08/07/2010 - 16:53
Em um prazo de três anos, a unidade Agroenergia
da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), em parceria com outras oito
unidades da entidade e oito universidades, executará
o projeto Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação
(PD&I) em palmáceas para a produção
de óleo e aproveitamento econômico
de co-produtos e resíduos, o Propalma.
As ações do Projeto,
financiado pela Financiadora de Estudos e Projetos
(Finep/MCT) e aprovado em junho último, serão
desenvolvidas em todas as regiões do País,
especialmente nos estados do Paraná, Minas
Gerais, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Piauí,
Maranhão, Pará, Amapá, Amazonas
e Roraima.
De acordo com o líder do
projeto e pesquisador da Embrapa Agroenergia, Leonardo
Bhering, serão avaliadas quatro palmeiras
oleíferas potencialmente viáveis para
a produção do biodiesel. “O projeto
reforçará os estudos com o babaçu,
o tucumã, o inajá e a macaúba.
Acredita-se que pode ser um grande avanço
nas pesquisas destas espécies, aumentando
a diversidade e também fornecendo subsídios
para delinear estratégias de condução
dos cultivos ou do extrativismo sustentável,
com aumento de produção e domesticação”,
diz Bhering.
O Propalma visa promover o domínio
tecnológico e a domesticação
para incorporar e utilizar palmáceas selecionadas
pela sua densidade energética e distribuição
territorial como matérias-primas para produção
comercial de óleos. Além disso, busca
remover os gargalos tecnológicos para o aproveitamento
econômico de co-produtos e resíduos,
inserindo as regiões de ocorrência
dessas palmáceas na geopolítica de
produção de biocombustíveis
(biodiesel, etanol e carvão vegetal), adubos
e rações.
Bhering ressalta que as espécies
foram escolhidas pelo elevado potencial de produção
de óleo, pela produção de biodiesel
com matérias-primas regionais e pelo incentivo
aos Arranjos Produtivos Locais (APLs), podendo ser
uma nova fonte de renda para os agricultores familiares.
O estabelecimento de APLs pode atender à
necessidade do suprimento contínuo de matérias-primas
para a produção de biodiesel e aperfeiçoar
o uso das terras e o balanço energético
global. “Nessa forma de APL é vantagem a
formação de associações
ou cooperativas de produtores que instalem unidades
de esmagamento das matérias-primas”, reforça
o pesquisador.
Além da Embrapa Agroenergia,
as outras unidades da empresa que participam do
projeto são: Amapá (Macapá),
Amazônia Ocidental (Manaus/AM), Amazônia
Oriental (Belém/PA), Cerrados (Brasília/DF),
Roraima (Boa Vista), Meio-Norte (Teresina/PI), Agroindústria
de Alimentos (Rio de janeiro/RJ) e Recursos Genéticos
e Biotecnologia (Brasília/DF).
Entre as universidades parceiras
estão: as universidades federais de Lavras
(Ufal), do Maranhão (Ufma), de Minas Gerais
(UFMG), de Viçosa (UFV), de Brasília
(UnB), do Paraná (UFPR) e do Piauí
(UFPI), e a Universidade Estadual de Montes Claros
(Uemc).
Outras ações de
pesquisa relacionadas a essas palmeiras oleíferas
já estão em andamento na Embrapa e
darão suporte a execução do
Propalma, como o levantamento dos maciços
de macaúba nas regiões Centro-Oeste
e Sudeste, em parceria com a Embrapa Cerrados, com
apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (Mapa).