30/07/2010
Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A procuradora
do Ministério Público Federal em Petrópolis,
Vanessa Seguezzi, deu prazo até segunda-feira
(2) para que Furnas Centrais Elétricas responda
se vai acatar a recomendação da entidade
de adiar a entrada em operação da
Usina Hidrelétrica de Simplício, até
que seja concluído o sistema de tratamento
de esgoto, o que deverá ocorrer, em sua totalidade,
até dezembro de 2011.
A procuradora da República
destacou que a ligação das residências
localizadas no trecho de vazão reduzida às
caixas de coleta da rede de esgoto deve ser feita
“antes do início de enchimento dos reservatórios”.
Serão atingidas residências nos municípios
de Sapucaia (RJ) e Chiador (MG).
Localizada no município
fluminense de Sapucaia, a usina apresentaria riscos
ao meio ambiente, por meio da poluição
do Rio Paraíba do Sul, na avaliação
do MPF. Como a geração elétrica
da usina está prevista para começar
até dezembro deste ano, a procuradora Vanessa
Seguezzi decidiu fazer a recomendação
a Furnas, sugerindo que a empresa elabore também
um plano de contingência para evitar prejuízos
à qualidade da água.
A recomendação se
baseia em estudo do Conselho Regional de Engenharia
e Arquitetura do Rio de Janeiro (Crea-RJ), que indica
que a usina reduzirá os níveis de
água e a velocidade de escoamento em cerca
de 25 quilômetros do rio. Com isso, ficaria
prejudicada a qualidade da água do Paraíba
do Sul, considerado o mais importante manancial
do estado do Rio.
Segundo o MPF, Furnas já
teria solicitado ao Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) que flexibilizasse o cronograma de cumprimento
das condicionantes da licença de instalação
da Usina de Simplício, contrariando as advertências
do Crea-RJ. A flexibilização objetiva
permitir que os reservatórios sejam cheios
antes que se encerre o processo de esgotamento sanitário
na região.
O MPF recomenda, ainda, que Furnas
deve concluir a implantação do aterro
sanitário em Sapucaia, ”inclusive com relação
à estocagem e tratamento de chorume”, e estabelece
o prazo de 30 dias para que a estatal implemente
medidas que reduzam eventuais danos aos moradores
da cidade.
+ Mais
Furnas diz que Usina de Simplício
não prejudica qualidade da água do
Rio Paraíba do Sul
30/07/2010
Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A Usina Hidrelétrica de
Simplício, no município fluminense
de Sapucaia, atende às recomendações
ambientais e sua implantação não
prejudica a população nem a qualidade
da água do Rio Paraíba do Sul, esclareceu
hoje (30) Furnas Centrais Elétricas. A intenção
da empresa é manter o cronograma previamente
estabelecido para as obras da usina.
Furnas recebeu recomendação
do Ministério Público Federal (MPF)
em Petrópolis para que adiasse a operação
da hidrelétrica, cujo represamento da água
deverá ser iniciado em outubro, até
que seja concluído o sistema de tratamento
de esgoto, por temer riscos ambientais para a região.
O sistema de tratamento de esgoto inclui as ligações
residenciais no trecho de vazão reduzida,
previstas para serem realizadas até dezembro
de 2011.
O gestor da Usina de Simplício,
Francisco Donha, disse que em reunião realizada
no último dia 20, a empresa apresentou ao
MPF dados sobre o reflexo da entrada em operação
da usina e da estação de tratamento
de esgoto.
A licença de instalação
concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) previa
que a implantação da rede de esgotos
fosse feita 100% antes do enchimento do reservatório.
Mariângela Danemberg, da Superintendência
de Gestão Ambiental de Furnas, afirmou, contudo,
que a estatal conseguiu provar ao Ibama que pode
encher 40% até setembro, sem causar nenhum
problema à qualidade da água do Rio
Paraíba do Sul.
“Também cabe esclarecer
que isso é um benefício para a população.
Porque todos os dejetos da população
de Sapucaia são jogados direto no Rio [Paraíba
do Sul]. Por conta da construção da
usina, foi uma obrigação que o Ibama
estabeleceu para a empresa, que a gente coletasse
esse esgoto para ele não ser jogado mais
no rio”. Frisou que em vez de causar prejuízos,
a usina vai melhorar a vida dos habitantes de Sapucaia.
“Nós vamos melhorar a qualidade de vida da
população”.
Mariângela Danemberg disse
que, naquela ocasião, foi apresentada ao
MPF uma modelagem matemática da qualidade
da água, mostrando que “entre 40% e 80% não
iriam interferir para a gente poder encher o reservatório”.
A Usina de Simplício precisa encher o reservatório
para poder entrar em operação com
a primeira máquina, o que deverá ocorrer
até dezembro próximo.
No enchimento do reservatório,
40% da rede de esgotos vão estar prontos.
Para a operação da usina, deverão
estar implantados entre 80% e 100% da rede da área
urbana, disse Mariangela Danemberg. Furnas fará
também a instalação da rede
de esgoto rural. “Mas a exigência é
para a área urbana”, afirmou.
