07/05/2010
Melissa Silva
Após 11 meses de articulações
com diferentes empresas, entidades, artistas e organizações
da sociedade civil, a campanha "Saco é
um Saco" do Ministério do Meio Ambiente
apresenta os números que demonstram a redução
significativa das sacolas plásticas. Em 2007,
de acordo com a indústria do plástico,
18 bilhões de sacolas foram produzidas no
Brasil. Já em 2009, com apenas seis meses
de campanha, o número caiu para 15 bilhões,
uma redução de 16,66%.
Desde o início da campanha,
em junho de 2009, 600 milhões de sacolas
plásticas foram evitadas em todo o País,
o equivalente a 4% do que foi produzido no ano passado.
Em contrapartida, mais de 195 mil sacolas retornáveis
foram distribuídas por diversos parceiros
da campanha como Gol, Carrefour, Walmart, Kimberly-Clark
e CPFL. Neste ano, espera-se que a redução
chegue a 10%, o correspondente a 1,5 bilhão
de sacolas plásticas.
O Walmart, além de ter
desenvolvido o mote da campanha e sua identidade
visual, produziu dois filmes e instituiu uma série
de programas de desestímulo ao uso de sacolas
plásticas em suas lojas, que já resultaram
em R$ 700 mil reais de descontos aos consumidores,
mais de 2 milhões de sacolas retornáveis
vendidas e uma redução de 138 milhões
de sacolas plásticas em 2009.
Com o patrocínio do Carrefour,
a campanha investiu em estratégias de internet
voltadas para as mídias sociais, angariando
619 seguidores no Twitter, alcançando 271
mil pageviews no Blog e mais de 124,4 mil visualizações
dos filmes no Youtube.
No embalo da campanha, a rede
de supermercados implementou as ecocaixas em suas
lojas e anunciou o banimento das sacolas plásticas
até 2014, passando a oferecer sacos de bioplástico
e sacolas biodegradáveis a R$ 0,30, com valor
revertido para caridade.
A Kimberly-Clark estampou o selo
da campanha nas embalagens de um de seus produtos
e distribuiu gratuitamente 140 mil sacolas retornáveis
aos clientes que consumiram o produto.
Durantes os mais de 300 dias de
campanha, diversas ações foram executadas
pelo MMA, com a ajuda dos parceiros. A CPFL divulgou
mensagens da campanha em suas contas de luz, atingindo
29,5 milhões de clientes. Nos metrôs
de Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo
e Belo Horizonte, cartazes da campanha foram vistos
por 4,2 milhões de passageiros por dia.
Os vídeos da campanha tiveram
20.600 exibições nas salas da rede
de cinemas Rain, tendo sido assistidos por 22,5
milhões de cinéfilos. Em voos da GOL,
225 mil passageiros participaram de ações,
como a distribuição de sacolas retornáveis.
Vários artistas, como Xuxa,
Maitê Proença, Cristiane Torloni, Júnior
do AfroReggae e o surfista Teco Padaratz também
aderiram voluntariamente à causa, emprestando
suas vozes à campanha de rádio. Eles
doaram gentilmente o direito de uso ao Ministério
e gravaram gratuitamente spots de 30 segundos, que
foram distribuídos para 40 rádios
comerciais e 1.980 rádios comunitárias.
Para a coordenadora técnica
da campanha, Fernanda Daltro, o diferencial foi
justamente ter conseguido agregar tantos parceiros
e, principalmente, o impacto causado na sociedade.
"Até a indústria do plástico
teve de se mobilizar para dar uma resposta sobre
como reduzir o impacto ambiental das sacolas plásticas,
tamanha a demanda gerada pela campanha".
Apesar do tema já está
sendo discutido, Daltro acredita que o fato de a
campanha ter um slogan simpático, uma linguagem
interessante, com discurso atual e utilizando mídias
novas - que permitiram a participação
direta da sociedade -, fez com que as empresas fossem
"tomadas pela necessidade de fazer algo, não
só pela motivação da campanha,
mas, principalmente pela repercussão dela
na sociedade e a manifestação a favor
da redução das sacolas plásticas",
destacou.
Veja a avaliação
completa e os resultados da Campanha.
Dias das Mães - Com o slogan
"Neste Dias das Mães, dê um presente
à Mãe Natureza: Recuse Sacolas Plásticas.
Todas as mães agradecem", o MMA busca
sensibilizar os filhos para que presenteiem suas
mães e, principalmente, a Natureza, substituindo
as antigas sacolinhas por embalagens criativas e,
de preferência, recicláveis.
