alcance a costa da Lousianna, de onde já está a apenas 80 quilômetros de distância. A previsão é de que a macha, dpendendo da direção dos ventos, alcance a região do delta do Rio Mississipi na sexta-feira, dia 30.

Caso isto ocorra, as ricas regiões onde 40% da área de manguezais da costa dos Estados Unidos se concentram, podem ficar manchadas de óleo pelas próximas décadas. O governador da Louisianna Bobby Jindal declarou estado de emergência, alegando que o vazamento ameaça seus recursos naturais. As autoridades americanas precisam decidir entre o ruim e o pior: se mais vale queimar o óleo, emitindo carbono e produzindo gigantesca nuvem de fumaça, ou permitir que o desastre ambiental atinja as áreas de costas.

“As empresas de petróleo dizem que já existem as mais variadas tecnologias para a contenção de vazamentos de petróleo, mas, como foi visto, na prática, isso não é bem verdade. O impacto que um vazamento de óleo pode trazer é gigantesco e não há uma forma justa de reparar o dano”, diz Leandra Gonçalves, coordenadora da campanha de Oceanos do Greenpeace.

Nem um ano se passou desde que as empresas responsáveis pela plataforma, a britânica BP e a TransOcean, se opuseram agressivamente contra um novo regulamento de segurança estabelecido pela Empresa de Manejo Mineral, a agência federal que fiscaliza a exploração de petróleo em alto mar. A base do novo regulamento foi um estudo que concluía que o número de acidentes no setor era muito alto.

Gráfico divulgado pelo jornal The NY Times traz o perfil das espécies que estão na mira do líquido negro. Aves costeiras e animais marinhos são as mais afetadas. Entre elas, a baleia cachalote, tartarugas marinhas e o atum azul, espécie em alto risco de extinção, cujo único local de reprodução da população do Atlântico é o Golfo do México.

“Espécies como o atum azul e as tartarugas marinhas, ameaçadas de extinção, estão sendo submetidas a um nível de contaminação inestimável. Que tecnologia é capaz de reparar este impacto?”, questiona Leandra.

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Desastre para ficar na história

Notícia - 30 abr 2010 - Local de reprodução de várias espécies de mamíferos, aves e peixes, alguns em perigo de extinção, o Golfo do México e a costa da Lousiana estão banhadas em óleo.

A conta ambiental começou a ficar bem mais salgada. As primeiras aves com o corpo coberto de óleo do vazamento da plataforma Deepwater Horizon no Golfo do México foram encontradas na costa da Lousiana, onde a mancha de óleo do tamanho da metade de Sergipe bateu na manhã de sexta-feira, dia 30. O acontecimento, tanto temido pelas autoridades americanas quanto pelos ambientalistas, traz um prejuízo econômico, segundo os primeiros cálculos, de cerca de bilhão de dólares.

O óleo não poderia ter sido derramado em momento pior. O mês de abril é temporada de reprodução de peixes, pássaros, tartarugas e outras criaturas marinhas no Golfo do México. Durante o período, as espécie, por instinto, tendem a se assentar e, com isso, ficam impossibilitadas de reagir a tempo e fugir do perigo. Segundo afirmam pesquisadores, 90% de todas as espécies marinhas do Golfo do México fazem uso das regiões costeiras e dos estuários do Rio Mississipi ao menos uma vez na vida para reprodução.

A costa da Lousiana, local onde se encontram 40% das regiões de mangue dos Estados Unidos, é pouso para mais de cinco mil espécies de aves migratórias. A lista completa dos animais na mira do óleo inclui 400 espécies, encabeçada pelo atum-azul, em alto perigo de extinção. Das sete espécies de tartarugas marinhas do mundo, cinco migram para a região para cuidar de seus filhotes em abril. Tubarões e mamíferos marinhos, como as baleias Cachalote, Azul, Fin e Sei também nadam no óleo. Uma equipe do Greenpeace dos Estados Unidos está a caminho da Lousiana para documentar e expor os impactos ambientais causados pelo vazamento de óleo

“As aves marinhas possuem um óleo natural que cobre o corpo e as possibilita de mergulhar no mar sem afundar”, explica Leandra Golçalves, Coordenadora da Campanha de Oceanos do Greenpeace. Com o tingimento das penas de negro petróleo, as aves perdem esta cobertura natural e ficam impossibilitadas de mergulharem. “Isto sem falar nos níveis de toxicidade a qual os peixes e as baleias estão expostos. A cada vez que uma baleia vai à superfície para respirar, está levando petróleo aos pulmões”, acrescenta Leandra.

O acidente, causado por uma falha no sistema de segurança de uma plataforma construída em 2001 usando a mais recente tecnologia para a área pode vir a se tornar o maior da história dos Estados Unidos. Estimativas oficiais são de que o volume de óleo derramado já ultrapassa os de grandes acidentes como o da Exxon Valdez, em 1989, no Alasca e o de Santa Bárbara, Calif, em 1969. Por via das dúvidas, o presidente Obama vez sendo orientado a suspender novos projetos de exploração de petróleo até que maiores investigações sobre o caso garantam maior segurança.

"Ainda hoje, apesar da alta tecnologia para a exploração de gás e óleo já desenvolvida no mundo, são poucas as medidas eficientes para evitar o impacto ambiental de vazamentos de petróleo no mar. A região que foi afetada pelo Exxon Valdez, por exemplo, ainda não se recuperou totalmente dos impactos, mesmo depois de 21 anos do ocorrido”, diz Leandra. "Está mais do que na hora dos governos e sociedade repensarem o modelo de desenvolvimento que queremos para o futuro. Para evitar esse tipo de impacto só existe uma maneira: diminuir a exploração de petróleo e migrar para uma matriz energética mais limpa e renovável", conclui.


 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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