Curitiba (20.05.2010) - O monumento
“Tecnologia para o Desenvolvimento com Sustentabilidade
e Respeito ao Meio Ambiente”, feito com toras de
araucária apreendidas pelo Ibama durante
a Operação Angustifolia, realizada
no ano passado, e também com mogno apreendido
no estado, foi inaugurado na última segunda-feira
(17) na Pontifícia Universidade Católica
do Paraná, em Curitiba. Participaram da inauguração
o reitor da PUC-PR, Clemente Ivo Juliatto, o superintendente
do Ibama no Paraná, Helio Sydol, e o arquiteto
que projetou o monumento, Manoel Coelho.
Sydol conta que os troncos utilizados
na obra foram apreendidos em Palmas, onde haviam
outras 471 toras de araucária, espécie
nativa ameaçada de extinção
e protegida pela legislação. “A situação
da espécie é muito preocupante hoje,
pois, da floresta de araucária que originalmente
ocorria no estado do Paraná, restam hoje
menos de 1%, segundo dados de 2000”, afirmou.
De acordo com o superintendente
do Ibama, algumas das árvores derrubadas
em Palmas têm 204 anos. “As árvores
nasceram em 1806, dois anos antes da chegada da
família real ao Brasil, podendo-se dizer
que elas presenciaram este e tantos outros tatos
ocorridos nestes dois séculos de existência,
como o surgimento da primeira faculdade no Brasil,
a Proclamação da Independência,
em 1822, a criação da Província
do Paraná, em 1853, a Proclamação
da República, em 1889, a Primeira Guerra
Mundial, em 1914, a Segunda Guerra Mundial, em 1937,
a chegada do homem à lua, em 1969, e, já
sem vida, em 2010 assistem o definhamento da espécie,
no momento em que o Brasil adquire visibilidade
maior no cenário mundial como Estado”.
Para o arquiteto Manoel Coelho,
que projetou a obra, o monumento representa a riqueza
do Paraná, que está sendo devastada,
e a da Amazônia, já que o mogno é
explorado para exportação para a Europa.
“Queremos que a obra sirva de alerta para a necessidade
e a importância da preservação
da natureza”.
O monumento, que comemora os 50
anos do reconhecimento da universidade pelo Governo
Federal, tem no centro as toras de araucárias
em diferentes comprimentos, organizadas em sentido
decrescente, e, externamente, um círculo
de toras de eucalipto de reflorestamento, também
com comprimentos diferentes, mas organizado em sentido
crescente.
Segundo o reitor da PUC/PR,
Clemente Ivo Juliatto, a depredação
da natureza é fruto, principalmente, da ganância
dos poderosos. “O desenvolvimento a qualquer custo
não nos serve. Nós, da PUC/PR, queremos
o desenvolvimento, a tecnologia, mas com sustentabilidade
e respeito à natureza, com elevação
do conhecimento e dos padrões culturais,
sempre a serviço do bem e do progresso”.
Christian Dietrich
Ascom/Ibama/PR