10/05/2010
Luana Lourenço*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Relatório divulgado hoje
(10) pela Organização das Nações
Unidas (ONU) mostra que o mundo está falhando
no cumprimento das metas
de reduzir significativamente as perdas de biodiversidade.
A saída, de acordo com o diretor de Conservação
da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério
do Meio Ambiente, Braulio Dias, será acertar
um novo plano estratégico para o planeta,
com novos prazos e garantia de recursos para implementação
dos compromissos.
Em outubro, os países signatários
da Convenção sobre Diversidade Biológica
(CDB) farão um balanço do andamento
das metas durante a 10ª Conferência da
CDB, a COP-10, em Nagoia, no Japão. “A COP
vai tomar a decisão sobre o que fazer.”
Entre os motivos para o fracasso
mundial na preservação da biodiversidade,
Dias citou a falta de recursos financeiros para
atingir as metas e falhas na redução
dos mecanismos de pressão, como o desmatamento
e a caça predatória.
“Esperamos um novo plano ambicioso,
mas ao mesmo tempo factível, e que tenha
garantias dos meios de implementação:
recursos financeiros, transferência de tecnologia,
intercâmbio de experiências e capacitação”,
listou.
O diretor reconhece que o Brasil
está entre os países que não
conseguirão honrar o compromisso assinado
em 2002, mas pondera que o país avançou
nos últimos anos na redução
do desmatamento da Amazônia e na ampliação
de áreas preservadas.
“A falha não é só
do Brasil, é coletiva, de todos os países
do mundo. O Brasil está relativamente melhor
porque pelo menos conseguiu alguns grandes avanços,
mas isso não alivia nossa responsabilidade
de uma implementação mais plena dessas
metas”, reconheceu.
Apesar da tendência de queda
do desmatamento verificada desde 2004, a Amazônia
brasileira é citada no documento da ONU como
um dos dos ecossistemas ameaçados de atingir
o chamado "ponto sem volta" – com perdas
irreversíveis para a biodiversidade.
“Existem problemas sérios
de criar meios de subsistência de forma mais
digna com exploração da biodiversidade
local. A floresta não vai ficar em pé
se não definirmos meios que garantam maior
renda para as populações que vivem
na Amazônia”, argumentou Dias.
*Colaborou Cristina Sena, da Rácio Nacional
da Amazônia
+ Mais
Câmara discute pagamento
para agricultor que não desmatar
11/05/2010
Da Agência Brasil
Brasília - A Comissão de Meio Ambiente
da Câmara dos Deputados promove hoje (11)
audiência pública para debater projeto
de lei que cria a Redução Certificada
de Emissões do Desmatamento e da Degradação.
As discussões começam às 15h30.
A proposta remunera com créditos de carbono
proprietários rurais que evitarem o desmatamento.
Foram convidados, entre outros,
o secretário do Meio Ambiente de Mato Grosso,
Alexander Torres Maia, o secretário do Meio
Ambiente do Acre, Eufran Ferreira do Amaral, a secretária
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
do Amazonas, Nádia Cristina D`Ávila
Ferreira, o diretor-presidente da Fundação
Amazonas Sustentável (FAZ), Virgílio
Vianna, e a diretora do Ministério do Meio
Ambiente, Thaís Juvenal.
Edição: Graça Adjuto
+ Mais
Brasil pode economizar R$ 8 bilhões
se reciclar todo o lixo
15/05/2010
Juliana Maya
Repórter da Rádio Nacional da Amazônia
Brasília – Um levantamento do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra
que o Brasil poderia economizar cerca de R$ 8 bilhões
por ano se reciclasse todos os resíduos que
são encaminhados aos lixões e aterros
sanitários.
Atualmente a economia gerada com
a atividade de reciclagem varia de R$ 1,5 bilhões
a R$ 3 bilhões anualmente. As informações
são do Ministério do Meio Ambiente.
Além dos benefícios econômicos,
o estudo apontou as vantagens ambientais da reciclagem.
Os dados foram apresentados ontem
(14), durante uma reunião com as ministras
Izabella Teixeira, do Meio Ambiente, Márcia
Lopes, do Desenvolvimento Social, e representantes
do Ministério das Cidades e da Caixa Econômica
Federal.
No encontro, também foram
discutidas a elevação do nível
de renda dos catadores de lixo e a necessidade de
estímulo à profissionalização
da mão de obra. Foi anunciada ainda a criação
de um grupo de trabalho para discutir as medidas
legais para a implementação do Pagamento
por Serviços Ambientais Urbanos.
Atualmente, apenas 14% da população
brasileira conta com o serviço de coleta
seletiva, e somente 3% dos resíduos sólidos
urbanos são destinados à reciclagem.