por Thiago de Mello Bezerra última
modificação 20/07/2010 16:50
Objetivo é promover o repovoamento da espécie
na unidade do ICMBio
Gilson Carvalho
Pesquisadores trabalham na soltura de duas fêmeas
Guaribas-de-mãos-ruivasBrasília (20/07/10)
- O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação
de Primatas Brasileiros (CPB) , do Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio), promoverá nesta terça-feira,
na Reserva Biológica (Rebio) Guaribas, em
Mamanguape, na Paraíba, a soltura de mais
duas fêmeas adultas da espécie Alouatta
belzebul. A ação faz parte do programa
de repovoamento que o CPB realiza naquela área,
onde as fêmeas adultas, com cerca de 3 kg,
irão se integrar aos dois grupos já
existentes na região, totalizando 13 indivíduos.
Segundo o médico veterinário
e Analista Ambiental do CPB, Plautino Laroque, antes
da soltura foi realizado detalhado procedimento
para atestar as boas condições de
saúde e para marcação individual
das fêmeas, como a tricotomia que é
o corte dos pêlos de uma determinada região
da cauda e a descoloração de pêlos
na face lateral dos membros, para facilitar a identificação
dos animais na mata e o seu devido acompanhamento.
Importância do projeto –
De acordo com a bióloga especialista em primatas,
Vânia Garcia, a adição de novos
guaribas contribuirá para dar maiores oportunidades
de acasalamentos e formação de novos
grupos aumentando a variabilidade genética
da população nessa área. “Ao
mesmo tempo, este projeto estará colaborando
para uma melhor compreensão do manejo desta
espécie, que poderá subsidiar ações
efetivas para outras espécies de guaribas
também ameaçadas”, afirma.
Segundo ela, os resultados obtidos
até o momento demonstram que há no
mínimo dois grupos de guaribas-de-mãos-ruivas
estabelecidos na Rebio Guaribas. Quanto à
reintrodução, as duas fêmeas
adultas apreendidas pelo Ibama, passaram por um
período de reabilitação em
cativeiro no Centro de Triagem de Animais Silvestres
(CETAS) de João Pessoa.
O evento de hoje serve como teste
de uma técnica de soltura gradativa, uma
vez que o viveiro das fêmeas foi transferido
para a área domiciliar de um grupo de guariba
já reintroduzido e estabelecido, para que
elas pudessem interagir com o grupo antes da soltura.
Isto vem acontecendo nos últimos cinco meses,
quando já foram observados vários
contatos com o grupo local, criando boas expectativas
para aceitação das fêmeas pelos
guaribas residentes na Rebio.
O projeto de Conservação
do Guariba-de-Mãos-Ruivas da Mata Atlântica
Nordestina reúne uma série de iniciativas
de pesquisa e manejo para contrapor as ameaças
representadas pela destruição das
florestas, habitat natural dos guaribas e pressão
de caça a que estão submetidos.
Ascom/ICMBio