16/08/2010
Da Agência Brasil
Brasília – O secretário-geral
da Organização das Nações
Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse hoje (16) que a
desertificação pode aumentar o risco
de conflitos pela terra e acirrar instabilidades
sociais nas cidades que recebem as pessoas que deixam
suas regiões por causa da seca.
A ONU lançou hoje a Década
para os Desertos e a Luta contra a Desertificação
(2010-2020). O problema afeta cerca de 2 bilhões
de pessoas em todo o mundo, que vivem em desertos
e terras secas.
Ki-moon alertou que a migração
forçada de milhões de pessoas, os
chamados refugiados climáticos, cria riscos
de colapso social nas terras que eles deixam para
trás, além de piorar problemas sociais
nas cidades que os abrigam, por causa da competição
por trabalho, moradia e serviços.
Apesar da gravidade do problema,
o secretário-geral da ONU disse que “é
possível enfrentar o desafio” e que a ajuda
a populações locais pode recuperar
ou preservar milhões de hectares de terra,
reduzir a vulnerabilidade dessas populações
às mudanças climáticas e aliviar
a fome e a pobreza.
+ Mais
Açudes e águas do
São Francisco não amenizarão
desertificação do Semiárido,
diz diretor do Inpe
09/08/2010
Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília – As mudanças climáticas
vão aumentar a vulnerabilidade do processo
de desertificação do Semiárido
nordestino, disse hoje (9) o diretor do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Gilberto
Câmara. Ele não acredita que a transposição
de águas do Rio São Francisco e os
açudes conseguirão amenizar o problema
da desertificação que tem origem no
aquecimento global.
"Há uma tragédia
anunciada no mundo e estamos todos perplexos ante
a incapacidade de mudar o clima, enquanto os países
mais desenvolvidos, que são os mais poluidores
da atmosfera, como é o caso dos Estados Unidos,
não assumem abertamente compromissos para
reduzir os efeitos, mesmo a longo prazo", afirmou.
Para Câmara, as regiões polares e tropicais
é que vão sofrer as maiores consequências
nos próximos anos.
O diretor do Inpe falou durante
assinatura de acordo de cooperação
entre o instituto e o Ministério do Meio
Ambiente, para criação de um sistema
de alerta precoce de secas e desertificação
no Semiárido nordestino. O sistema vai fazer
previsões sobre o clima na região,
apontar as probabilidades de uso da terra e prever
as variações climáticas. Segundo
Gilberto Câmara, o Semiárido é
a região do país que merece mais atenção
em relação às consequências
do aquecimento global.
Edição: Aécio Amado