Panorama
 
 
 

ASSESSORES PARLAMENTARES NORTE-AMERICANOS BUSCAM INFORMAÇÕES SOBRE BIOCOMBUSTÍVEIS BRASILEIROS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2010

(26/08/2010) Delegação de assessores parlamentares norte-americanos esteve na manhã de terça-feira (24) na Sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, em Brasília (DF), em busca de informações sobre a agricultura brasileira e, em particular, sobre os programas de etanol e biodiesel. A delegação é composta de assessores parlamentares de deputados e senadores dos estados norte-americanos de Arizona, California, Carolina do Sul, Florida, Indiana, Nova York, Utah e por técnicos das Comissões de Finanças, de Energia e de Relações Internacionais do Senado.

A delegação foi recebida pelo Diretor Executivo da Embrapa, Kepler Euclides Filho, e pelos Chefes da Secretaria de Relações Internacionais, Francisco Basílio de Souza, da Assessoria Parlamentar, Cynthia Cury, do Centro de Estudos Estratégicos e Capacitação, Beatriz da Silveira Pinheiro, e pelo Chefe Adjunto de Comunicação e Negócios da Embrapa Agroenergia, José Manuel Cabral. Foram apresentadas as áreas de atuação da Embrapa relativas a cooperação internacional, treinamento e capacitação e pesquisas com agroenergia.

Os integrantes da missão norte-americana mostraram-se interessados em conhecer a dimensão e a dinâmica do programa brasileiro de produção de etanol, principalmente no tocante ao uso da terra e aos efeitos da produção de cana de açúcar na produção de alimentos. O Diretor da Embrapa, Kepler Euclides, explicou que nos últimos anos está havendo um grande esforço de pesquisa e inovação para melhorar a utilização de pastagens na produção animal, de modo a permitir a utilização mais eficiente de áreas que eram usadas na pecuária extensiva. “Por outro lado, a utilização de sistemas integrados lavoura-pecuária-florestas permite recuperar áreas degradadas para a produção de alimentos e biocombustíveis”, afirmou o Diretor.

Na visita à Embrapa, a delegação americana estava acompanhada de representantes dos Ministérios de Relações Exteriores (MRE), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (SECOM) e da Agência de Promoção de Exportações e investimentos (APEX).

Os trabalhos com agroenergia

No contexto mundial, Estados Unidos e Brasil são os dois maiores produtores de bioetanol. Juntos produzem cerca de 85 % de todo o etanol obtido por via fermentativa, em termos globais. Os Estados Unidos é o principal fabricante, com produção de cerca de 48 bilhões de litros neste ano de 2010, utilizando o milho como matéria-prima. “No Brasil, o etanol, cuja produção deve chegar próxima de 30 bilhões de litros em 2010, é obtido a partir de cana-de-açúcar, num processo que é o mais barato e de melhor balanço energético no mundo”, contextualizou José Manuel Cabral em sua apresentação.

A legislação em vigor nos Estados Unidos prevê a utilização de cerca de 130 bilhões de etanol em 2022, com a exigência de que a maior parte desse volume não poderá ser obtido do milho, como forma de diminuir as emissões dos gases do efeito estufa e não causar problemas no suprimento de milho para alimentação humana e animal. O etanol para viabilizar o aumento do consumo previsto deverá ser obtido de “combustíveis avançados”, entre os quais se inclui o etanol de cana-de-açúcar e o obtido a partir de matérias-primas lignocelulósicas.

Outras questões levantadas pela delegação norte-americana foram os aspectos econômicos ligados à produção e comercialização de etanol e de biodiesel. A renovação dos subsídios e incentivos e a manutenção de tarifa de importação estão em discussão no Congresso Americano. Conhecer mais de perto a realidade brasileira faz parte dos objetivos da missão de assessores parlamentares.

Nos Estados Unidos, os produtores de biodiesel recebiam, até dezembro de 2009, um crédito tributário de US$ 1,0/barril. Esse subsídio não foi renovado pelo Congresso Americano, o que fez a produção de biodiesel diminuir drasticamente ao longo do ano de 2010. Essa discussão, ainda, esta em pauta no Congresso.

O etanol, por sua vez recebe diversos incentivos e subsídios diretos, que custarão cerca de USS 6 bilhões ao Tesouro americano. Esses subsídios incluem um crédito de US$ 0,45 /barril para as instalações que fazem a mistura do etanol à gasolina, um crédito tarifário direto de US$ 1,01/ galão de etanol celulósico produzido e um crédito de US$ 0,10/ galão de etanol produzido por pequenos produtores. Além disso, ainda vigora uma tarifa de importação de US$ 0,54/galão sobre o etanol importado do Brasil.

Cabral explicou que, no caso do etanol, os preços nos vários lugares do país são diferentes, dependendo dos custos de produção e de transporte e do valor do açúcar no mercado internacional. No caso do biodiesel, continuou, o preço é regulado por um sistema de leilões efetuados periodicamente pela ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). “Mas não há subsídios, sobretaxas, nem créditos tarifários em nenhuma das etapas de produção e de comercialização dos biocombustíveis no Brasil”, enfatizou Cabral.

Também foram discutidas as diversas iniciativas de cooperação já existentes entre instituições norte-americanas e brasileiras, nas áreas relativas a biocombustíveis e agroenergia, desde a capacitação em programas de doutorado e pós-doutorado até à realização de projetos conjuntos. Foi citado o Laboratório Virtual da Embrapa no Exterior (LABEX), um projeto executado em parceria entre a Embrapa e o ARS/USDA (Serviço de Pesquisa Agrícola, do Departamento de Agricultura norte-americano) desde 1998 e que possibilitou, na área de agroenergia, a estadia de um pesquisador da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS) na Universidade de Nebraska por dois anos. Nesse período, foi estudada a composição de capins e resíduos agrícolas para produção de etanol celulósico. “Outros temas estão em estudo e no próximo ano, provavelmente, teremos mais pesquisadores em instituições americanas”, informou Basílio de Souza.

Ao mesmo tempo, a Embrapa, o ARS e o DOE (Departamento de Energia dos Estados Unidos) estão estruturando um projeto de cooperação em agroenergia, abrangendo pesquisas com biomassa, com processos de conversão e com sistemas integrados de produção. Até ao início do ano de 2011 o projeto estará elaborado para execução ao longo do biênio 2011-2012.
Daniela Garcia Collares


 

Fonte: Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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