Ela deixou claro, também,
que Furnas não poderá iniciar o enchimento
do reservatório sem antes concluir a implantação
do aterro sanitário em Sapucaia. O lixão
está situado na calha do rio, onde será
feito o reservatório. “A gente não
pode encher se não tirar esse lixão”.
Furnas já está construindo
um aterro sanitário para receber o lixo dos
moradores do município. “E vamos construir
mais uma célula para a prefeitura posteriormente
usar para catar todo o lixo da população,
além desse que já existe lá”,
disse Mariângela Danemberg.
+ Mais
Leilão de novas usinas
teve deságio de 14,3% no preço da
energia
30/07/2010
Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O leilão das concessões
das usinas de Garibaldi (SC), Colider (MT) e Ferreira
Gomes (AP) obteve deságio médio de
14,3% na tarifa da energia que será vendida
pelas hidrelétricas. A disputa das outorgas
realizada hoje (30) pela internet baixou de R$ 107,39
para R$ 92,07 o preço médio do megawatt-hora
(MWh) que será produzido pelas usinas.
O leilão das usinas fez
parte do décimo leilão da chamada
energia nova, promovido pela Agência Nacional
de Energia Elétrica (Aneel). A energia nova
é a energia que será produzida por
empreendimentos que já receberam licença
para sua construção.
As usinas de Garibaldi, Colider
e Ferreira Gomes estão nesta situação,
com concessões de 30 anos cada uma. As concessionárias
têm agora que construir as usinas e começar
a fornecer energia no início de 2015.
A empresa Alupar venceu o leilão
da usina de Ferreira Gomes. Ela ofereceu uma tarifa
de R$ 69,78 por MWh, com 15,9% de deságio
sobre os R$ 83 do preço de referência
do leilão.
Já a estatal paranaense
Copel arrematou a usina de Colider oferecendo uma
tarifa de R$ 103,40 por MWh. O deságio foi
de 10,9% e o preço de referência era
de R$ 116.
O deságio da tarifa da
usina de Garibaldi foi de 18,8%. A companhia TPI
ofereceu tarifa de R$ 107,98 por MWh, enquanto o
preço de referência foi de R$ 133.
Para o diretor da Aneel, Edvaldo
Santana, o resultado do leilão foi um sucesso.
Ele disse que as tarifas obtidas estão bem
abaixo dos cerca de R$ 140 por MWh resultantes de
leilões anteriores.
“O resultado foi bem interessantes
para quem está preocupado com as tarifas”,
disse ele, em entrevista coletiva após a
concorrência. “Isso ajuda a reduzir o custo
para o consumidor", disse Santana.
De acordo com a Aneel, o investimento
previsto para a construção das três
usinas arrematadas é de cerca de R$ 3 bilhões.
Todas elas são consideradas de capacidade
média de geração de energia.
A potência das três juntas será
de 730 megawatts (MW).
+ Mais
Usina de Belo Monte deve gerar
mais de 11 mil megawatts
11/07/2010
Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Usina de Belo Monte, que será
construída no Rio Xingu, no Pará,
deve exigir investimentos próximos dos R$
25 bilhões e vai gerar 11.233 megawatts (MW)
quando estiver produzindo a plena carga.
Será uma das quatro maiores
usinas do mundo e a maior inteiramente nacional
em capacidade de geração de energia.
Ela só ficará atrás da Usina
de Três Gargantas, na China, da Itaipu Binacional,
na fronteira do Brasil com o Paraguai, e de Xinadou,
também na China.
Diferentemente do que estava previsto
no primeiro projeto, quando a estimativa era de
um reservatório de 1.200 quilômetros
quadrados (km²), no segundo projeto a área
da usina caiu para pouco mais de 500 km².
Ainda assim, Belo Monte terá
energia suficiente para abastecer uma região
com mais de 25 milhões de habitantes. O projeto
prevê a construção de uma barragem
principal no Rio Xingu, localizada 40 quilômetros
abaixo da cidade de Altamira (PA). A área
alagada envolverá três municípios
- Vitória do Xingu, Brasil Novo e Altamira.
Depois de sucessivos adiamentos,
o leilão foi realizado no dia 20 de abril
em apenas 10 minutos, mas sob efeito de liminar
que colocava em risco a sua validade. A usina foi
arrematada pelo Consórcio Norte Energia,
que ofereceu o menor preço pela energia elétrica
gerada.
A previsão é de
que a usina comece a operar parcialmente no início
de 2015. Sua construção, no entanto,
ainda divide opiniões e gera criticas de
ambientalistas e acadêmicos. Eles afirmam
que a construção da hidrelétrica
vai provocar a alteração do regime
de escoamento do rio, com redução
do fluxo de água, afetando a fauna e a flora
da região. Alegam ainda que a obra vai inundar
permanentemente os igarapés que cortam Altamira
e parte da área rural de Vitória do
Xingu.