Encurralada
com as denúncias do Greenpeace de que sua
produção está destruindo as
florestas tropicais e de turfa da Indonésia,
a Sinar Mas tentou limpar sua barra, e contratou
uma empresa de auditoria para tentar contrapor os
dados da organização. A auditoria
ficou pronta e, para tristeza da companhia, ela
mostra justamente o que o Greenpeace apontou: a
gigante na produção de celulose e
papel e maior fornecedora de óleo de dendê
no país asiático continua deixando
rastros de devastação.
Segundo os dados levantados, foram
identificados desmatamentos sem autorização
em oito de 11 áreas onde a empresa atua.
Uma contradição à postura que
vende publicamente, de que segue à risca
as leis do país asiático. E apesar
de ter assumido compromisso de não empurrar
mais sua produção para áreas
prioritárias à conservação,
a auditoria mostra que a companhia fez justamente
o contrário.
Os dados são claros, mas
ainda assim a empresa tenta sair pela tangente.
Para os jornais, a Sinar Mas fez uma releitura da
auditoria, dizendo que, ao contrário das
denúncias do Greenpeace, sua produção
é pra lá de sustentável. “Já
mostramos diversas vezes que a Sinar Mas diz uma
coisa e faz outra”, diz Bustar Maitar, coordenador
da campanha de Florestas no Sudeste asiático.
“Em vez de agir para solucionar os problemas constatados,
que evidenciam a destruição das florestas
indonésias, a companhia tenta vender uma
imagem verde”.
Nos últimos meses, o Greenpeace
divulgou diversas provas de que a produção
da Sinar Mas tem sido um dos principais vetores
de desmatamento nas florestas tropicais e de turfa
da Indonésia, ricas em carbono e moradia
de espécies que estão à beira
da extinção.
Apesar das evidências, a
empresa tem preferido o discurso à prática.
Enquanto fala da importância de preservar
o meio ambiente, os problemas atuais continuam sem
solução. E a companhia já tem
a intenção de expandir sua produção
para, pelo menos, mais um milhão de hectare
na região, conforme documentos obtidos pelo
Greenpeace. Uma ameaça a espécies
que já estão à beira da extinção,
como orangotangos, e ao equilíbrio climático
mundial, com a emissão de gases de efeito
estufa resultante do desmatamento.