28/07/2010
Paulenir Constâncio
O Amapá - que tem 98% de sua área
florestal preservada e o maior percentual de território
estadual formado por áreas protegidas do
País - aprovou nesta quarta-feira (28/7)
o seu Plano de Prevenção e Controle
do Desmatamento e Combate às Queimadas. É
o sétimo estado da Amazônia que institui
um marco legal para nortear suas ações
de preservação e estabelecer regras
para a exploração
de recursos naturais madeireiros e não-madeireiros
voltadas para a sustentabilidade das atividades
econômicas na floresta.
Elaborado a partir da experiência
na esfera federal do PPCDAm (Plano de Controle e
Combate ao Desmatamento da Amazônia), que
contribuiu para a queda de mais de 75% nas taxas
de desmatamento entre 2004 e 2010, o plano do Amapá
visa complementar os esforços brasileiros
para preservação do bioma amazônico.
A iniciativa do estado na elaboração
do PPCDAP levou dez meses de estudos, contou com
a participação de ONGs, como WWF,
e 14 instituições públicas
e recebeu apoio técnico do Ministério
do Meio Ambiente (MMA).
De acordo com Nazaré Lima,
gerente de projetos do Departamento de Ações
de Controle do Desmatamento, do MMA, mesmo estando
entre os estados com as mais baixas taxas de desmatamento
na Amazônia, "é importante ter
um plano, tanto do ponto de vista preventivo quanto
para a valoração da floresta na economia
local". Com a aprovação, apenas
os estados de Roraima e Maranhão permanecem
sem um plano estadual, mas os estudos para sua elaboração
já estão em andamento.
Fica no Amapá o maior parque
nacional brasileiro, com cerca de 3,8 milhões
de hectares e detentor de uma das belezas naturais
mais preservadas do País. É o Parque
Nacional Montanhas do Tumucumaque, que integra um
complexo de 11 milhões de hectares de áreas
protegidas. Fazem parte dele as terras indígenas
do Parque Indígena Tumucumaque, Waiapi e
do Rio Paru D'Oeste e as unidades de conservação
de Floresta Nacional do Amapá, Reserva de
Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru,
Estação Ecológica do Jari e
Reserva Extrativista do Rio Cajari. O plano lança
as bases para o desenvolvimento econômico,
com exploração dos recursos nas UCs
de uso sustentável e estratégias de
conservação das áreas de proteção
integral.
+ Mais
Administradora do PNUD se reúne
com ministra do Meio Ambiente em Brasília
29/07/2010
Carine Corrêa
Em visita oficial de dois dias ao Brasil, a administradora
do PNUD, Helen Clark, se reuniu hoje (29) com a
ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, para
tratar de temas como cooperação internacional
Sul-Sul, desenvolvimento econômico sustentável,
desafios climáticos e ambientais e Objetivos
de Desenvolvimento do Milênio (ODMs). Estabelecidos
em 2000 pela ONU, os oito objetivos determinam metas
para a redução da pobreza extrema
até 2015.
Helen Clark disse que o Brasil
está se destacando pelos progressos realizados
nos ODMs, e que o País está contribuindo
para o desenvolvimento destas metas em âmbito
internacional, não só pela capacidade
de diálogo, mas também por meio de
estratégias bem sucedidas.
Izabella Teixeira ressaltou o
papel do Brasil na chamada Cooperação
Sul-Sul, que envolve países da Bacia Amazônica,
América do Sul e África. "Estamos
trabalhando com a agência brasileira de cooperação
para instalar dois centros de referência que
servirão a nações destas regiões.
Podemos compartilhar e transferir tecnologia e informações
na área de conservação da biodiversidade,
energias renováveis, mudanças climáticas,
manejo florestal, agricultura orgânica, entre
outros temas, para fortalecer estas parcerias."