Para ajudar nos hábitos
de consumo dos filhos que irão comprar o
presente na última hora, foi preparada uma
exposição da campanha no shopping
Boulervard, em Brasília, e às 16h,
o tema será incluído na programação
teatral do shopping.
+ Mais
Goiás e ICMBio recebem
doação de US$ 6 milhões para
proteção do Cerrado
07/05/2010
O Banco Mundial aprovou nesta quinta-feira (6/5)uma
doação de US$ 6 milhões para
os projetos Cerrado Sustentável de Goiás
e de Proteção da Biodiversidade do
Cerrado do Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade (ICMBio), que fazem parte da Iniciativa
Cerrado Sustentável.
Esta é segunda e última
parte de uma doação total de US$ 13
milhões do Fundo Global para o Meio Ambiente
(GEF, na sigla em inglês), que visa garantir
a conservação da savana com a maior
biodiversidade no mundo e que abrange quase 25%
do território brasileiro. A primeira parte
da doação, no valor de US$ 7 milhões,
foi aprovada em 18 de março.
"É com muita alegria
que recebemos a notícia da alocação
de mais US$ 6 milhões provenientes do Fundo
Global para o Meio Ambiente, numa parceria com o
Banco Mundial, em torno da proteção
e a conservação do Cerrado no Brasil.
Um importante bioma para o nosso País e para
o Planeta, não só do ponto de vista
da conservação da biodiversidade,
mas também pela nossa responsabilidade pelo
cumprimento das metas para a redução
das emissões associadas ao desmatamento ilegal",
destacou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
Para ela, a nova doação
significa que o Ministério do Meio Ambiente,
"terá mais recursos para avançar
no Plano de Combate ao Desmatamento ilegal do Cerrado,
como também investir em programas associados
de adaptação e conservação
da biodiversidade, não só na instância
Federal em particular com os projetos do ICMBio
, mas também, apoiando iniciativas estaduais,
a exemplo do projeto Cerrado Sustentável
do Tocantins lançado recentemente e a expectativa
de aprovar em breve o projeto Cerrado Sustentável
de Goiás."
A iniciativa, a ser implementada
pelos governos Federal e estaduais, com o apoio
do Banco Mundial, é composta por quatro projetos
coordenados. Dois aprovados dia 6 de maio:
Projeto Cerrado Sustentável,
do Estado de Goiás (US$ 3 milhões);
e
Projeto de Proteção
da Biodiversidade do Cerrado, do ICMBio - (US$ 3
milhões).
E dois aprovados em março:
Projeto de Monitoramento do Bioma
e de Políticas Públicas do Cerrado,
do Ministério do Meio Ambiente (US$ 4 milhões);
e
Projeto Cerrado Sustentável,
do Estado do Tocantins (US$ 3 milhões).
Cerrado - É um tipo único de savana
tropical, que abriga mais de 12 mil espécies
de plantas e aproximadamente duas mil espécies
de mamíferos, aves, répteis, anfíbios
e peixes de água doce. Entretanto, estudos
recentes mostraram que o bioma está sob pressão,
devido às taxas de desmatamento de cerca
de 1,4 milhão de hectares por ano (quase
o dobro da atual taxa de desmatamento da Amazônia).
Com isso, cerca de 48% do Cerrado já foram
perdidos.
"Com a aprovação
da doação, inauguramos a primeira
fase da Iniciativa Cerrado Sustentável. Os
quatro projetos, coordenados sob uma estrutura única,
vão promover a cooperação entre
os governos Federal, estaduais e as instituições
e assegurar ações concertadas para
alcançar o objetivo de longo prazo de conservação
do bioma e de uso sustentável de seus recursos
pelas comunidades locais", disse o Diretor
do Banco Mundial para o Brasil, Makhtar Diop.
Os resultados esperados dos quatro
projetos são:
Aumento das áreas de importância
para a biodiversidade sob proteção
legal no Cerrado;
Utilização mais
sustentável dos recursos naturais do bioma,
incluindo espécies nativas, por grandes,
médios e pequenos agricultores e comunidades
locais;
Elaboração de novas
políticas públicas para a conservação
e o uso sustentável do Cerrado, bem como
a gestão dos recursos naturais do bioma;
Monitoramento do status do bioma
para assegurar a aplicação eficaz
da iniciativa, por meio da criação
de um banco de dados público contendo informações
geofísicas, sociais e ambientais atuais.
Informações detalhadas sobre o projeto,
acesse o site do Banco Mundial (em inglês).
Com informações do Banco Mundial