Greenpeace lança no Japão
uma lista de espécies de peixes consumidos
no país que estão ameaçados
de extinção, como o atum azul.
O Greenpeace do Japão divulgou
hoje uma lista vermelha de 15 espécies de
peixes em perigo de extinção consumidos
hoje no país. Entre as espécies ameaçadas,
estão cinco diferentes espécies de
atum.
Os japoneses são responsáveis
por 25% do atum consumido no mundo, incluindo o
ameaçado atum azul. Com um número
tão relevante, o Greenpeace pretende com
a lista chamar a atenção da população
japonesa de restaurantes e de varejistas para evitar
as espécies presentes na lista vermelha.
País com o maior consumo
per capita de frutos do mar no mundo, o Japão
abrigará este ano a Convenção
sobre Diversidade Biológica (CDB), quando
líderes determinarão a ampliação
de áreas oceânicas onde serão
proibidas a pesca e as atividades industriais com
o objetivo de ajudar os oceanos a restaurarem seus
estoques marinhos. É uma oportunidade de
o governo japonês se posicionar a favor das
espécies ameaçadas.
"A temporada de pesca do
atum azul, que começa este mês, é
somente um exemplo de como as indústrias
pesqueiras e os governos estão tornando nossos
oceanos vulneráveis”, disse Wakao Hanaoka,
responsável pela campanha de oceanos no Greenpeace
Japão.
Para ele, a falta de controle
no processo levou a pesca de atum azul à
beira do colapso em todos os oceanos do mundo. "Esse
cenário se repetirá com outras espécies
de atum caso ações urgentes para defender
nossos mares e proteger espécies não
sejam tomadas imediatamente. Está na mão
dos supermercados, fornecedores de restaurantes
e consumidores tomar as atitudes que os políticos
não tomaram. Apenas depois disso as gerações
futuras poderão ter oceanos saudáveis”,
afirma.
No topo da lista de peixes ameaçados
produzida pelo Greenpeace Japão, o atum azul
é pescado por meio de destrutivas embarcações
de arrasto no mar do Japão e em outras partes
do mundo, como no Mediterrâneo. Sua carne
é muito valorizada e tem levado à
pesca predatória da espécie. Por vários
anos, 90% de todo o atum azul pescado era de indivíduos
com menos de um ano de idade, o que levou a espécie
à beira do colapso.
Este ano o Greenpeace entrou em
ação no Mediterrâneo para pedir
o fim da pesca do atum azul no Atlântico com
o objetivo de permitir que a espécie se recupere
e futuramente sua pesca seja retomada. "É
hora de estabelecer uma rede global de reservas
marinhas, incluindo áreas de proteção
das espécies de atum no mundo. Como anfitrião
da CDB, o Japão tem a oportunidade de demonstrar
liderança na proteção dos oceanos”,
diz Hanaoka.
As áreas prioritárias
consideradas pelo Greenpeace incluem zonas de desova
do atum azul no mar do Japão, o mar Mediterrâneo
e áreas do oceano Pacífico.