12/05/2010
Da Agência Brasil
Brasília - O aquecimento
global pode deixar até metade do planeta
sem condições de ser habitado nos
próximos três séculos, segundo
estudo elaborado pelas universidades de New South
Wales, na Austrália, e de Purdue, nos Estados
Unidos. Para essa conclusão foram considerados
os piores cenários de modelos climáticos.
As informações são da BBC Brasil.
O estudo, publicado na última
edição da revista especializada Proceedings
of the National Academy of Sciences, informa, no
entanto, que é improvável que isso
ocorra ainda neste século. Mas é possível
que no século 22 várias regiões
estejam sob calor intolerável para humanos
e outros mamíferos.
“Descobrimos que um aquecimento
médio de 7 graus Celsius (°C) faria com
que algumas regiões ultrapassassem o limite
do termômetro úmido [equivalente à
sensação do vento sobre a pele molhada],
e um aquecimento médio de 12ºC deixaria
metade da população mundial em um
ambiente inabitável”, disse o pesquisador
Peter Huber, da Universidade de Purdue.
Segundo os cientistas, ao calcular
os riscos das emissões de gases atuais, é
necessário considerar os piores cenários,
como os previstos no estudo. Ao mencionar um aquecimento
médio de 12ºC, Huber disse que isso
significaria até 35ºC no chamado termômetro
úmido nas regiões mais quentes do
planeta.
Atualmente, segundo o estudo,
as temperaturas mais altas nessa medida nunca ultrapassam
30ºC. A partir de 35ºC no termômetro
úmido, o corpo humano só suportaria
algumas horas antes de entrar em hipertermia (sobreaquecimento).
Huber comparou a escolha a um
jogo de roleta-russa, em que "às vezes
o risco é alto demais, mesmo se existe apenas
uma pequena chance de perder". O estudo também
ressalta que o calor já é uma das
principais causas de morte por fenômenos naturais
e que muitos acreditam, erroneamente, que a humanidade
pode simplesmente se adaptar a temperaturas mais
altas.
"Mas, quando se mede em termos
de picos de estresse incluindo umidade, isso se
torna falso", afirmou o professor Steven Sherwood,
da Universidade de New South Wales.
Calcula-se que um aumento de apenas
4ºC medido por um termômetro úmido
já levaria metade da população
mundial a enfrentar um calor equivalente a máximas
registradas em poucos locais atualmente.
+ Mais
Inpe encerra operação
de satélite sino-brasileiro que fornecia
imagens da Amazônia
12/05/2010
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Depois de 13 mil voltas em torno
da Terra e quase 400 mil imagens do Planeta, a operação
do satélite sino-brasileiro Cbers-2B foi
encerrada. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe) informou hoje (12) que perdeu o contato com
o satélite desde abril. Lançado em
setembro de 2007, o equipamento tinha previsão
de vida útil de dois anos.
O principal fornecedor de imagens
para o Brasil e a China – sócios no acordo
de cooperação que construiu e lançou
o satélite – e para os países da América
do Sul e da África, o Cbers-2B começou
a apresentar falhas em março. De acordo com
o Inpe, em 16 de abril, os centros de controle brasileiro
e chinês perderam o contato com o satélite.
Com o fim da operação
do Cbers-2B, o Inpe terá menos imagens disponíveis
do território brasileiro. Elas são
utilizadas principalmente nas estimativas de desmatamento,
pelo Sistema de Detecção do Desmatamento
em Tempo Real (Deter) e do Programa de Cálculo
do Desflorestamento da Amazônia (Prodes),
que calcula as taxas anuais de desmatamento da Amazônia.
“Mesmo operando em condições
não ideais, o Inpe continuará a fornecer
os dados necessários ao monitoramento do
território brasileiro”, informou o instituto,
que utilizará imagens dos satélites
norte-americanos Terra/Modis e Landsat-5 e do indiano
Resourcesat.
Para substituir o Cbers-2B, um
novo satélite desenvolvido em parceria com
a China será enviado ao espaço em
2011, o Cbers-3. Há previsão de mais
um lançamento em 2014. A nova geração
de satélites tem mais câmeras que os
atuais.