Panorama
 
 
 

ALDO REBELO EXPLICA PONTOS DO CÓDIGO
FLORESTAL CONSIDERADOS CONTROVERSOS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2010

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Criticadas por ambientalistas e consideradas polêmicas pela própria liderança do governo na Câmara, propostas de mudanças no Código Florestal Brasileiro foram defendidas pelo relator, Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Ele rebate, por exemplo, um dos pontos controversos que seria a possibilidade de, com as alterações propostas, se ampliar o desmatamento no país.

Aldo Rebelo considera que, com a moratória para o desmatamento de florestas, por cinco anos não será permitido o corte raso de novas áreas de floresta nativa para a abertura de áreas destinadas à agricultura e à pecuária. “Trata-se de medidas importantes para que possam ser discutidos e implementados os mecanismos previstos na legislação, tais como os Zoneamento Ecológico Econômico e os Planos de Regularização Ambiental”, afirmou o parlamentar.

A suspensão dos desmatamentos permitirá que cada estado faça o seu Zoneamento Ecológico Econômico e os Planos de Regularização Ambiental. Desta forma, cada unidade federativa poderá definir quando e como quer desenvolver atividades agropecuárias, além de onde serão instaladas as áreas de preservação permanente e as reservas legais.

Sobres os questionamentos de a moratória anistiar crimes ambientais, o relator explicou que no caso de multas já emitidas serão canceladas se o produtor cumprir todas as obrigações do Plano de Regularização Ambiental, ainda a ser definido. Em caso contrário, o proprietário da terra terá que pagar pelo descumprimento das normas ambientais.

Ainda existe uma terceira hipótese que é a possibilidade de o plano não ser estabelecido no prazo de cinco anos pelos estados. Neste caso, a propriedade deverá ser adequada aos critérios e limites legais estabelecidos diretamente na lei federal.

Outra questão tratada por Aldo Rebelo é a polêmica de que as mudanças propostas criem brechas para aumentar o desmatamento na Amazônia. O relator desmentiu a possibilidade. Segundo ele, tanto a moratória de cinco anos do desmatamento quanto a manutenção dos atuais percentuais de reserva legal no seu parecer não dão margem a essa possibilidade.

Aldo Rebelo destacou que o relatório garante tratamento diferenciado para pequenas propriedades, isentando-as de terem reserva legal. No entanto, o parlamentar acrescentou que, mesmo nesses casos, o uso e a ocupação da terra dependerão de estudos técnicos a serem feitos no cinco anos de moratória.

No caso de possibilidade de uso de encostas, topos de morro e matas ciliares para exploração econômica, Rebelo afirmou que isso dependerá da decisão do Programa de Regularização Ambiental, definido pelo órgão estadual de meio ambiente integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente.

Ele também comentou sobre o uso de várzeas para plantio de arroz. Nesses casos, o deputado disse que o relatório assegura a manutenção das atividades agropecuárias e florestais em áreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008. Os proprietários das terras terão, nesses casos, que adotar práticas de conservação do solo e dos recursos hídricos, além de promover o cadastramento da propriedade no órgão ambiental estadual.

As reservas legais, por sua vez, serão mantidas nos mesmos percentuais vigentes: 80% e 35% na Amazônia e de 20% no resto do país. Aldo Rebelo ressaltou ainda que, desde que haja a recuperação das áreas de preservação permanente, as terras poderão ser usadas no cálculo da reserva legal.

Assim, as propriedades rurais de até quatro módulos rurais – tamanho do imóvel rural considerado suficiente para ser considerado unidade produtiva – ficarão desoneradas desta obrigação.

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Relator do Código Florestal diz que pode fazer mudanças no texto

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O projeto de lei que altera o Código Florestal deverá ser votado pela comissão especial na próxima semana. A previsão foi feita hoje (29) pelo relator da matéria, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que anunciou alterações no seu relatório. Ele informou que deverá apresentar as sugestões de mudanças na segunda-feira (5) e no mesmo dia começar a discussão e a votação do texto, que deverá ser concluído no dia 6.

O deputado Aldo Rebelo explicou que está recebendo e analisando as sugestões de partidos políticos, como o P-SOL, que apresentou voto em separado, além de entidades do setor ambiental, pesquisadores e órgãos governamentais como o Ministério da Agricultura entre outros.

O relator disse que deverá deixar mais claro no seu relatório que a dispensa de reserva legal para as pequenas propriedades com até quatro módulos rurais valerá apenas para a legalização de áreas já desmatadas e não para a derrubada de mata remanescentes e que as multas ambientais aplicadas até julho de 2008 tenham prazo de prescrição suspenso. No texto apresentado no início de junho, Rebelo propôs uma moratória de cinco anos para as multas por crimes ambientais.

De acordo com o texto, esse prazo era o tempo necessário para que o proprietário rural se enquadrasse às novas normas. “Vou propor a suspensão do prazo de prescrição para que as pessoas que não regularizarem suas propriedades não se beneficiem com a prescrição”, disse.

De acordo com o relator, a dispensa de reserva legal para a pequena propriedade é exclusivamente para efeito de recomposição. Na sua opinião, o produtor não é obrigado a reflorestar o que não tem, mas é obrigado a manter o que ele tem de reserva. Rebelo explicou que para recompor um hectare o custo pode chegar a R$ 15 mil, um dinheiro que o pequeno produtor não tem.

O relator explicou, ainda, que vai propor ao governo que seja feito um censo para saber qual é a composição atual das reservas legais nas pequenas propriedades para que se possa fiscalizar essas reservas e evitar mais desmatamentos. Em relação as grandes propriedades, o deputado disse que o controle já vem sendo feito por satélites.

Mesmo com a disposição do deputado Aldo Rebelo de votar o texto na próxima semana, há possibilidade da votação não ser realizada. Isso porque deputados da bancada ambientalista e também lideranças do governo entendem que o ideal é deixar a votação dessa matéria para depois do pleito eleitoral de outubro próximo, permitindo assim mais discussões e a busca de entendimento em torno do texto.


 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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