28/07/2010
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O governo
pretende ampliar a proteção a espécies
da flora e da fauna ameaçadas de extinção
para 26% até o final do ano. Hoje o percentual
é de 3%. Dono da maior biodiversidade do
planeta, o Brasil tem 629 espécies ameaçadas
de extinção.
De acordo com o diretor de Biodiversidade
do Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade (ICMBio), Marcelo Marcelino, um
plano de ação define as estratégias
de redução de riscos e de recuperação
de uma espécie. “O plano também cria
um calendário de ações e condições
para avaliar o que está sendo executado e
que ações estão sendo eficientes
para a proteção”, acrescentou.
Apesar do esforço, os resultados
apresentados pelo Brasil estão muito aquém
dos compromissos assumidos pelo país no âmbito
da Convenção sobre Diversidade Biológica,
o mais importante acordo internacional para a proteção
da fauna e da flora do planeta.
“Não cumprimos a meta de
ter planos de ação para todas as espécies,
mas estamos repactuando essa meta para atingir 100%
das espécies em 2014”, disse Marcelino.
O diretor reconhece que, mais
do que criar os planos de ação, o
desafio é colocá-los em prática.
Ele defende que a conservação da biodiversidade
seja considerada uma questão central na definição
de políticas e investimentos do governo.
“O Brasil vai crescer muito nos
próximos anos e isso causa impacto à
biodiversidade. Nossa missão é compatibilizar
os dois interesses. O ICMBio não é
um órgão de obstáculo ao crescimento,
queremos o crescimento, mas de forma compatível
com a conservação”.
Hoje (28), o Brasil assinou convênio
com a União Internacional para a Conservação
da Natureza para melhorar a avaliação,
a conservação e a recuperação
das espécies ameaçadas. A instituição
internacional é referência nas metodologias
para avaliação e conservação
de espécies.
+ Mais
Desaparecimento de abelhas pode
prejudicar produção de frutos no Brasil,
diz especialista
05/07/2010
Da Agência Brasil
Brasília - A diminuição da
quantidade de abelhas pode prejudicar a cultura
de frutos como melão, manga, melancia e goiaba
no Brasil. A bióloga e pesquisadora da Embrapa
Semiárido, Márcia Ribeiro, em entrevista
à Rádio Nacional, afirmou que os Estados
Unidos e o Canadá já estimam a perda
de milhões de dólares na produção
de frutos com o desaparecimento das abelhas.
De acordo com a bióloga,
no Brasil, ainda não há estudos sobre
esses prejuízos. “Mas já se sabe que
o número de abelhas está diminuindo
aqui também”. Ela explicou que em diversas
culturas as abelhas são necessárias
para que haja a polinização das flores
e, consequentemente, a planta possa produzir frutos.
Para a pesquisadora, o Brasil
começou a investir, em estudos de polinizadores
e formas de polinização nos últimos
anos. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico (CNPQ) lançou, em setembro
do ano passado, edital para a pesquisa da polinização
em diversas culturas. A pesquisadora salienta que
essas pesquisas estão apenas começando.
Segundo Márcia Ribeiro,
as abelhas são mortas por pessoas que colhem
mel de colmeias naturais. “Elas vão até
a vegetação nativa, extraem o mel
dos ninhos sem nenhum cuidado e deixam as abelhas
morrerem, causando um desequilíbrio no meio
ambiente.”
Edição: Talita Cavalcante