Brasília
(30/07/2010) - A Fundação Jardim Zoológico
de Brasília promoveu um avanço na
preservação da fauna brasileira e
mundial: inaugurou ontem, 29 de julho, a Casa do
Futuro, com o primeiro Banco de Germoplasma de Animais
Silvestres e Exóticos da América Latina,
onde ficarão armazenados os materiais genéticos
de várias espécies. Além de
manter um banco de sêmen para futuras reproduções
assistidas, o projeto também conservará
células-tronco e DNA de todos mamíferos
existentes no Zoo e apreendidos por órgãos
de fiscalização ambiental.
A conservação de
células-tronco possibilita a pesquisa, a
clonagem e o tratamento de animais. “Com isso, poderemos,
por exemplo, curar bichos gravemente doentes”, lembrou
Raul Gonzáles Acosta, Diretor do Jardim Zoológico.
“E por meio desse banco, também será
possível promover o intercâmbio de
material genético entre várias instituições
sem a necessidade de locomover os animais”, explicou
a veterinária Gláucia Mansur.
Casa do Futuro
Apesar de ter a conservação da biodiversidade
como principal objetivo, o projeto não se
limita a esta questão. Além de abrigar
o laboratório onde fica o Banco de Germoplasma,
a Casa do Futuro têm a missão de educar
a população quanto à preservação
do meio ambiente. Dividido em três cômodos,
o local usa a tecnologia e recursos sonoro-visuais
para mostrar aos visitantes que ainda há
tempo de parar com a destruição da
natureza e, assim, salvar o planeta. Mais informações
podem ser obtidas no site da Fundação
Jardim Zoológico de Brasília: www.zoo.df.gov.br.
A Superintendência do Ibama-DF,
que mantém parceria com o zoológico
há anos, prestigiou o evento. Acompanhado
de uma equipe técnica-administrativa, o Superintendente
Luiz Eduardo L. C. Nunes participou da inauguração
oficial da Casa do Futuro. Junto a ele, estiveram
na primeira visita oficial: a Vice-Governadora do
Distrito Federal, Ivelise Longhi, e a Secretária
de Estado do Meio Ambiente, Eliana Bermudez.
Ascom Ibama/DF
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Ibama resgata mais uma arara-azul-grande,
espécie ameaçada, no Pará
Belém (23/07/2010) – O
Ibama resgatou hoje uma arara-azul-grande (Anodorhynchus
hyacinthinus) e uma arara-canindé (Ara ararauna)
num sítio na zona rural de Barcarena, a cerca
de 100 Km de Belém, no nordeste do Pará.
As aves estavam em poder do caseiro da propriedade,
que acionou o instituto e as entregou espontaneamente.
De acordo com a legislação ambiental,
quem faz a entrega voluntária de um animal
silvestre, mesmo se mantido ilegalmente em cativeiro,
não é multado. As araras foram destinadas
pelo Ibama ao Zoológico Mangal das Garças,
na capital do estado, onde formaram duplas com outras
da mesma espécie que já viviam na
instituição.
As duas araras, segundo o caseiro,
chegaram voando à propriedade, há
cerca de um mês. Como não se alimentavam
sozinhas, decidiu capturá-las e entregar
ao Ibama. Ao chegar ao local, os veterinários
do órgão ambiental encontraram a arara-azul,
espécie em perigo de extinção,
junto com a canindé numa pequena gaiola.
Apesar da falta de espaço, os animais estavam
saudáveis. “Elas podem ter fugido do recinto
onde eram criadas. É comum araras cortarem
o arame de gaiolas e escaparem. Elas foram amansadas,
e a Canindé vocaliza palavras. Dificilmente
poderão voltar à natureza, porque
foram humanizadas”, diz o veterinário Mauro
Moraes, da Divisão de Fauna e Pesca do Ibama
em Belém.
Fim da solidão
Coincidentemente, uma arara-azul resgatada pelo
Ibama em Altamira, no sudeste do Pará, havia
sido entregue ao Mangal das Garças em junho.
Desde então, ela estava sozinha num recinto
especial, dado a sua raridade. Uma arara-canindé,
ave protegida mas não em perigo de extinção,
também estava à espera de um par.
“Araras são animais sociáveis. Ter
reunido as duas já foi ótimo. Agora
nossa expectativa é que essas duplas sejam
também casais. No caso da arara-azul, isso
será fantástico, porque é um
animal muito ameaçado”, explica Moraes.
A confirmação do
sexo das araras deverá levar, pelo menos,
20 dias. Como não há diferenças
entre machos e fêmeas, será necessária
a sexagem por meio de exames de DNA em laboratórios
especializados no Rio ou em São Paulo.
Com até um metro de comprimento,
a arara-azul-grande é a maior que existe.
Ocorre apenas na Amazônia e em áreas
do Pantanal. Por causa da sua beleza, se tornou
alvo preferido do tráfico de animais silvestres.
A espécie ainda sofre com a destruição
do seu habitat, pois precisa de matas mais fechada
para sobreviver. “Estima-se que existam apenas cerca
de quatro mil exemplares na natureza”, revela a
veterinária do Mangal das Garças,
Áurea Linhares.
Nelson Feitosa
Ascom Ibama/PA