12 Maio 2010
O esforço conjunto dos países amazônicos
pela conservação do bioma foi apresentado
para os integrantes da Convenção sobre
Diversidade Biológica (CDB), durante a reunião
do Órgão Subsidiário de Aconselhamento
Científico, Técnico e Tecnológico
(SBSTTA, em inglês), que
acontece até 21 de maio em Nairóbi.
Em evento paralelo à reunião
do SBSTTA, que antecede as discussões da
Conferência das Partes da CDB, os participantes
puderam conhecer a Visão de Conservação
para o Bioma Pan-Amazônico, construída
conjuntamente pelos oito países da região
amazônica Brasil, Colômbia, Peru, Bolívia,
Venezuela, Equador, Suriname e Guiana e pelo território
da Guiana Francesa.
Jason Spensley, representante
do secretariado da CDB, afirmou que esse esforço
compartilhado é importante para complementar
o trabalho já desenvolvido por cada país
e para avançar nas estratégias de
conservação da Amazônia.
A diretora de Parques Nacionais
da Colômbia e coordenadora regional da RedParques,
Julia Miranda, foi a responsável pela apresentação
da Visão Pan-Amazônica. Ela destacou
que a Amazônia é uma das regiões
mais importantes do mundo para a biodiversidade,
por isso os esforços combinados dos diferentes
países são tão importantes.
Destaque para iniciativa brasileira
O Programa Áreas Protegidas
da Amazônia (Arpa) foi apresentado durante
o evento paralelo como a maior iniciativa mundial
de apoio aos sistemas de áreas protegidas.
O Programa, desenvolvido pelo Ministério
do Meio Ambiente brasileiro em parceria com o Funbio,
o KfW, o Banco Mundial, a GTZ e o WWF-Brasil, teve
início em 2003 e pretende apoiar a criação
e a implementação de 60 milhões
de hectares em unidades de conservação
(para conhecer melhor o Arpa, clique aqui).
Fábio França de
Araújo, diretor do Departamento de Áreas
Protegidas do Ministério do Meio Ambiente,
apresentou os resultados da primeira fase do Arpa
e mencionou a importância do crescimento do
apoio financeiro para a conservação
da Amazônia, por sua dimensão e importância
para a conservação da biodiversidade
e para a adaptação às mudanças
climáticas.
“Os recursos alocados para a conservação
da Amazônia, por diferentes meios e fontes,
deveriam ter a escala adequada, ou seja, na medida
da tragédia que o desmatamento ou a degradação
da região representariam para as comunidades
locais e povos indígenas e para o mundo”
afirmou o moderador do evento e superintendente
de Conservação do WWF-Brasil, Cláudio
Maretti.
+ Mais
Publicação contribuirá
para compreensão da importância da
biodiversidade brasileira
18 Maio 2010
“Investigando a Biodiversidade: guia de apoio aos
educadores do Brasil” é o título do
livro organizado por três organizações
não governamentais para apoiar o trabalho
de educadores que tem o desafio de desenvolver ações
e atividades pedagógicas envolvendo professores,
crianças e jovens sobre o significado e a
importância da nossa biodiversidade e como
devemos conservá-la. A obra é uma
adaptação brasileira para o material
“Exploring Biodiversity”, uma copublicação
da Conservação Internacional e do
WWF.
O lançamento da publicação
faz parte das comemorações do Ano
Internacional da Biodiversidade e do Dia Internacional
da Biodiversidade (22/5).
O guia, lançado hoje, 18/05,
está disponível para download aqui
no site do WWF-Brasil. A publicação
também pode ser encontrada nos sites da Conservação
Internacional (www.conservacao.org) e do Instituto
Supereco (www.supereco.org.br).
As instituições
estão discutindo com o Ministério
do Meio Ambiente a possibilidade de reimpressão
da obra para permitir ampla distribuição
do livro aos educadores brasileiro.
“Este guia é resultado
de um dedicado esforço do corpo técnico
das três ONGs que revisaram e complementaram
as informações originais, adequando-as
à realidade brasileira e preparando-as para
que seja um instrumento pedagógico de trabalho
útil no dia a dia do educador. A formação
de crianças e jovens sobre o valor da nossa
natureza, da sua biodiversidade e como dependemos
dela é fundamental para engajarmos esse público
na conservação da natureza, uma responsabilidade
de todos nós”, afirma Denise Hamú,
secretária-geral do WWF-Brasil.
Para Paulo Gustavo Prado, diretor
de Política Ambiental da CI-Brasil, somente
por meio do reconhecimento da importância
social da biodiversidade é que as futuras
gerações poderão manter e adequar
o Brasil rumo ao desenvolvimento sustentável.
“É por meio do conhecimento que podemos preservar
a fauna e a flora e, consequentemente, seus serviços
ambientais, conquistando a sustentabilidade no uso
dos recursos naturais”, diz Prado. “É imperativo
que deixemos essa preciosa herança para nossos
filhos”, complementa.
A obra
O livro, que reúne textos
e atividades práticas em 133 páginas,
é voltado ao educador com o objetivo de fortalecer
a importância pedagógica do tema, trazendo
conceitos, metodologias e atividades que contribuam
para o aprimoramento do seu trabalho como multiplicadores
de educação ambiental junto ao público
infanto-juvenil.
Voltada à realidade brasileira,
a publicação traduz conteúdos
científicos, geralmente técnicos e
complexos, de forma lúdica e atraente para
sensibilizar educadores e educandos a investigar,
analisar e reconhecer a importância da biodiversidade
brasileira, de seus serviços ambientais,
as ameaças de extinção e os
desafios para a sua conservação, bem
como as possíveis soluções,
com casos de sucesso apresentados.
Segundo a coordenadora geral do
Instituto Supereco, Andrée de Ridder Vieira,
essa publicação é importante
e fundamental para o Brasil, não só
por sermos o país da megadiversidade, mas
porque crianças, jovens e adultos ainda desconhecem
sua biodiversidade e como ela está presente
no seu dia a dia. “Nosso objetivo é contribuir
com materiais qualificados de educação
ambiental e adequados ao ensino formal brasileiro.
Há muito por conhecer e fazer e a escola
é um espaço essencial de formação
e de mobilização”, ressalta Vieira.
A faixa etária recomendada
para a aplicação prática do
material é de crianças e jovens de
11 a 14 anos, mas diversas atividades podem ser
adaptadas para grupos de crianças mais novas
e adultos.