Panorama
 
 
 

MINISTRA DEFENDE NO SENADO PROJETO
QUE INSTITUI POLÍTICA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2010

05/05/2010
Carine Corrêa
Considerando-se que 80% da população brasileira vivem em cidades, os tratamentos do lixo e o esgoto fazem parte da agenda sustentável do País, e se refletem nas bases econômica e social do Brasil. Cerca de 40% do lixo urbano no Brasil podem ser recicláveis, e menos de 10% das cidades brasileiras possuem coleta seletiva.

Em audiência pública realizada no Senado Federal hoje (05/05), em Brasília, a ministra Izabella Teixeira, do Meio Ambiente, disse que a questão de resíduos sólidos seja, talvez, o principal problema ambiental do País na atualidade, associado ao tratamento de esgoto.

Ela defendeu que, a aprovação do Projeto de Lei em tramitação na Casa, que poderá instituir a Política Nacional de Resíduos Sólidos, vai promover "um novo patamar para a gestão ambiental".

A ministra acrescentou que o projeto prevê o trabalho integrado entre municípios, estados e União para solucionar a problemática de resíduos sólidos.

Segundo Izabella, o PL traz propostas estratégicas para a eliminação dos lixões no País, implementação de aterros sanitários, e a substituição dos depósitos a céu aberto por consórcios municipais, especialmente em cidades de pequeno e médio porte. Propõe ainda a utilização do lixo para a geração de energia elétrica. "A economia do lixo em municípios pequenos ainda não traz rentabilidade, e muitos não têm condições de implementar um aterro, por isso a alternativa dos consórcios", acrescentou.

A ministra explicou que a proposta determina ainda o aumento das atividades de reciclagem e novas oportunidades de negócios sustentáveis e de desenvolvimento social e ambiental. Ela também ressaltou que o tratamento do lixo traz a expectativa e oportunidade para o alcance de metas de redução de gases de efeito estufa antes de 2015, previstas no Plano Clima.

Em tramitação há cerca de 20 anos, a aprovação da proposta pode trazer uma mudança de comportamento no setor produtivo de insumos, e pressupõe um diálogo intenso nas cadeias econômica, social e ambiental, bem como a gestão ambiental compartilhada. "Precisamos implementar a cadeia do lixo, que vai da coleta, à reciclagem e à destinação adequada dos resíduos".

Outro ponto importante previsto é a logística reversa, que prevê a responsabilidade das empresas em recolher de volta os resíduos e lixo de seus produtos. O texto em debate traz também a declaração atualizada de resíduos perigosos e não-perigosos.

Questionada pelo relator da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), senador César Borges (PR-BA), sobre a viabilidade econômica do PL, bem como sobre as fontes de recursos, a ministra explicou que o financiamento será diferenciado de acordo com o perfil de cada município, e que a implementação dos consórcios é uma alternativa para as localidades com menos recursos.

Já a representante do Ministério das Cidades, Nádia Limeira Araújo, gerente de Projetos de Resíduos Sólidos da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, acrescentou que o PAC 2 investirá um recurso de R$1,5 bilhão para a estruturação dos resíduos sólidos no País.

O representante da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Rafael Lucchesi, ressaltou que a CNI tem uma visão positiva sobre o Projeto de Lei, mas alguns pontos precisam ser aperfeiçoados, como a desoneração de produtos reciclados e a adaptação gradativa nas atividades de logística reversa. "Iniciativas de incentivo fiscal podem garantir uma maior produtividade e competitividade para a indústria brasileira", defendeu.

Para Roney Alves da Silva, representante da Associação Nacional de Catadores de Recicláveis, a reciclagem no Brasil não aconteceu por uma consciência ambiental ou social, "mas por uma questão de necessidade e sobrevivência de inúmeros brasileiros sem oportunidade".

Ele defendeu que se a lei for aprovada, cerca de um milhão de trabalhadores do setor não serão mais vistos como mendigos ou lixeiros, mas sim como catadores de recicláveis. "Mais que ouvidos e vistos, queremos ser atendidos. Precisamos de condições mais dignas de trabalho e sustento".

Saiba mais: Dados sobre reciclagem apresentados pela CNI

- Atualmente no Brasil, cerca de 1 milhão de pessoas trabalham na reciclagem do lixo.
- 53,5% das embalagens de PET produzidas no País são recicladas, o que coloca o Brasil como segundo no ranking mundial.
- Em 2005, 95% das latas de alumínio foram recicladas, o que equivale a 9,4 bilhões de latinhas.
- Em 2009, foram reciclados 33% de papel/papelão ( 2 milhões de toneladas/ano)
- 33% das embalagens tetrapark são recicladas anualmente (50 mil toneladas/ano)
- O Brasil recicla 70% do aço

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FNMA e CenSipam assinam cooperação para fortalecimento de entidades ambientais

21/05/2010
Carine Corrêa
Foi assinado hoje (21/5), em Brasília, um termo de cooperação entre o Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) e o CenSipam (Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia) com o objetivo de promover o fortalecimento institucional de entidades ambientais nos 43 municípios do Arco Verde, locais onde ocorre a maior taxa de desmatamento da Amazônia.

Por meio deste instrumento, serão repassados R$ 4 milhões ao CenSipam, encarregado de realizar ações de capacitação de técnicos municipais e da sociedade civil, e ainda um programa de assistência técnica (em uma segunda fase) nas localidades. Com isso, o Ministério do Meio Ambiente e a Casa Civil (onde o CenSipam está lotado) esperam potencializar atividades econômicas sustentáveis na região.

"Com estes dois pilares, competência técnica e fortalecimento das entidades ambientais, os municípios estarão aptos a elaborar seus programas específicos de combate ao desmatamento, e ao mesmo tempo, elaborar projetos para órgãos de fomento e financiamento, buscando assim o desenvolvimento local sustentável", afirma Fernando Campagnoli, coordenador geral de operações do CenSipam.

Em cada um dos módulos de capacitação as prefeituras vão indicar dois representantes, e haverá ainda um terceiro participante indicado pela sociedade civil. Durante essa fase, o programa vai contar com o apoio dos Ministérios do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura.

De acordo com Ana Beatriz de Oliveira, diretora do FNMA, a ação é estruturante e pode levar a um futuro controle da gestão ambiental em menor e maior escala pelos municípios, permitindo um avanço nas atividades econômicas, de fiscalização e controle do desmatamento.

Já o representante da ministra Izabella Teixeira na reunião do FNMA, Volney Zanardi, disse que o MMA está revendo a forma de fazer financiamentos e o próprio papel das instituições ambientais. "A ministra nos colocou o desafio de repensar o financiamento do marco ambiental atual. Também vamos precisar estabelecer novas parcerias e fortalecer as bases já existentes, que devem estabelecer um diálogo mais eficaz a partir de agora". Zanardi ressaltou que os municípios devem ocupar um espaço cada vez maior na gestão ambiental.

O Sipam tem grande capilaridade na região amazônica e uma rede integrada de informações e dados em todos os 780 municípios da Amazônia Legal, dos quais cerca de 300 já foram capacitados pelo órgão no uso de ferramentas de geoprocessamento, por meio do programa Sipam Cidades. Iniciada em outubro de 2008, esta iniciativa já capacitou mais de 700 técnicos na região, em 22 municípios do Arco Verde.


 

Fonte: Ministério do Meio Ambiente
Ascom

 
 
 
 

 

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