19/05/2010
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A construção
das hidrelétricas Santo Antônio e Jirau,
no Rio Madeira (RO), ameaça grupos indígenas
isolados que vivem na região, de acordo com
a organização não governamental
(ONG) britânica Survival International. Em
comunicado divulgado hoje (19), a ONG diz que há
pelo menos quatro comunidades de índios isolados
que vivem na área afetadas pelas usinas.
A presença dos indígenas
na região foi registrada em expedição
da Fundação Nacional do Índio
(Funai), de acordo com a ONG. Os ativistas argumentam
que a abertura de estradas e a presença maciça
de trabalhadores para as obras pode prejudicar os
índios isolados.
“Os migrantes irão trazer
doenças como a gripe e o sarampo, e os índios
têm baixa imunidade. Qualquer forma de contato
entre as tribos isoladas e pessoas de fora é
extremamente perigosa para a saúde dos índios
e pode levar à morte de muitos, como já
aconteceu muitas vezes no passado”, argumenta a
organização.
A Usina de Santo Antônio
é construída pelo Consórcio
Santo Antônio Energia, que tem a Odebrecht
e a Andrade Gutierrez entre os acionistas. O Consórcio
Energia Sustentável do Brasil, liderado pela
francesa Suez e a construtora Camargo Correa, é
o responsável pela obras de Jirau.
Os dois consórcios foram
procurados pela Agência Brasil. O grupo Santo
Antônio Energia ainda não se manifestou
sobre a denúncia da ONG britânica e
o Energia Sustentável do Brasil não
retornou as tentativas de contato.
+ Mais
Usinas do Rio Madeira não
ameaçam índios isolados, garante consórcio
20/05/2010
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O consórcio responsável
pela construção da Usina Hidrelétrica
de Santo Antônio, no Rio Madeira (RO), negou
que a obra seja uma ameaça a comunidades
indígenas isoladas que vivem próximas
à região do empreendimento.
A denúncia foi feita ontem
(19) por uma organização não
governamental britânica. De acordo com a Survival
International, as duas usinas do Complexo Hidrelétrico
do Rio Madeira – Santo Antônio e Jirau – podem
comprometer a sobrevivência de pelo menos
quatro tribos.
Em nota, a Santo Antônio
Energia, liderada pela Odebrecht, Andrade Gutierrez
e por Furnas, afirma que as informações
da Fundação Nacional do Índio
(Funai) sobre indígenas isolados foram consideradas
nos estudos ambientais, aprovados pelo órgão
e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para
a concessão da licença de instalação.
No entanto, a empresa reconhece
que há um termo de compromisso firmado entre
o consórcio, a Funai e o grupo Energia Sustentável
do Brasil – responsável pela construção
da Usina de Jirau – ainda não concluído.
“Entre outubro de 2009 e maio de 2010, as três
partes mantiveram entendimentos para chegar à
versão final do termo. No momento, este documento,
produzido pela Funai, está sendo analisado
pelas duas concessionárias.”
O consórcio responsável
pela Usina de Santo Antônio argumenta ainda
que o Plano Básico Ambiental (PBA) da hidrelétrica
inclui um programa de apoio às comunidades
indígenas, com previsão de compensações
em áreas como saúde e educação.
+ Mais
Desmatamento na Amazônia
cai 50% de agosto de 2008 a julho de 2009
20/05/2010
Da Agência Brasil
Brasília – O Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe) divulgou hoje (20) que houve queda
de 50% no desmatamento na Amazônia de agosto
de 2008 a julho de 2009, em relação
ao período anterior, quando as taxas de 12,9
mil quilômetros quadrados caíram para
7,4 mil.
Segundo o órgão,
sete municípios que entraram no monitoramento
no mesmo período registraram redução
significativa de aproximadamente 70%. Em contrapartida,
durante as fiscalizações foi identificado
aumento de retirada de árvores em pequenas
regiões, ou seja, fora das florestas.
De acordo com o ministro da Ciência
e Tecnologia, Sergio Rezende, “os números
são algo não imaginado há dois
anos. Isso demonstra que o trabalho de monitoramento
é importante não só para o
Brasil, mas para o mundo”. Segundo o ministro, o
problema dos pequenos desmatamentos deve ser fiscalizado
e trabalhados em parceria entre os governos estaduais
e federais.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella
Teixeira, comemorou os resultados obtidos, mas disse
que é preciso olhar para a frente e buscar
políticas mais eficazes para a região.
Segundo a ministra, “é preciso pensar na
Amazônia, não só em lugar de
preservação ou de combate ao desmatamento.
É preciso enxergá-la num quadro de
desenvolvimento econômico-social”.
Apesar dos avanços, a ministra
reclamou que ainda existem situações
que não deveriam mais acontecer quando se
trata do desmatamento no país. Ela exemplificou
com os casos de retirada de árvores em reservas
ambientais e de assentamentos agrários.
Todos os números foram
apresentados durante o 7º Seminário
Técnico Científico de Análise
dos Dados do Desmatamento da Amazônia que
começou hoje (20) em Brasília e segue
até amanhã (21), com debates relacionados
não só à preservação
do bioma da Amazônia, mas também de
outros biomas como o do Cerrado e o da Caatinga.